quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Que venha 2011!



Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre. Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida.
Fernando Pessoa

domingo, 31 de outubro de 2010

A 1ª mulher do Brasil


Por Carlos Henrique Carvalho

Com o desfecho de um panorama político de baixo nível, marcado por inflamáveis agressões pessoais de ambos os lados (PT e PSDB), Dilma Rousseff do PT vence com uma expressiva votação (56% dos votos válidos) e acaba de se tornar a primeira mulher a ocupar o mais alto posto político no Brasil.
Já se foi o tempo em que o eixo sul/sudeste decidia a eleição. Grande parte dos votos da vitoriosa Dilma veio do Norte/Nordeste, regiões no qual o governo Lula vem deixando uma marca notável de obras e ações a serviço dos menos favorecidos. No atual governo começou-se a mudar a visão de que essas regiões representam o atraso e todos os tipos de retrocessos, muitas vezes, ocasionado pelo preconceito criados pelas mídias das regiões ricas. Hoje, o Nordeste tem três grandes metrópoles (Fortaleza, Recife e Salvador) que se situam em estados com crescimento econômico e político acima da média nacional. Isto cria condição para uma respeitabilidade maior no trato com a questão política.
De fato, com essa conquista, a política brasileira vive um novo momento histórico, na qual ela irá suceder o atual presidente, Lula da Silva, o primeiro a vir da classe mais pobre e, sem dúvida, o político brasileiro mais popular e respeitado dos 35 que ocuparam o cargo em 121 anos de República, quando em 15 de novembro de 1889, Marechal Deodoro da Fonseca se tornou o primeiro presidente do país, após liderar um golpe militar que derrubou a monarquia lusitana de Pedro II.
Há 6 meses, Dilma era uma quase desconhecida, mas com o apadrinhamento político de Lula, cresceu publicamente e alçou o cargo de mandatária máxima do país pelo próximo 4 anos.

domingo, 17 de outubro de 2010

A lei do piso dos professores

Por Carlos Henrique Carvalho

Deu no Jornal O povo do dia 17/10/2010

Há dois anos, no dia 16 de setembro de 2008, foi sancionada a lei que garantia um piso nacional para os professores de escolas públicas. Ela determinava que a partir de janeiro de 2010 nenhum profissional poderia ganhar menos do que R$ 950 por mês, valor corrigido atualmente para R$ 1.024. Mas uma disputa judicial complicou a implantação da lei, que ainda não é realidade em todo o País.

“A gente pode dizer que 99% dos estados não pagam o professor de acordo com a forma como a lei foi aprovada”, aponta, em tom de lamentação, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão.

Um dos principais pontos da lei contestado por secretarias de Educação é a diferença entre o conceito de piso e remuneração. O texto coloca o valor de R$ 1.024 como vencimento inicial. Na avaliação da categoria, não poderia ser incluído no cálculo qualquer tipo de gratificação ou adicional. Mas os estados querem que a conta inclua todos os adicionais.

O que penso a respeito? Que os inimigos do piso são os governantes que se recusam literalmente a cumprir o que já foi declarado constitucional. Infelizmente, alguns deles foram eleitos e vão continuar seu projeto de afundar cada vez mais a educação no país. Nós, professores, só temos a lamentar que esta situação continue se arrastando por muito tempo sem expectativa de um desfecho otimista. Portanto, o professor não tem nada a comemorar, mas precisa urgentemente sair do marasmo em que se encontra a fim de brigar por direitos fundamentais a sua vida social.

Para ler mais, acesse:

http://www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2010/10/16/noticiabrasiljornal,2053479/dois-anos-depois-lei-ainda-nao-e-uma-realidade-nacional.shtml

domingo, 3 de outubro de 2010

Claude Lefort


O filósofo francés Claude Lefort (foto), pioneiro na denúncia dos totalitarismos, faleceu hoje, dia 3 de outubro, aos 86 anos. Colaborador da revista Les Temps Modernes até entrar em choque com Sartre pelo compromisso deste último com os comunistas e cofundador, junto com Henri Lefebvre e Cornelius Castoriadis, do Socialismo ou Barbárie, desde jovem esteve próximo ao marxismo, influenciado por seu mestre Maurice Merleau-Ponty.
Nascido em 1924, Claude Lefort era doutor em filosofia, lecionou na Universidade de Caen e tornou-se diretor na Escola de Altos Estudos e Ciências Sociais francesa. tendo também dado aulas na Sorbonne e na Universidade de São Paulo. Sempre crítico à antiga União Soviética e sua estrutura, foi marxista e trotskista, mas acabou afastando-se progressivamente de tais correntes. Fundou, junto com Cornelius Castoriadis, a revista e o movimento ‘Socialismo ou Barbárie’ (1948-1965), ligados ao libertarismo socialista. Escreveu também para a importante revista cultural Les Temps Modernes e dedicou grande parte da sua obra à análise do fenômeno totalitário e das carências da democracia.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Peregrinando







Por Carlos Henrique Carvalho


Estou em Natal desde 05/09, tendo passado por João Pessoa em 11/09 para ver o show do Scorpions no Sun Rock Festival. Por isso, durante a peregrinação - acompanhada - sempre bem vinda, escrevo menos, vivo e reflito mais sobre a vida e seus múltiplos sentidos, descobertas, encantamentos, desejos e tédios. Tudo o que temos e tudo aquilo que nos falta, mas que continuamos a buscar indefinidamente nos lampejos da inspiração, sem pressa, sem temores, a vida que segue a si, no estranho humor da brisa do fim de mais uma manhã.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Em suspenso


Por Carlos Henrique Carvalho


Mais uma vez a categoria dos trabalhadores de transportes coletivos de Fortaleza dá mostra de ser uma classe despreparada para organizar uma greve forte e eficaz.
Na primeira greve apoiei e estive ao lado da reivindicação da categoria, mas dessa vez não posso me manifestar da mesma forma. Os motoristas perderam a razão quando ao invés de pressionar os empresários, forçaram a barra com a população penalizando-a com protestos em horário de trabalho, parando os coletivos em avenidas movimentadas e obrigando a população a descer. O resultado foi uma quebradeira generalizada aos transportes coletivos.
Sem dúvida, eles vêm cometendo um erro crucial ao forçar aumento de salário e outros benefícios na suposição ingênua de que os empresários lhe darão mais de 15% se porventura a prefeitura aumentar o preço já salgado das passagens. Qualquer motorista mais esclarecido sabe que os empresários não têm o menor interesse em dar tal aumento. Então, o que eles fazem? Sacaneiam descaradamente a população menos privilegiada, aquela mesma massa que é dependente do transporte coletivo e toma pau sempre que ocorre uma situação draconiana.
Novamente, por conta da abusividade da greve, o TRT mais uma vez declarou inválida a greve e obrigou a categoria a retornar a normalidade do trabalho. Então, ate a próxima terça a greve está suspensa, quando poderá haver uma conciliação entre as partes envolvidas no processo. Enquanto isso, o TRT determinou que motoristas, fiscais e cobradores do sistema de transporte coletivo de Fortaleza terão direito a receber, junto com o salário do mês de agosto, diferença salarial de 5,5% retroativa ao mês de maio último Enfim, espero com ansiedade que este tormento termine logo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

E torna a voltar o que não foi


Por Carlos Henrique Carvalho


O cotidiano repleto de tédio não me surpreendeu com a notícia de que nesta quinta haverá nova greve de ônibus na Fortaleza não tão bela assim. Como eu já havia dito antes, nos posts do dia 9 e 22 de junho deste ano, a população continuará sendo a grande prejudicada nesta palhaçada que envolve políticos, empresários e a categoria dos trabalhadores. O fracasso da greve anterior fez com que o sindicato dos trabalhadores que prestam o serviço de transporte urbano se reorganizasse e voltasse à tona com mais uma “sacanagem” contra a população de Fortaleza.

