domingo, 3 de fevereiro de 2008

A cultura violenta do carnaval


Dando continuidade ao artigo anterior na qual mostramos o aspecto histórico - cultural do carnaval, vamos agora alertar como esta festividade é fundamentalmente dispendiosa e violenta, afrontando comumente a ordem e o bem-estar das pessoas.
Anos após anos somos surpreendidos por estatísticas cada vez mais assustadoras no tocante a violência do período de momo. Por si, os dados que apontam a crescente onda de agressões contra o ser humano nos levam a crer que não vale a pena o risco de se divertir no carnaval. Não falo simplesmente de acidentes ou homicídios, mas de perdas fundamentais para o bom andamento social e econômico do país.
Além disso, o carnaval está associado a assaltos, furtos, brigas, mortes, agressões físicas, desaparecimento de menores e adultos, perca de documentos, etc. De fato, “Muitas mulheres, algumas de menor idade engravidam durante o carnaval e os seus filhos são conhecidos por "filhos do carnaval" que muitas vezes acabam por ser abandonados pelas mães, nos caixotes do lixo, na rua, nas creches ou à porta de terceiros”.
Por isso que falar do Brasil como um país ordeiro e socialmente estável é como vivenciar a obra máxima de Lewis Caroll (Alice no país das maravilhas). Será isso possível? O próprio carnaval brasileiro é a síntese da fantasia e da sedução, mas que na prática não funciona a contento, visto que a violência sempre grassa de modo irredutível.
No final de toda esta história de embriaguez medieval, gregas, romanas, espanholas, cariocas, negras, índias e de todas as cores, voltemos ao ponto de partida, por que celebrar o carnaval? Esta festa cuja violência se alastra com tamanha voracidade a ponto de nos incomodarmos com vidas desperdiçadas? Afinal, será que há sentido em adotarmos tantos dias para celebrarmos a mesma coisa? Assim, deixo esses questionamentos para a reflexão de cada um.

Carlos Henrique Carvalho

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