quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Festividades e reflexão

Por Carlos Henrique Carvalho
Depois de mais um ano de intensas atividades, de conquistas e fracassos, agradeço a todos os que estiveram presentes-ausentes na vida concreta e nos espaços virtuais dialogando, confraternizando e mantendo a chama da existência em constante mudança. Mas ao invés de simplesmente nos limitarmos a comemorar as festividades sociais de todo fim de ano, creio que deveríamos refletir muito sobre algumas questões: O que estamos fazendo conosco e com os outros? Será que os caminhos percorridos durante todo o ano de 2009 ainda valem a pena ser seguidos? Em que sentido precisamos melhorar? O que temos aprendido na estrada da vida? Qual o valor que buscamos para nossa vida?
A todos os amigos minhas saudações cordiais e desejo de boas festividades.

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.
(Fernando Pessoa)

domingo, 20 de dezembro de 2009

Sinal fechado para o meio ambiente


Por Carlos Henrique Carvalho
Após mais de 10 dias da Conferência Mundial Sobre o Clima em Copenhagen (COP-15), o fracasso e o impasse prevaleceram. Quando lideres políticos mundiais resolvem se encontrar para discutir o meio ambiente, a única coisa que acontece é muito discursos prolixos, palavras empoladas, raras idéias objetivas e nenhuma proposta plausível. Nesse sentido, as atitudes ficaram somente no plano das idéias, nos discursos fúteis, na perda de tempo e, no final das contas, o meio ambiente mais uma vez saiu perdendo.
Cada dirigente simplesmente se recusa a aceitar uma abertura para a redução de danos ambientais e o que mais se viu foi uma preocupação com o dinheiro (o único consenso possível foi que ninguém aceita perder dinheiro para poder diminuir as emissões de gases causadas pelas indústrias - China e EUA que as digam!). Sequer se deram ao trabalho de levantar possibilidades de uma produção econômica forte com a idéia de desenvolvimento sustentável. Em suma, a produção econômica está sempre em primeiro lugar e a sobrevivência da espécie humana que se lixe.
O homem pode até não ser o causador do aquecimento global, mas é sem dúvida, seu maior complicador. Explico: A variação média de temperatura no planeta tem uma relação direta com a energia emitida pelo sol que temporalmente varia bastante (isso por si não culpabiliza o homem). No entanto, quanto mais o homem contribui para a degradação do meio ambiente, mais o clima esquenta e é ai que começam os problemas.
Todo consenso deve vir precedido de uma abertura ao dialogo e a ação efetiva. Quando nenhuma abertura acontece, as catástrofes de todas as espécies tomam amplos espaços em prejuízo de todas as formas de vidas.
Dentre os principais pontos do Acordo de Copenhague vemos:
- O acordo é de caráter não vinculativo, mas uma proposta adjunta ao acordo pede para que seja fixado um acordo legalmente vinculante até o fim do próximo ano.
- Considera o aumento limite de temperatura de dois graus Celsius, porém não especifica qual deve ser o corte de emissões necessário para alcançar essa meta.
- Estabelece uma contribuição anual de US$ 10 bilhões entre 2010 e 2012 para que os países mais vulneráveis façam frente aos efeitos da mudança climática, e US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para a mitigação e adaptação. Parte do dinheiro, US$ 25,2 bilhões, virá de EUA, UE e Japão. Pela proposta apresentada, os EUA vão contribuir com US$ 3,6 bilhões no período de três anos, 2010-12. No mesmo período, o Japão vai contribuir com US$ 11 bilhões e a União Europeia com US$ 10,6 bilhões.
- O texto do acordo também estabelece que os países deverão providenciar "informações nacionais" sobre de que forma estão combatendo o aquecimento global, por meio de "consultas internacionais e análises feitas sob padrões claramente definidos".

- O texto diz: "Os países desenvolvidos deverão promover de maneira adequada (...) recursos financeiros, tecnologia e capacitação para que se implemente a adaptação dos países em desenvolvimento";
- Detalhes dos planos de mitigação estão em dois anexos do Acordo de Copenhague, um com os objetivos do mundo desenvolvido e outro com os compromissos voluntários de importantes países em desenvolvimento, como o Brasil.
- O acordo "reconhece a importância de reduzir as emissões produzidas pelo desmatamento e degradação das florestas" e concorda promover "incentivos positivos" para financiar tais ações com recursos do mundo desenvolvido.
- Mercado de Carbono: "Decidimos seguir vários enfoques, incluindo as oportunidades de usar is mercados para melhorar a relação custo-rendimento e para promover ações de mitigação.
Apesar de ter escritos estas linhas não posso dizer que estou surpreso com os resultados desses “trabalhos” políticos. Seria de estranhar que as constantes agressões humanas ao ecossistema acabassem por conta de uma reunião puramente política.
A natureza não perdoa os deslizes humanos, a qualquer tragédia anunciada basta remeter ao fracasso de Copenhagen.
Sitio onde é possível ver “tudo” sobre a reunião política.
http://www.cop15brazil.gov.br/pt-BR/?page=noticias/acordo-de-copenhague