Ao Jornal O povo do dia 11/08, o assessor do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro), Valdir Pereira, afirmou que a greve de motoristas e cobradores está mantida. O sindicato não assinará petição de dissídio coletivo como proposto nesta quarta-feira, em nota, pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus). Se houvesse a assinatura do dissídio pelos dois sindicatos, a Justiça do Trabalho seria a responsável por determinar a solução para o fim do impasse sobre o reajuste salarial. A categoria cobra 15% de aumento, enquanto o sindicato ofereceu 5,5%.

Pelos rumores do vento que sopram por esta cidade, só posso reduzir a questão numa frase sintética, porém, sincera: “Quem for podre que se quebre”.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

50 anos de Sartre no Brasil


Por Carlos Henrique Carvalho
Retirado do site da UECE (www.uece.br)

Para celebrar o cinquentenário da passagem do filósofo francês Jean-Paul Sartre pelo Brasil e do lançamento do seu livro “A crítica da razão dialética, o Grupo de Estudos Sartre (GES) do curso de Filosofia da Universidade Estadual do Ceará (UECE) vai realizar de 28 a 31 de julho, o III Seminário do Grupo de Estudos Sartre. O evento acontecerá no Centro de Humanidades (CH) da UECE – Campus de Fátima – na Avenida Luciano Carneiro, 345, bairro de Fátima.

O III Seminário do Grupo de Estudos Sartre é aberto ao público e os interessados já podem se inscrever, no hall de entrada do CH, no horário das 9h às 12h e das 18h às 20h. Os participantes não residentes no Ceará devem agendar as inscrições através do e-mail sartre@uece.brEste endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo. . A taxa é de R$ 15,00, que pode ser paga no dia da abertura do seminário e com direito a pasta, bloco de notas, caneta e a revista “Cadernos Sartre”.

O evento pretende fazer um resgate histórico, político e artístico do pensamento sartreano no período compreendido, principalmente, entre a década 1960-1970, quando Sartre visita o Brasil, de norte a sul, durante dois meses juntamente com a sua companheira Simone de Beauvoir. Para uma temporada de dois meses, Sartre e Simone chegaram ao Brasil, em agosto de 1960, e no dia 31 deste mesmo mês, dava a sua primeira entrevista à imprensa brasileira. Jean-Paul Sartre veio ao Ceará e visitou, inclusive, a Universidade Federal do Ceará (UFC), sendo recebido pelo Reitor Antônio Martis Filho. Nesse evento, os diferentes acontecimentos da vida de Sartre, como o pensamento existencialista e marxista do filósofo francês será exaustivamente debatido.


O convite para visitar o Brasil partiu do escritor baiano Jorge Amado e de alguns intelectuais brasileiros. Na mesma época, ou seja, em 1960, Sartre lançaria o seu livro “A crítica da razão dialética”. O GES, com a realização do III Seminário do Grupo de Estudos Sartre comemora os cinqüenta anos da vinda do filósofo ao Brasil e o lançamento de seu livro.

O filósofo, romancista e dramaturgo francês nasceu em Paris, no dia 21 de junho de 1905, e morreu aos 74 anos, no dia 15 de abril de 1980. Jean-Paul Sartre é um dos maiores nomes da filosofia existencialista do século XX, que tem como instrumento de conhecimento a existência do ser no mundo.

Segundo a comissão organizadora, a programação do seminário consta de conferências realizadas por professores renomados, mesas redondas, minicursos, oficinas de arte, lançamento da revista “Cadernos Sartre 3”, espetáculo de dança, música e teatro, café filosófico, comunicações de estudantes de graduação e de pós-graduação.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Os menos ruins da copa e a vez do Brasil


Os menos ruins desta copa

Levando em conta que esta copa foi a mais baixa em termo de nivel tecnico, no qual vimos prodigiosas peladas nao é producente eleger jogadores como os melhores, mas os menos ruins. Eis os que de algum modo se destacaram:
Diego Forlan (Uruguai) premio Bola de ouro. O equivalente a melhor jogador do mundial.

Thomas Muller (Alemanha) Premio Chuteira de Ouro, o equivalente a revelacao da copa.

Iker Cassilas (Espanha) Premio Luva de ouro. Melhor goleiro do mundial

Premio Fifa Fair Play (Espanha) a equipe que menos meteu porrada nos adversarios.

A vez do Brasil

– Vamos ter muito trabalho.
Foi assim que o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, explicou como estão preparativos para a Copa do Mundo no Brasil, em 2014.
– Temos que construir estádios, estradas, aeroportos. Também precisamos pensar em comunicação, hospedagem... Mas é assim mesmo – completou o dirigente, que deve se mudar para o país no segundo semestre, como fez depois da Copa-2006, para a África do Sul.
A entidade está preocupada com o andamento da preparação brasileira. Na entrevista de encerramento do Mundial-2010, concedida nesta segunda-feira, em Johannesburgo, os dirigentes evitaram ao máximo falar sobre a próxima edição. Só uma pergunta sobre o tema foi feita e vários jornalistas brasileiros não tiveram suas solicitações atendidas. Ao sair, Valcke disse rapidamente que aquele encontro servia para tratar apenas da competição encerrada.
– Não quero saber dos problemas (para a Copa-2014), mas, sim, das soluções – decretou o presidente da Fifa, Joseph Blatter.
Para a primeira edição realizada no continente africano, Blatter deu nota 9, arrancando sorrisos dos membros do comitê organizador - depois da Copa das Confederações, em 2009, o dirigente tinha atribuído um 7,5 ao país-sede. E por que não a nota máxima?
– Não é 10 pois a perfeição não existe, nem na vida nem no futebol. Na univerdade, por exemplo, esse 9 seria acompanhado de um menção honrosa – completou.
Blatter confirmou a participação do Brasil como país-sede, o que já era sabido, mas preferiu não adiantar se a América do Sul continuará tendo as mesmas cinco vagas de classificação - quatro diretas e uma na repescagem. Para 2010, além da seleção anfitriã, o continente africano manteve suas cinco vagas.

domingo, 11 de julho de 2010

Iniesta!


Por Carlos Henrique Carvalho
Foto da agência EFE
O nome do jogador espanhol se eterniza nos campos da África do Sul ao marcar o gol que deu o primeiro titulo de uma copa do mundo para uma seleção meia boca, que joga um futebol no máximo razoável. De fato, podemos dizer que esta primeira copa em continente africano teve uma final surpreendente com duas seleções européias que até hoje não havia sentido o sabor de conquistar uma copa.
Coube ao cerebral e inspirado Iniesta, jogador do Barcelona, a missão de comandar uma seleção conhecida como a fúria, mas que para ser grande precisa jogar muito. Somente no segundo tempo da prorrogação de um jogo mixuruca, ”morgado” (tanto que me deu sono e dormi um bom pedaço do jogo) e bastante violento (típico do futebol de resultados), Iniesta estufou as redes da Holanda e deu a Espanha o inédito título da copa do mundo de 2010.
Não tenho dúvida em afirmar que essa copa foi de um baixíssimo nível em matéria de jogabilidade e bom futebol. Para termos uma ideia de como esta copa foi tão ruim, a seleção campeã teve a melhor defesa (2 gols sofridos) e o pior ataque (8 gols marcados) dentre todas as seleções que já venceram uma copa.
Mas admito que a vitória espanhola calou a boca de muita gente, inclusive a minha que esperava a vitória de qualquer seleção, exceto a que venceu. A fúria entra agora para o seleto grupo de 8 seleções campeãs do mundo que ainda tem o Brasil a frente com 5 títulos conquistados. Resta a Holanda mais uma vez se lamuriar pela terceira final perdida.
A lamentar novamente a ausência completa do futebol arte, o futebol que se joga com gosto e classe. O que se viu nos campos sul africano foi a feiúra mordaz de um futebol sem graça e sem desejo de assistir. E fim de papo!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Notícia da semana: E o salário do professor?


