segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O lado B da política


"Se os comunistas têm razão, então eu sou o louco mais solitário em vida. Se eles estão errados, então não há esperança para o mundo." [ Jean-Paul Sartre ]

A cada dia que passa fico menos surpreendido e estupefato com a situação da política no mundo, mergulhado no enigma do labirinto infindável, marcada por alianças sem fundamentos, de jogos estapafúrdios, de artimanhas cuja finalidade é una: sustentar o poder a qualquer custo. A política muda sempre no sentido anti-horário, no caminho do retrocesso; é sempre um campo minado repleto de condições complexas que põe o homem em situações extremas exigindo ações enérgicas e eficazes.

Em se tratando de ação política não se pode comungar uma ética que siga com seriedade a tese de que a coisa pública é de todos. Por isso, podemos eleger toda a sorte de políticos(pessoas) possíveis, que não teremos a garantia de uma boa administração dos bens públicos, senão, corremos riscos de a "res publica"- o que é de todos - ser sempre algo particular.

Da fato, a finalidade do sujeito político tem sido no contexto geral, a do conforto particular. Procura os meios de satisfazer a si mesmo, ainda que os discursos, cada vez mais moralistas, valham para os outros, não para ele. Acho que todo mundo já deve ter se perguntado: o que é um político? Se for lícito dar uma resposta, fico sem saber responder a contento, haja vista a gama de controvérsias que existem para determinar o que pode ser. Ainda assim, posso apontar algumas colocações que nos servem de mote para a reflexão:
- O político deve ser um líder, altruísta e acima de tudo representar a vontade do povo.
- O político é uma sumidade porque sua ação provoca uma estrondosa reação e sua inércia é um pecado para a qual não se tem perdão.
- O político é naturalmente carismático, atrai a atenção de todos com o seu modo de falar e agir, com ou sem pudores.

Mas na prática o político é aquele sujeito que a cada 2 anos, durante os pleitos municipais ou federais caminha de mãos dadas com o povo, mas ao passar este período age que nem Pôncio Pilatos - figurinha carimbada na história biblica-, lava as mãos e expia suas culpas, esquecendo o povo e relegando-o ao sumo ostracismo. O político é como um cofre cheio de senhas e segredos que vive num castelo de areias e age rodeado de malícias e mentiras, diz uma coisa mas faz outra, isto é, conspira, troca favores, faz coligações com Deus e o diabo ao mesmo tempo.

O problema da política é que tem gente demais querendo ser político, mas quase ninguém comprometido com a "res publica". Ser político é sinônimo de um emprego com garantias de pomposos recursos públicos e salários estratosféricos, considerando a realidade brasileira e mundial. Daí se justifica porque tanta gente se "arriscam" candidatar a um cargo público.

Nesse caso resta uma indagação: Será que alguém se candidataria se o salário oferecido fosse mínimo e os benefícios fossem os mesmos que um trabalhador recebe?

Carlos Henrique Carvalho

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Difícil é...



"Porquanto tudo é difícil sem você."

Difícil é ter que esconder,
O que passou furiosamente como um raio,
Voltar a construir o inacabado,
Tentar esquecer aquele amor,
Fazer da vida sempre um novo amor.

Não é fácil aceitar e simplesmente procurar,
Os outros caminhos tardios,
O que resta de você,
São pedaços partidos, fragmentos de um sonho,
Que o coração tresloucado deixou na saudade.

Todas as noites claras vividas,
Mostra o retrato de minha imagem agredida.
Tantas vezes olhava acima,
contemplava as nuvens eternas,
Mas me via perdido em todos o sentidos.

Tudo era tão simples, mas nada dizia,
Mudava o mundo, mas nunca a vida,
Emperrava sempre nos singelos obstáculos,
vivia como um peixinho
Fora de sua única morada.

Difícil é formar um lado,
Quando se sabe que existem dois,
e perde-se na escolha certa.
Impossivel é viver sem um amor,
Procurar e jamais encontrar.

Termino no princípio da vida,
Sei que conviver com este desejo não é fácil.
Difícil é contemplar uma imagem,
Guardar teu retrato na saudade,
Sem nunca ter gostado de você.

Ps: Poema escrito em 03/01/1998.
Carlos Henrique Carvalho

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Perigo à vista na Beira-mar


Outrora berço de poetas e artistas, que com sua espontaneidade cantaram em torno da beleza do céu e do mar que banha nossa cidade, a Beira - mar mostra novamente porque declinou como local apropriado para a prática do lazer e se tornou lugar comum para bandidos de todas as espécies fazerem a "festa".
Nesta semana foi amplamente noticiado a falta de segurança num dos locais mais frequentados por turistas e cidadãos cearenses. A repercusão nacional da insegurança que grassa por nossas bandas nos faz cair na dura realidade de um projeto pomposo- Ronda do Quarteirão - que até agora tem tido sua eficácia contestada. Rebatendo na mesma tecla, os altos gastos feitos até o momento não vem condizendo com a sensação de segurança que nós precisamos sentir e ver.
Para termos uma idéia, os patinetes adquiridos pelo Governo do Estado do Ceará, no valor de R$ 28 mil cada, até onde se consta não tem tido utilidade para os policiais na prevenção e no combate aos assaltos. No vídeo exibido pelo Jornal do 10 da TV Verdes Mares - afiliada da Rede Globo - dois policiais se chocam ao cruzarem os pneus dos patinetes e um deles cai ridicularmente. Mas a cena mesmo sendo patética mostra apenas o profundo despreparo dos policiais em lidar com um equipamento desse tipo, por sinal, caro e oneroso.
Pelo visto, nosso Estado tem muito dinheiro para gastar com essas engenhocas contemporâneas, mas falta sempre políticas públicas eficazes para acabar com a falta de vagas nas escolas, a lotação nos hospitais e a promoção de uma sociedade menos desigual. Realmente, rimos para não chorar, porque vão as nossas bolsas, nossos bens, mas rezamos para a vida ficar.
No mais, um governo que vem se promovendo por puro marketing e pouca ação, não obstante se passar por rídiculo corre sério risco de se afundar no ostracismo e na inoperância.

Carlos Henrique Carvalho

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Os beijos teus.



Numa noite fria, um beijo acontecia,
e nossas almas se puseram a cantar,
Mas o que meu coração louco não sabia
É que impetuosamente passaria a te amar.

Jamais! tão louco aquele dia,
Em que lutava contra um desejo insano,
Quanto mais tentava, menos fugia,
A noite faz da nossa vida um doce encanto.

Por mais que passe o tempo nunca esqueço,
Os beijos teus estão eternizados no recôndito da memória,
E a canção em que dançávamos ao revoar faz nossa história.

Nem o pior dos tempos é capaz de enegrecer o céu do Mucuripe,
Nem mesmo a saudade é dona de minha vida,
Porque encontrei em você o recanto mais belo do viver.