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mais sujo que pau de galinheiro


Por Carlos Henrique Carvalho

Corrupção faz parte da vida pública?
Se usarmos os políticos de Brasília como mau exemplo, a máxima conhecidíssima se encaixa com exatidão. Nenhuma palavra consegue explicar tão bem o significado de improbidade como o termo roubo tendo em vista que a dilapidação desenfreada dos cofres públicos definitivamente é mais epidêmica do que qualquer gripe. Nesse esquema sujo são beneficiados empresários, políticos e seus correligionários.
Infelizmente política e transparência não combinam mesmo, qualquer revelação que acontece nos bastidores da política não deveria surpreender, mas ser logo tratado como caso de policia. Fosse com um cidadão que trabalha 8 h por dia, 40 a 44 horas por semanas certamente estaria algemado no primeiro xilindró da esquina.
O complicado foi ter que agüentar as fajutas explicações do governador José Roberto Arruda (O chefe da quadrilha), envolvido até o pescoço que afirma que o dinheiro do corrupto esquema (o neologismo mensalinho e a picaretagem do caixa dois) foi pego para comprar panetone e distribuir entre os pobres ou a clássica e velha desculpa de armação pelos inimigos políticos e consequente tentativa de golpe. Enterrado num lodaçal de sujeiras e falcatruas, nenhuma explicação consegue convencer mais do que as imagens vistas e divulgadas pelo mundo todo.
O exemplo dado pelos políticos de Brasília não poderia ter sido pior e passa sempre a imagem negativa de que o poder foi feito para se corromper. Agora resta esperar que o judiciário cumpra o seu dever e expulse todos os envolvidos nessa fatídica e lamentável história que acontece no país das ilusões.

sábado, 21 de novembro de 2009

Viver e sonhar


Por Carlos Henrique Carvalho

Viver nunca foi tão simples como sonhar,
Porque sem sonhos vivemos ensandecidos,
Mesmo quando os caminhos parecem perdidos,
Há uma chance única de o tempo parar.

É quem desconhece a tumba do imprevisível,
Mas assim mesmo não teima e vai com andor,
Na hora em que sonhar tornar-se impossível,
Perderemos a noção do que um dia foi o amor.

Loucos, os que gritarão pelo luar,
Cegos, não mais viverão ao relento,
E a vida sem sonho é um longo tormento.

O poeta dos sonhos revive o seu cantar,
E o sonho é sempre um encantamento,
É o outro canto que destoa o lamento.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Debate do filme O menino do pijama listrado

Por Carlos Henrique Carvalho

Segundo e-mail recebido do coordenador do programa:
"O Cineclube UNIFOR é uma atividade de extensão universitária que visaformar platéia para o cinema e o debate. Ele funciona há cinco anos, sempre às quintas feiras as 13:30 na sala A da videoteca da UNIFOR (Centro de convivência, segundo andar). Todos são convidados afreqüentar e a entrada é franca. Buscamos exibir filmes com temáticasvariadas, com dois convidados participando dos debates que se seguemàs exibições. Os filmes são sugeridos pelo debatedor ou escolhidospelo coordenador, professor Marcio Acselrad. Estamos sempre abertos as ugestões e buscamos estimular a participação de professores dos diversos cursos da UNIFOR e de fora. O Cineclube UNIFOR conta também com um programa na TV universitária (Canal 14 da Net) e na TV Ceará (sábado as 11hs e quinta feira as 18hs) em que são exibidos os debates intercalados com cenas dos filmes exibidos".
O filme em questão foi escolhido por mim e será debatido juntamente com o advogado Internacional Thomas Mastronardi. Assim, convido a todos os interessados a assistirem e acompanharem o debate do filme "O menino do pijama listrado".

domingo, 8 de novembro de 2009

O dia em que um muro caiu


Por Carlos Henrique Carvalho


Há 20 anos (9 de novembro de 1989), depois de 28 anos de existência, ruiu o muro de Berlim, uma aberração política criada pela Guerra Fria, que separava a Alemanha em duas nações (uma capitalista e outra comunista). A queda simboliza o marco final da guerra fria e a reunificação não apenas política, mas estrutural (geográfica, econômica, social, etc.) de uma nação que pagou um preço muito caro por duas fatídicas guerras mundiais.
A derrubada do Muro, abriu o caminho nao apenas para a reunificação alemã, que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Mas historicamente significou o fim da Guerra Fria. Por isso, o fato histórico não poderia deixar de ser relembrado, mesmo porque hoje vivemos rodeados de muros, obstaculizando a vida e nada fazemos para mudar essa condição espúria.
Quem quiser conhecer os motivos ou simplesmente tiver curiosidade acerca desse muro, deixo a sugestão de alguns sites:

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Claude Lévi-Strauss e a herança de um pensamento para o século XXI


Sobre Claude Levi Strauss, falecido em 31/10/2009 aos 100 anos.
Noticia retirada da AFP

PARIS, França — Claude Lévi-Strauss mudou nossa percepção de mundo ao estabelecer as bases da Antropologia moderna, e influenciou gerações de cientistas que dão continuidade a sua obra.