Salário de professor no Brasil é o 3º mais baixo do mundo.

Segundo a OIT e UNESCO o professor brasileiro recebe o terceiro pior salário do mundo, e tem as turmas com o maior número de alunos.

Na Alemanha, um professor com a mesma experiência de um brasileiro, ganha, em média, US$ 30 mil por ano, mais de seis vezes a renda no Brasil. No topo da carreira e após mais de 15 anos de ensino, um professor brasileiro pode chegar a ganhar US$ 10 mil por ano. Em Portugal, o salário anual chega a US$ 50 mil, equivalente aos salários pagos aos suíços. Na Coréia, os professores primários ganham seis vezes o que ganha um brasileiro.

Com os baixos salários oferecidos no Brasil, poucos jovens acabam seguindo a carreira. Outro problema é que professores com alto nível de educação acabam deixando a profissão em busca de melhores salários.

A OIT e a Unesco dizem que o Brasil é um dos países com o maior número de alunos por classe, o que prejudica o ensino. Segundo o estudo, existem mais de 29 alunos por professor no Brasil, enquanto na Dinamarca, por exemplo, a relação é de um para dez.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o salário médio do docente do ensino fundamental em início de carreira no Brasil é o terceiro mais baixo do mundo, no universo de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento. O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624, no Peru US$ 4.752 e no Brasil, US$ 4.818, o equivalente a R$ 11 mil. A Argentina, por sua vez, paga US$ 9.857 por ano aos professores, cerca de R$ 22 mil, exatamente o dobro.

Fonte da notícia: Jornal do Commercio, 07/07/2010

domingo, 4 de julho de 2010

O sujo e o mal lavado da copa


Por Carlos Henrique Carvalho

Brasil e Argentina encarnaram com perfeição a ideia de fracasso nesta copa. Ambas, cogitadas como principais favoritas e ambas eliminadas nas quartas de final. Não adianta ficar procurando desculpas para justificar os erros das campanhas das equipes. Já não faz mais sentido indagar porque nenhuma das duas melhores seleções do mundo ficou no meio do caminho sem deixar saudade. Ambas, só enganaram diante de adversários fraquíssimos e não conseguiram mostrar a que veio. Alias, não interessa mesmo saber porque Dunga confiou no destemperado e desequilibrado Felipe Melo para comandar seu meio de campo ou porque o time de Maradona não teve inspiração ou talento que desse jeito na Alemanha. Nem Kaká, tampouco Messi souberam prevalecer seus talentos diante dos adversários. Mas perderam, tem que aprender a conviver com as derrotas e resto fica para a história contar.
Parabéns a Holanda e a Alemanha que despacharam os rivais sul americanos.

domingo, 27 de junho de 2010

A culpa é da bola


Por Carlos Henrique Carvalho

Jabulani é o nome da fera e significa Celebrar da língua Bantu isiZulu, um dos 11 idiomas oficiais da África do Sul. A bola da Copa 2010 tem apenas oito gomos em formato 3D. Seu design possui traços africanos, misturados numa diversificação de 11 cores - o branco predomina.
No entanto, nunca se falou tao mal de uma bola como nesta copa. A bola tem sido bastante criticada por jogadores brasileiros. De Felipe Melo (que aplicou carinhosamente o apelido de patricinha) a Luís Fabiano (que chamou a bola de sobrenatural ou fantasma), Júlio Baptista e Robinho qualificaram a bola da Copa como "muito ruim". Júlio César chegou a classificá-la como "bola de mercado. Desde entao, os goleiros tem tomado estrondosos frangos e os atacantes perdidos gols absurdamente incriveis.
O fato é que desculpas a parte, quase todos os jogadores que estão nesta copa ganham salarios astronomicos e dao desculpas estaparfudias para justificar o péssimo futebol praticado. Assim, para justificar prontamente a ruindade, os jogadores fizeram discursos elegendo a Jabulani como a grande vilã, a verdadeira culpada pelo frango pavoroso de um goleiro ou pelo gol mais feito perdido de atacante, como se a bola tivesse vida própria e o dom de desviar naturalmente da trajetória certa de uma defesa ou de um gol.
Mas realmente posso concordar com uma coisa: uma bola sempre terá vida própria quando se trata de fugir dos jogadores pernas de pau que deitam e sobram nos campos da África do Sul. Para ruindade muita, pouco futebol resta, mas desculpas nunca faltarão. E vida longa a Jabulani!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Fim da primeira fase


Por Carlos Henrique Carvalho

A primeira fase da copa de 2010 termina com algumas surpresas como a eliminação precoce da Itália, atual campeã e França atual vice. Dos 16 classificados notei quatro surpresas: Gana, Eslováquia Japão e Coréia do Sul que não estavam na minha lista de classificados, mas que realmente surpreenderam muito mais pelo nível baixo das outras equipes do que pela força do futebol.
A partir de agora é mata-mata e quem perder fica pelo caminho.
Chave A
Uruguai x Coréia do Sul – sábado – 11 h (de Brasília) – Dar Uruguai pela tradição e melhor futebol jogado na fase inicial.
Estados Unidos x Gana – sábado – 15h30 (de Brasília) – Como errei ao apostar na Sérvia como favorita e não Gana, acredito que nas oitavas Gana leva.
Holanda x Eslováquia – segunda-feira – 11 h (de Brasília) – Holanda é absolutamente favorita e deve vencer.
Brasil x Chile – segunda-feira – 15h30 (de Brasília) – Tal como a Holanda, o Brasil também é favorito e deve triunfar no clássico sulamericano.
Chave B
Alemanha x Inglaterra – domingo – 11 h (de Brasília) – jogo difícil, mas deve dar Alemanha.
Argentina x México – domingo – 15h30 (de Brasília) – Vou arriscar na vitória do México e secar a Argentina.
Paraguai x Japão – terça-feira – 11 h (de Brasília) - Vitória do Paraguai.
Espanha x Portugal – terça-feira – 15h30 (de Brasília) – Talvez o mais difícil de deduzir um vencedor, mas vou arriscar na vitória de Portugal.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Justiça e Abusividade


Por Carlos Henrique Carvalho

Após duas semanas, a Justiça através do desembargador Manoel Arizio Eduardo de Castro decretou a abusividade da greve dos motoristas de ônibus de Fortaleza e determinaram que eles voltem de imediato ao trabalho, segundo noticiaram os principiais meios de comunicação do estado. Por enquanto irei abrir mão de comentar a respeito deste fato. Somente direi que a população vem sendo duramente penalizada e isto precisa parar para o bem de todos e não de alguns.
Abaixo segue o relatório do desembargador.

DECLARAR A ABUSIVIDADE DA GREVE PROMOVIDA PELO SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES RODOVIÁRIOS NO ESTADO DO CEARÁ - SINTRO/CE, determinando, em conseqüência, o IMEDIATO RETORNO DOS TRABALHADORES a seus postos de serviço.
Acolho, outrossim, o pleito autoral, a fim de determinar que Oficiais de Justiça deste Regional procedam a inspeções judiciais nas garagens das empresas, bem como nos terminais de integração, a fim de fiscalizar o cumprimento da ordem judicial ora proferida.
Registro, ainda, que o eventual descumprimento desta decisão, por parte dos empregados integrantes da categoria profissional abrangida pelo SINTRO não tem o condão de, por si só, resultar na rescisão, por justa causa, de seus contratos de trabalho, circunstância esta que deverá ser examinada, caso a caso, no momento oportuno.
Todavia, não há como se deixar de reconhecer a gravidade da conduta dos funcionários que assim agirem, diante da flagrante inobservância aos termos da Lei de Greve, por eles protagonizado, sobretudo em face da abusividade do movimento paredista, aqui declarada.
À Secretaria Judiciária, para o cumprimento dos expedientes de estilo, oficiando-se, de logo, ao Secretário de Segurança Pública do Estado do Ceará, requisitando-lhe a presença de policiamento ostensivo, perante as garagens das empresas de ônibus e os terminais de integração, de modo a assegurar a continuidade da prestação dos serviços de transporte de passageiros.
Intimem-se.

Fortaleza, 22 de JUNHO de 2010.MANOEL ARÍZIO EDUARDO DE CASTRO
Desembargador Relator

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A anti revolução francesa e o Dunga


Por Carlos Henrique Carvalho


“A estátua de bronze ...(ele a acaricia) Pois bem, este é o momento. A estátua de bronze está aí, eu a contemplo e compreendo que estou no inferno. Eu garanto que tudo estava previsto. Eles previram que ia ficar na frente desta lareira, passando a mão nesta estátua, com todos estes olhares sobre mim. Todos estes olhares que me devoram... (ele se vira de repente). E vocês, são apenas duas? Ah, eu pensava que vocês seriam muito mais numerosas. (Ri) Então, é isto o inferno. Eu não poderia acreditar... Vocês se lembram: enxofre, fornalhas, grelhas... Ah! Que piada. Não precisa de nada disso: o inferno são os Outros.” (Jean-Paul Sartre, in: Entre quatro paredes)

Analisando dois fatos que vem acontecendo nesta copa, percebo como as relações concretas são profundas. A França vem anti revolucionando o mundo do futebol não pelo seu jogo ruim, mas pela péssima relação que vem mantendo entre os membros de sua equipe. Trata-se de uma anti revolução nas relações humanas, entre os jogadores e membros da seleção com agressões, ameaças, pedidos de demissão e corte de jogador.
Enquanto isso, o treinador brasileiro Dunga vem desfiando sua língua sincera, porem, ferina contra membros da imprensa que vive a falar mal de sua seleção, a reclamar do modo como o Brasil vem jogando. Isto aconteceu após mais uma vitoria na copa, desta vez contra a Costa do Marfim, numa atuação convincente. O Dunga age coerentemente contra o comportamento manipulador das redes de comunicação e, sobretudo, de alguns jornalistas medíocres, que desde antes do inicio da copa vive plantando noticias de brigas, intrigas e picuinhas na seleção. No entanto, vem dando um péssimo exemplo de educação e grosseria, chegando ao ponto de agredir verbalmente os jornalistas parasitas e tendenciosos que cobrem esta copa.
Enquanto uns brigam, Portugal aplica uma das maiores goleadas da história dos mundiais ao fazer 7 gols em cima da Coréia do Norte. E viva o futebol!!

domingo, 13 de junho de 2010

Os primeiros jogos-porres


Por Carlos Henrique Carvalho

Hoje venho falar sem muito respeito dos primeiros jogos da copa e, consequentemente dos porres que foram esses jogos. Nunca vi um nível tão fraco nas peladas homéricas que pude acompanhar. Com exceção de Argentina 1 X 0 Nigéria, Sérvia 0 X 1 Gana e Holanda 2 X 0 Dinamarca, os outros jogos podem ser catalogados na lista dos jogos para serem esquecidos.
A tônica das primeiras rodadas constatou a terrível e chatíssima prática do futebol de resultados que vem ganhando adeptos e definitivamente sepultando o futebol-arte. Equipes preocupadas demais em não perder para depois pensar em ganhar têm promovidos sonoras peladas pelos campos da África do Sul.
A etnografia do futebol de resultados é clara: imagine a equipe X com preparo físico invejável, capaz de correr os 90 minutos, mas que não tem uma técnica apurada, falta um bom domínio de bola, falta um jogador habilidoso e capaz de resolver uma partida, mas que tem aplicação tática. Então, partindo desses fatores, essa equipe X pega um adversário Y de notável técnica e domínio de jogo com jogadores bastante habilidosos. O que a equipe X faz para não perder o jogo? Reconhecendo a sua inferioridade diante da equipe Y, ela recua demasiadamente, se fecha no seu campo de defesa, dar chutões na bola e no adversário com o objetivo de cansá-lo e fazer perder controle do jogo.
Por exemplo, no jogo-porre Uruguai 0 X 0 França foi sofrível ver duas equipes praticando um futebol pífio e mais preocupada com a derrota do que em buscar a vitória. Quem também pôde ver Eslovênia X Argélia deve ter tido “cãibras nos olhos” de tão ruim que eram as duas equipes, mas tão ruins que a vitória da primeira equipe só poderia ter surgido graças a um frango horroroso do goleiro da Argélia (foto da agência AP). Tudo bem que não precisa haver sempre um jogo-espetáculo, mas será possível que nenhuma seleção vai jogar o mínimo necessário para encantar os adeptos do futebol-arte?
Em suma, os jogos burocráticos que assisti tem sido de verdadeiros porres, de uma monotonia fatigante que expõe a crueza do tédio, que proporcionaram bocejos e cochilos. Salvo raras exceções, o futebol de resultados produz pouca objetividade e menos gols ainda. Os primeiros jogos mostraram claramente isto.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Começou a copa


Por Carlos Henrique Carvalho


A paixão nacional pelo futebol vai ser posta a prova novamente com a 19ª edição da copa do mundo, a primeira no continente africano, o que transforma esta copa num marco histórico.
O Brasil é o único país a participar de todas as edições, seguido de Alemanha e Itália com 16 e argentina com 14 participações.
Dos 8 grupos presentes nesta copa, fiz a minha lista de seleções que devem se classificar para a próxima fase. Alerto aos desavisados que esta lista é uma mera opinião no qual me baseei no modo como vem jogando as seleções nos torneios, amistosos e a tradição de cada país numa copa. Tive algumas dúvidas em relação aos grupos B (por notar que a Coréia do Sul mostrou que tem condição de brigar por uma vaga), Grupo G (Costa do Marfim vem mostrando porque é a grande força do futebol africano) e Grupo H (sempre tive a Espanha como um time que amarela em copa do mundo, mas arrisquei nela ainda assim). Afora essas dúvidas tão naturais, defini a minha lista que segue abaixo:
Grupo A: Uruguai e México
Grupo B: Argentina e Nigéria
Grupo C: Inglaterra e EUA
Grupo D: Alemanha e Sérvia
Grupo E: Holanda e Dinamarca
Grupo F: Itália e Paraguai
Grupo G: Brasil e Portugal
Grupo H: Espanha e Chile

Para saber tudo a respeito dessa copa a Wikipédia disponibiliza um link com jogos, tabelas e classificação atualizada.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2010

Quem tiver interesse em acompanhar os jogos ou saber quais serão os próximos jogos pode baixar a tabela da copa de 2010 no link abaixo:
http://www.superdownloads.com.br/download/76/tabela-copa-do-mundo-2010/

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A greve é justa!


Por Carlos Henrique Carvalho


A população de Fortaleza tem todo o direito de manifestar-se, revoltar e protestar, mas jamais contra uma categoria desvalorizada e que reivindica de forma legítima os seus direitos. Sou a favor de toda e qualquer manifestação grevista que tenha o objetivo de buscar melhores condições de trabalho para as classes que sofrem nas mãos de empresários gananciosos.
Enquanto a categoria dos motoristas e cobradores de ônibus mantiver seus propósitos de atuar em defesa de um salário menos indigno, de lutar por melhores instrumentos de trabalho e equilibrar as disparidades existentes no mundo capitalista, defenderei sempre esta classe.
A greve é justa, legítima, porém, quem penaliza a população dependente do usufruto dos ônibus não são os motoristas, nem cobradores, muito menos a categoria que os representa, mas sim, os empresários que se recusam a aceitar a autonomia daqueles que lutam por uma causa justa. Enquanto a categoria luta por um reajuste de 12%, o Sindiônibus oferece apenas 6%. A categoria está certa em manter a greve ate que a última de suas reivindicações seja atendida ou a justiça do trabalho por meio de dissídio determine um valor mais adequado.
No entanto, cabe ressaltar que a diminuição do efetivo da frota de ônibus e as paralisações de prestação de serviço essencial a população que dar sentido ao movimento grevista é plenamente cabível e aceitável, desde que isto não tenha por finalidade mais adiante penalizar os fortalezenses com mais um aumento abusivo nas passagens.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Agora, já e sempre


Por Carlos Henrique Carvalho

Enfim, foi aprovado o projeto de lei Ficha Limpa. A pressão popular pela lei sem vetos surtiu efeito e agora esperamos ver ética e transparência na coisa pública. Em suma, o projeto de lei estabelece que pessoas condenadas por corrupção eleitoral, por compra de voto ou por gastos ilícitos de recursos de campanha fiquem inelegíveis por oito anos. Também torna inelegíveis pelo mesmo prazo detentores de cargo na administração pública condenados em órgão colegiado por abuso de poder econômico.

sábado, 8 de maio de 2010

Evento dedicado a Sartre


Por Carlos Henrique Carvalho


Informe de evento


O evento dedicado a acolher com comentários os 50 anos da passagem de Sartre pelo Brasil em 1960 será realizado no Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará (UECE) em Fortaleza, no período de 28 a 31 de julho de 2010 e será promovido pelo Grupo de Estudos Sartre (GES-UECE). Neste evento, pretende-se fazer um resgate histórico, político e artístico do pensamento sartriano no período compreendido entre a década 1960-1970 quando ele visita o Brasil do norte ao sul, durante dois meses juntamente com a sua companheira Simone de Beauvoir. O convite havia sido feito por Jorge Amado e alguns intelectuais brasileiros e ficou marcada pela Conferencia de Araraquara em São Paulo. É importante ressaltar que neste ano também se comemora o cinquentenário de publicação do seu segundo grande trabalho filosófico, A crítica da razão dialética.Ao mesmo tempo em que lamentamos os 30 anos sem a sua presença marcante, polêmica e polemizante, relembramos o seu legado diverso e divergente que alcançou prestigio e levantou a bandeira do pensamento existencialista e marxista.



sexta-feira, 30 de abril de 2010

Professores às favas e educação também!

Por Carlos Henrique Carvalho

Costuma-se dizer que educação com qualidade começa com bons incentivos na área. No caso do nosso estado, pode-se falar em tudo, menos que haja investimento na educação. A começar pelo salário miserável do professor de Ensino Médio que ganha por aqui a "bagatela" vagabunda de R$ 1.327 por uma carga horária de 40 horas aulas. Ou seja, você passa 4 anos fazendo um curso de graduação, para no fim das contas ser bem sucedido num concurso público e receber um salário deplorável.
Em reportagem do Diário do Nordeste, Alagoas paga melhor aos seus docentes em início de carreira do que o Ceará. Lá, a categoria recebe pela mesma carga horária, R$ 2 mil. Já no Estado do Maranhão, o piso é de R$ 2,8 mil. Assim, de todos os estados do Brasil, o Ceará figura como o quinto pior pagador. Na postagem do dia 16 de março deste ano, falei sobre o descumprimento da lei do piso salarial para a educação que continua sendo questionado judicialmente pelos governantes.
A partir desta pesquisa posso indagar: como dar aula num lugar em que se é mal pago, mal preparado e pessimamente incentivado? Muitos dos problemas em sala de aula começa realmente pela remuneração ínfima (um pouco mais que dois salários mínimos), mas não reside somente nele. É possível encontrar muitas escolas sem a mímina condição de se ministrar aulas com problemas que vão desde a falta de material escolar até merenda e atraso no salário dos professores e funcionários.
É preciso ter muita coragem, passar por necessidade ou ser masoquista para assumir um cargo de professor na Rede Estadual de Ensino do Ceará.

Ps: A imagem foi retirada do site do diario do nordeste, da reportagem que questiona o quadro salarial dos professores no Ceará.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=763696


terça-feira, 27 de abril de 2010

50 anos de sartre no Brasil


Por Carlos Henrique Carvalho

Já iniciamos as comemorações de 50 anos pela passagem do casal Sartre-Beauvoir pelo Brasil em 1960.
Em breve, o Grupo de Estudos Sartre começará a organizar o evento dedicado a relembrar esta passagem, bem como divulgar pesquisas e estudos a respeito dos escritores existencialistas.

AGUARDEM!!

Na imagem, Sartre e Simone na praia de Copacabana – Rio de Janeiro em 1960.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cinco atividades sócio-educativas no Ensino Médio


Por Carlos Henrique Carvalho


Inicialmente é preciso destacar que a escola ainda não é um espaço democrático na construção do conhecimento, visto que o estudante precisa ser mais bem reconhecido como alguém fundamental para o efetivo exercício do ensinar-aprender. Neste sentido, infelizmente não é possível afirmar que a escola trata o aluno nem como sujeito, tampouco como alguém ativo dentro do sistema de ensino. Apesar dos educadores terem a função/missão de contribuir para a formação do processo de identidade, isto não vem ocorrendo a contento.
A escola carece de uma estrutura pedagógica capaz de se orientar por uma relação mais dinâmica, acolhedora e capaz de ouvir o que for preciso. No entanto, ainda que seja um espaço relacional que abriga alunos com diferentes idéias, culturas e modos de vida, ela precisa estabelecer melhor essa possibilidade de abertura para as diferenças existentes dentro dela e da comunidade na qual se encontra inserida. Creio que este seria um caminho para colaborar com o processo de construção da identidade dos educandos.
Nesse sentido acrescento cinco atividades educativas adequadas ao desenvolvimento do “status quo” do educando:
1. Criação de um enfoque disciplinar filosófico baseados na dramatização oral-textual através do teatro de situação, que visa reconhecer um determinado contexto social no qual os alunos se encontram inseridos (a violência, por exemplo) e estimulá-los a descobrirem porque e como o cotidiano de sua comunidade pode ser visto e (re) transformado.
2. Criar o cantinho da leitura (biblioteca) e da cultura na escola que terá a responsabilidade de criar oficinas, cursos, seminários voltados para o desenvolvimento intelectivo e humano dos alunos.
3. Construir um projeto sócio-cultural e educacional que envolva a comunidade na qual a escola esteja situada e mantenha uma política de premiações para formação de escritores, cordelistas, cantores, atores, atletas, etc.
4. Incentivo as gincanas matemáticas, culturais e esportivas como forma de preparar os alunos para o entendimento de raciocínio lógico e conscientizá-los da importância de cuidar da mente e do corpo.
5. Criação do projeto cultural (jornal do colégio) e do concurso de redação aberta para estimular a juventude a produzir e melhorar sua escrita e produção textual.
Assim, o papel do professor do Ensino Médio na melhoria do desempenho dos alunos deve passar pela compreensão de que também é responsável pelo péssimo nível do ensino e, logo, pelos índices negativos da educação brasileira. Só será possível falar em participação dos professores desse nível de ensino se houver um engajamento por parte deles, seja elaborando os projetos pedagógicos no sentido de melhorar a qualidade do ensino de ciências, matemática, português, filosofia, etc. seja construindo uma relação de afinidade com os membros da escola, inclusive, os alunos tomando noção do seu problema e tendo a condição de trabalhá-la melhor.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Brasília 50 anos


Por Carlos Henrique Carvalho

Para não passar batido a respeito dos 50 anos da fundação de Brasília, escolhi pegar relatos da escritora feminista Simone de Beauvoir no seu diário brasileiro, relatos escritos em 1960, quando da sua passagem pelo Brasil juntamente com o companheiro Jean-Paul Sartre. Suas considerações acerca da capital federal me parecem muito elucidativa e espelha melhor o que penso e reflito acerca da cidade artificial do que qualquer informação da mídia globalizada.

A caminho da capital:
Niemeyer prometera enviar-nos de Brasília uma perua e um motorista — ninguém apareceu, a viagem começava mal... Enfim, o carro surgiu, conduzido por um homem de bigodes… No caminho, compreendemos a razão de seus atrasos. A mala do carro estava cheia de relógios e jóias. Acumulava as funções de motorista e de polícia, o que facultava frutuosos contatos com um tipo de trabalho muito importante no Brasil: os contrabandos. Confiscava-lhes, ou comprava-lhes a preço baixo suas mercadorias, que os habitantes de Brasília, isolados do mundo, adquiriam a preços caríssimos...
Brasília:
À noite, enfim, chegamos a Brasília. Uma maquete em tamanho natural. Essa falta de humanidade salta logo aos olhos… Só se pode circular de automóvel… A rua, esse lugar de encontro entre moradores e turistas, lojas e residências, sempre imprevistas — a rua, tão cativante em Chicago como no Rio, por vezes deserta e sonhadora, mas cujo silêncio é vivo. A rua em Brasília não existe nem existirá.
Palácio da Alvorada:
Muito longe, no mínimo a 10km, ergue-se o Palácio da Alvorada, onde reside o presidente... Em um lago, duas ninfas de bronze ocupam-se em se pentear: dizem que elas representam as duas filhas de JK arrancando os cabelos porque relegadas a Brasília.
Juscelino Kubitschek:
Tivemos com ele, em seu gabinete, uma breve conversa, bastante formal. Ele encara Brasília como obra sua, pessoal. Na Praça dos Três Poderes há um museu consagrado à história da nova cidade. Dir-se-ia uma escultura abstrata; simples, inesperado e muito belo; infelizmente, de uma das paredes, surge, em tamanho maior que o natural e verde, a cabeça de Juscelino.
Cidade livre:
A impressão é de uma cidade do faroeste...a calçada é uma confusão; pisam-nos os pés, a poeira avermelha nossos sapatos, entra em nossos ouvidos, irrita nossas narinas, arranha nossos olhos, o sol nos castiga. No entanto, nos sentimos felizes, porque nos reencontramos na terra dos homens.
Risos:
Freqüentemente acontecem incêndios; a madeira, naquela secura, inflama-se com rapidez; pouco antes de nossa chegada um quarteirão pegara fogo; não houve vítimas, mas viam-se, por toda parte, escombros, destroços, móveis enegrecidos, sucata, colchões rasgados. Esquecíamos, porém, essa tristeza, vendo pelas ruas, da Cidade Livre os candangos abraçando-se e rindo. Eles não riam em Brasília.
Mito ou monstro
Jorge Amado reconhecia que Brasília era um mito...Guardo a impressão de ter visto nascer um monstro, cujo coração e pulmão funcionam artificialmente, graças a processos de um custo mirabolante.

domingo, 18 de abril de 2010

A escola e suas atividades: o papel do professor

Por Carlos Henrique Carvalho

Inicialmente é preciso destacar que a escola ainda não é um espaço democrático na construção do conhecimento, visto que o estudante precisa ser mais bem reconhecido como alguém fundamental para o efetivo exercício do ensinar-aprender. Neste sentido, infelizmente não é possível afirmar que a escola trata o aluno nem como sujeito, tampouco como alguém ativo dentro do sistema de ensino. Apesar dos educadores terem a função/missão de contribuir para a formação do processo de identidade, isto não vem ocorrendo a contento.
A escola carece de uma estrutura pedagógica capaz de se orientar por uma relação mais dinâmica, acolhedora e capaz de ouvir o que for preciso. No entanto, ainda que seja um espaço relacional que abriga alunos com diferentes idéias, culturas e modos de vida, ela precisa estabelecer melhor essa possibilidade de abertura para as diferenças existentes dentro dela e da comunidade na qual se encontra inserida. Creio que este seria um caminho para colaborar com o processo de construção da identidade dos educandos.
Por sua vez, acrescento cinco atividades educativas adequadas ao desenvolvimento do “status quo” do educando:
1. Criação de um enfoque disciplinar filosófico baseados na dramatização oral-textual através do teatro de situação, que visa reconhecer um determinado contexto social no qual os alunos se encontram inseridos (a violência, por exemplo) e estimulá-los a descobrirem porque e como o cotidiano de sua comunidade pode ser visto e (re) transformado.
2. Criar o cantinho da leitura (biblioteca) e da cultura na escola que terá a responsabilidade de criar oficinas, cursos, seminários voltados para o desenvolvimento intelectivo e humano dos alunos.
3. Construir um projeto sócio-cultural e educacional que envolva a comunidade na qual a escola esteja situada e mantenha uma política de premiações para formação de escritores, cordelistas, cantores, atores, atletas, etc.
4. Incentivo as gincanas matemáticas, culturais e esportivas como forma de preparar os alunos para o entendimento de raciocínio lógico e conscientizá-los da importância de cuidar da mente e do corpo.
5. Criação do projeto cultural (jornal do colégio) e do concurso de redação aberta para estimular a juventude a produzir e melhorar sua escrita e produção textual.
Assim, o papel do professor do Ensino Médio na melhoria do desempenho dos alunos deve passar pela compreensão de que também é responsável pelo péssimo nível do ensino e, logo, pelos índices negativos da educação brasileira. Só será possível falar em participação dos professores desse nível de ensino se houver um engajamento por parte deles, seja elaborando os projetos pedagógicos no sentido de melhorar a qualidade do ensino de ciências, matemática, português, filosofia, etc. seja construindo uma relação de afinidade com os membros da escola, inclusive, os alunos tomando noção do seu problema e tendo a condição de trabalhá-la melhor.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Celeuma em torno da questão racial



Por Carlos Henrique Carvalho

No dia em que se completa 171 anos de nascimento do conterrâneo Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde e ao mesmo que o senado federal aprova a lei que criminaliza a homofobia, venho falar de uma temática forte: a discriminação racial. Sem dúvida, o preconceito racial tem toda a relação histórica e cultural imbuída num período perverso e nefasto do Brasil: o colonialismo que gerou mais de 350 anos de escravidão.
Há muito a discriminação racial é considerado crime através da lei Afonso Arinos de 3 de julho de 1951 posteriormente revogada pela lei Nº 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985. No entanto, por uma série de motivos, dentre os quais figura o atraso cultural brasileiro, o racismo ainda existe e o costume criminoso acaba perdurando.
Poucos sabem, mas o pescador, nascido na praia de Canoa Quebrada, em Aracati, ganhou o apelido de Dragão do Mar pela sua gloriosa luta contra a escravidão no Ceará. Em consequência de sua atitude de suspender o transporte escravo, o Ceará decretou, pioneiramente no Brasil, a libertação de seus escravos em 1884, quatro anos antes do dia 13 de maio da abolição brasileira. Nascido em Canoa Quebrada em 1839, Chico da Matilde se torna o Dragão do Mar, combatente decisivo na abolição da escravatura. A história de Dragão do Mar simboliza a luta contra a mais vergonhosa mancha no país: a escravidão, responsável por muitos problemas que enfrentamos.
Imbuído neste movimento histórico, é preciso estimular não só as escolas, como a sociedade de um modo geral para que aprenda a trabalhar este problema de forma aberta, sem máscaras, a fim de apagar essa mancha absurda que suja nossa história. Pensar com o racismo é retroagir a mentalidade e tentar esconder as raízes dos males que assolam o Brasil.
Ps: A estátua de Dragão do Mar confeccionada por Murilo Sá Toledo pode ser vista no Centro Cultural que leva o nome do herói cearense em Fortaleza.
Em tempo: após ter terminado este post, aconteceu um suposto caso de racismo no futebol brasileiro que me eximirei de comentar.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dois questionamentos acerca da escola


Por Carlos Henrique Carvalho

Gostaria de iniciar minhas considerações com dois questionamentos: Em que sentido a realidade social contribui para definir as diretrizes pedagógicas da escola? Até que ponto a escola pode influir para transformar as condições sociais? Estas questões vêm à tona sempre que refletimos sobre o papel da educação na escola e na sociedade.
Desde a promulgação da LDB em 1996 que contempla na formação do educando a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes Tecnologias às áreas de atuação. Propõe-se no nível do Ensino Médio a formação geral em oposição à formação específica o desenvolvimento de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, de criar, de formular, ao invés do simples exercício de memorização.
Assim, a escola vem manifestando uma preocupação mais ampla em torno da organização pedagógica como elemento fundamental na construção de uma identidade sócio-educacional. Nesse ínterim, a organização pedagógica deve se pautar por um processo cíclico, criativo, formativo, integrador e renovador de análise, interpretação e síntese das dimensões que definem a Instituição.
Daí que o ser humano é um corpo consciente, capaz de conhecer a realidade, interagindo com os seus iguais e diferentes. Neste contexto, inteligência significa muito mais que um ato solitário. Implica cada um tornar-se melhor, contudo em nome de propósito cada vez mais solidários e criativos. Vivemos numa sociedade em que os homens privilegiam alguns princípios e idéias que nos desafiam a constantemente refletir e repensar o cotidiano. Portanto, o processo de conscientização sempre se realiza em seres humanos concretos, inserido em estruturas sociais, políticas e econômicas.
Por isso, não somente o nosso trabalho de docente deve estar envolvido no processo cíclico de organização pedagógica, mas quando a gente compreende a necessidade de adequar aos conteúdos da escola, a dimensão humanística, técnica científica, política, social, colabora também quando se preocupa em desenvolver no aluno uma liderança mais criativa e solidária, inserindo este aluno no mundo real e complexo, fazendo-o compreender que as mudanças estruturais também necessitam da participação dele, pois defendo a idéia de que a escola não é o lugar para domesticar ninguém, mas um espaço para a construção da cidadania.

domingo, 11 de abril de 2010

Por que precisamos avaliar o ensino?


Por Carlos Henrique Carvalho

A imagem em destaque foi utilizada numa das aulas do modulo de Didática Geral do curso de capacitação e construi o seguinte texto a respeito do papel da avaliação no ensino:
Inicialmente é preciso evidenciar que as imagens representam contextos históricos distintos: há uma diferença temporal de 40 anos entre a primeira e a segunda imagem. Nesse sentido, destaca-se uma mudança de paradigma sócio-cultural e comportamental caracterizado por dois fatores: transição de valores e inversão de responsabilidade.
No quadro de 1969, o aluno é repreendido pelos pais e no quadro seguinte os pais repreendem o professor. Nesse caso, o professor de autoridade reconhecida e valorizada perde a credibilidade diante dos pais que o culpam pelas notas baixas do filho. Ora, fica claro que há uma mudança brutal entre as imagens no que tange a responsabilidade do professor para com o processo educacional do aluno. No entanto, o que não se verifica de modo algum é a responsabilidade dos pais para com a educação do filho. Em outras palavras, a transição de valores e a inversão de responsabilidade atingem somente professor e aluno, como se os pais fossem meros agentes passivos no processo de educação do filho.
Sem dúvida, é desolador constatar como a autoridade do professor se encontra em xeque, servindo para que a transmissão da culpa pelo fracasso do ensino recaia somente em sua figura. Esses problemas fazem com que seja sumamente necessário rever a polêmica relação existentes entre avaliação e aprendizagem.
Por isso, o papel da avaliação é sumamente necessário para justificar a validade de qualquer projeto desenvolvido na educação e sua melhor qualificação no tocante ao conhecimento. É inegável, pois que a avaliação seja um estímulo à produção na pesquisa, visto que os alunos tendem a valorizar sua prática rumo ao processo de qualificação constante.
Hernandez (1998) em sua obra “Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho” identifica três fases no processo de avaliação dos alunos que são:
1. Avaliação inicial que busca compreender as virtudes e as deficiências do aluno de modo que seja possível trabalhar metodologias mais apropriadas à melhoria no nível de aprendizagem.
2. Avaliação formativa: neste momento, busca-se o progresso no aprendizado através da composição do conhecimento que por sua vez se dá pelos métodos de ensino constantemente trabalhados e aperfeiçoados quando se evidencia a aprendizagem.
3. Avaliação recapitulativa: um retorno às coisas mesmas que foram trabalhadas no decorrer do projeto, o que mostra a capacidade de rever e avaliar o que de positivo ou negativo foi construído ao longo do processo. Em outras palavras, busca-se compreender o momento da maturação da aprendizagem, isto é, o quanto o aluno adquiriu as habilidades propostas a partir das situações de ensino-aprendizagem.
Assim, o SPAECE como medida de avaliação censitária e universal do sistema de ensino como um todo (o que avaliar?), orientada pelos PCN e RCB possui a finalidade de verificar o nível de proficiência e a evolução do desempenho dos alunos (para que avaliar?). Nesse sentido, a escola, o professor e o aluno (quem é avaliado?) passam pelo processo de avaliação de modo que ajudem a tornar plausível o andamento da educação pública. Por outro lado, é preciso admitir a necessidade desse processo de avaliação ocorrer de forma permanente, contínua ininterrupta e constante (quando avaliar?), pois ao se utilizar de instrumentos diversos (como avaliar?) com base na Matriz de Referência (o conteúdo programático o nível de operação mental necessário para a realização das tarefas) pode-se obter resultados concretos no nível de ensino e, assim, traçar metas e executar ações para que o ensino seja melhorado.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Atualizando post


Por Carlos Henrique Carvalho



Após dias distantes do convívio com o blog, em função de incontáveis trabalhos e um estafante concurso público cujo resultado da última etapa trouxe-me a certeza da aprovação, embora tenha gerado desgastes e doenças que me obrigaram a manter distância dos afazeres e dos prazeres proporcionados pela escrita. Volto vagarosamente a este ambiente para iniciar uma série de postagens sobre educação, fruto de trabalhos desenvolvidos durante o curso de capacitação dos professores que participaram do concurso da SEDUC e acredito que serão de muita valia para todos nós, interessados em compreender a educação brasileira.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Capitais das desigualdades


Por Carlos Henrique Carvalho

Reportagem divulgada em diversos meios de comunicação aponta as capitais mais desiguais no Brasil. Pra não variar, Fortaleza ocupa vergonhosa posição na lista da ONU como uma das cidades mais desiguais do mundo.
A herança maldita deixada por um longo e nefasto período colonialista continua repercutindo nos países marcados por dois lados: uma ampla maioria, miserável, castigada de todas as formas e uma minoria, opulenta, opressora e que falta com o respeito ao outro, sendo incapaz de entender a existência no aspecto coletivo, social.
Esta é mais uma triste nota do cotidiano de dor e deseperança.
Abaixo, segue as reportagens de alguns veículos de comunicação:

http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2010/03/19/cidades-brasileiras-estao-entre-as-mais-desiguais-afirma-onu.jhtm

http://opovo.uol.com.br/brasil/964124.html

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2010/03/19/quatro-capitais-brasileiras-estao-entre-as-mais-desiguais-do-mundo-diz-onu-916122672.asp

http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=286069&modulo=178

quarta-feira, 17 de março de 2010

Antonio Conselheiro 180 anos


Por Carlos Henrique Carvalho

Quem teve oportunidade de estudar a historia de Canudos deve ter ouvido falar de Antônio Conselheiro, figura emblemática do movimento social nordestino no século XIX. Nascido em Quixeramobim, sertão do Ceará constituiu-se no grande líder do arraial de Canudos, um pequeno vilarejo no sertão da Bahia que atraiu milhares de sertanejos, entre camponeses, índios e escravos recém-libertos, e que foi destruído pelo Exército da República na chamada Guerra de Canudos, que durou um ano e mobilizou mais de 10 mil soldados oriundos de 17 estados brasileiros e distribuídos em 4 expedições militares. Estima-se que morreram mais de 25 mil pessoas, culminando com a destruição total da cidade.
A Guerra de Canudos e a saga heróica de conselheiro é relatada por Euclides da Cunha em “Os Sertões”. Neste sentido, não poderia de deixar de relembrar um pouco a respeito da figura messiânica, exemplo de resistência e coragem.

Para conhecer mais a historia da Guerra de Canudos e Antônio Conselheiro clique em:


terça-feira, 16 de março de 2010

Derrota da educação


Por Carlos Henrique Carvalho

Que o Brasil desvaloriza a profissão de professor, isto não é novidade para ninguém. O fato que mais desestimula um futuro professor da educação básica a seguir carreira é descobrir que será mal pago, pois o professor possui o menor teto salarial dentre todos os profissionais com nível superior.
Mesmo com a aprovação do piso salarial nacional para o magistério da educação básica discutido e definido juridicamente e sancionado pelo presidente Lula através da Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, os governantes insistem em continuar pagando abaixo do piso.
Segundo o site ação educativa:
“Após ser sancionada, porém, a referida Lei teve sua constitucionalidade questionada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4167 (ADI 4167), promovida por governadores de cinco estados – Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os governadores questionaram na ADI alguns aspectos que delimitam a forma de implementação do piso: (i) a menção à jornada de 40 (quarenta) horas semanais; (ii) a forma de composição da jornada de trabalho, garantindo-se no mínimo 1/3 (um terço) da carga horária para a realização de atividades de planejamento e preparação pedagógica; (iii) a vinculação do piso salarial ao vencimento inicial das carreiras dos profissionais do magistério da educação básica pública; (iv) os prazos de implementação da lei; e (v) a própria vigência da Lei”.
Em suma, os governantes dos Estados citados não querem pagar o que é de direito de todos os professores. Hoje tivemos na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, um debate acerca da revisão dos PCCR do magistério da educação básica da rede pública e somente uma palavra pode expressar o que sinto neste momento: decepção.
Ontem, 15 de março foi o dia da escola. Hoje, estou decepcionado por ser professor.

A interessante matéria sobre o piso salarial dos professores pode ser visualizada em:

http://www.acaoeducativa.org.br/portal/index.phpoption=com_content&task=view&id=1636&Itemid=2

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A troco de que?


Por Carlos Henrique Carvalho

Reportagem divulgada hoje no jornal Folha de São Paulo informa que os custos para a realização da segunda Copa do Mundo em território tupiniquim atingirão números exorbitantes.
Existem inúmeras justificativas para um orçamento tão exorbitante, mas dentre eles ninguém menciona os desvios vultosos de recursos promovidos pela maior instituição pública e privada brasileira: a corrupção a rodo S.A que se instalam nos escalões mais altos do governo e nas grandes corporações, aqueles mesmo nos quais as verbas correm como as águas de um rio. Enquanto isso, os braços se cruzam e a miséria mantém suas raízes bem fincadas na cultura do Brasil.
O que será de um país que vai promover um espetáculo estrondoso a um custo no mínimo proibitivo e a troco de que?
Reportagem na íntegra no sitio abaixo.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u695102.shtml


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Minicurso Sartre


Por Carlos Henrique Carvalho

Durante os dias 21 e 22 de janeiro, estarei apresentando juntamente com os membros do GES-UECE, no Encontro Nacional dos Estudantes de Filosofia em Fortaleza (ENEFIL), o Minicurso A CRÍTICA FENOMENOLÓGICA DE SARTRE À PSICOLOGIA E SUAS POSSÍVEIS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃO.
Qualquer informação a respeito pode ser obtida por meio do blog:


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Aos filhos do Haiti


Por Carlos Henrique Carvalho

A dor sem tamanho, o ímpeto do desespero,
Tomou os rumos daquele lugar,
Tudo que parecia sólido desabou,
Diante de um sopro na escuridão.

Hoje tudo é liquido, frágil, insondável,
A vida liquidada entre escombros.
A mãe que chora ao ouvir a voz do filho do outro lado da linha.
Todos os que choram a morte de quem já não pode mais retornar a casa.

Aos filhos do Haiti que sofrem a vida indigna
E a dor mais forte de não ter os rumos dos próprios passos.
Oh, Haiti, não só teus filhos choram a tua dor,
Dilacera no peito a amarga dor, sem cor, calor, somente vazios, mortes e destruição.

Que mão pior pousa sobre Haiti: o homem ou a catástrofe?
Oh, filhos do Haiti, de uma terra estéril, morta
Que rumos do mundo determinarão tua sorte?
Haiti, sem sorte, sem alma, sem pulso forte, só mortes.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Quando o preconceito impera



Por Carlos Henrique Carvalho
A primeira postagem de 2010 trata de um tema delicado por mexer com uma questão que pode machucar qualquer um. Quando o péssimo costume do preconceito domina as consciências do povo, qualquer atitude infame ou agressiva passa a ser justificada em nome de cultura ou uma história. No caso em questão, no ultimo dia do ano de 2009, um determinado jornalista de uma grande rede de comunicação cometeu a infâmia de falar mal de dois lixeiros que deixavam suas mensagens de felicitações pela passagem de ano: "Que m... Dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras. Dois lixeiros... o mais baixo da escala de trabalho".
A presepada infeliz, a atitude irresponsável e, sobretudo, excludente, do jornalista ganhou repercussão nacional, tendo em vista que uma pessoa como essa influi de alguma forma na opinião pública, o que ajuda a manter o péssimo habito do preconceito e isto não dar para aceitar, pois qualquer forma de discriminação deve ser combatida em favor de uma sociedade menos injusta, ainda que a divisão de classes seja uma verdade. É sempre oportuno lembrar que quanto mais cultivamos os hábitos retrógrados dos preconceitos (social, racial, físico) mais ajudamos a legitimar todas as formas de violências.
Além do mais, pedir desculpas (atitude adotada pelo jornalista) não é o mais difícil. Difícil é superar o péssimo costume de diminuir as pessoas por sua condição social, cor de pele, pertencimento econômico, etc. agindo com uma naturalidade abominável no alvorecer do século XXI. Contra isso que devemos lutar sempre. Sejamos sinceros para admitir que a atitude do jornalista reflete bem a sociedade em que vivemos e não hipócritas para fingir que este tipo de postura foi um caso isolado.
Em tempo: apesar dos pedidos de desculpas, a emissora e o jornalista estão sendo processados.