Desde os anos 1950 e depois da publicação de sua tese sobre "As estruturas fundamentais de parentesco" (1949), Lévi-Strauss implementou um novo método de análise, que passou a ser ferramenta comum dos antropólogos, especialmente na França.

O "parentesco" - ou seja as regras de aliança, filiação, residência ou transmissão nos povos - é o eixo da Antropologia, que estuda o homem em sua dimensão social.

"O grande tema da Antropologia é a variação entre as diferentes culturas. Por que há culturas diferentes?", resume Anne-Christine Taylor, especialista em culturas indígenas da Amazônia e ex-aluna de Lévi-Strauss.

"Para esta questão, ele contribuiu com uma abordagem totalmente nova, partindo do pressuposto de que há uma ordem por trás das diferentes culturas. Não ocorre ao acaso. Não é simplesmente a história que torna as sociedades diferentes, e menos ainda as diferenças genéticas e outras, como se acreditava no século XIX", acrescenta.

A transformação dessa intuição em uma disciplina constituiu o Estruturalismo, do qual Claude Lévi-Strauss é considerado fundador.

Em meados dos anos 1950, a publicação de "Tristes trópicos" (1955) consagrou sua reputação internacional.

O livro, de grande qualidade literária, o permitiu ter acesso a um público amplo, muito além da comunidade científica. E isso apesar de o estilo e o método de Lévi-Strauss terem suscitado questionamentos, em particular entre os cientistas anglo-saxões.

Titular da cátedra de Antropologia Social do Colégio da França a partir de 1959, o antropólogo formou uma primeira geração de alunos que, como Françoise Héritier, exploraram e prolongaram sua teoria de parentesco.

"Hoje, uma segunda geração continua enriquecendo a Antropologia, inspirando-se nas partes um pouco subterrâneas do pensamento de Claude Lévi-Strauss", afirma Anne-Christine Taylor, que dirige o Departamento de Pesquisa e Ensino do Museu do Quai Branly.

Cientistas como Emmanuel Desvaux, que estuda as populações indígenas da América do Norte, ou Philippe Descola, especialista em índios da Amazônia, são herdeiros de Lévi-Strauss. Mas o antropólogo influenciou também jovens cientistas brasileiros, como Eduardo Viveiros de Castro, que explora a fronteira entre Filosofia e Antropologia.

"Têm uma relação com a obra de Lévi-Strauss um tanto diferente da geração anterior, ao mesmo tempo mais crítica e muito fiel ao espírito de sua obra", ressalta Taylor.

O retorno de Lévi-Strauss foi promovido nos últimos anos por filósofos. Depois dos grandes debates que o opuseram nos anos 1960 a Jean-Paul Sartre, entre outros, Lévi-Strauss (catedrático de Filosofia em 1931) suscita um novo interesse como filósofo, humanista e esteta.

No centro dessa reflexão está o pessimismo de Claude Lévi-Strauss, que tinha obsessão pela explosão demográfica e pela ideia de que o mundo avança na direção equivocada.

Copyright © 2009 AFP. Todos os direitos reservados.

sábado, 31 de outubro de 2009

Palestra SESC Filsofia


Por Carlos Henrique Carvalho
"Precisamos colocar em suspenso, o dinheiro como motor do mundo..."
Na próxima quinta, dia 05/11 estarei debatendo a temática intitulada, A sociedade do medo, no projeto SESC Filosofia, direcionado ao público em geral, mas que tem como freqüentadores mais assíduos, os comerciários.
A escolha do tema a sociedade do medo é pessoal na qual elaborei uma serie de comentários tendo por base a filosofia de Zygmunt Bauman através da obra O medo liquido. Também mostrarei alguns exemplos clássicos de como essa sociedade do medo se afirma na mídia, cinema e música.
Quem se interessar em participar, o local da palestra é SESC (Rua Clarindo de Queiroz, 1740 – Centro, começa as 18 h e vai até as 21 h.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A culpa é do solo


Por Carlos Henrique Carvalho
Até que ponto vai a inércia e a falta de ação política?

Em Fortaleza, há anos planeja-se a construção do hospital da mulher. Surgiram muitas falácias, criticas de todos os lados, a favor e contra a idéia, fizeram um projeto, deram inicio a obra em 2008 e ate agora nada de hospital. O problema não é o fato do hospital não se encontrar pronto, mas a desculpa que os responsáveis (não encontrei outra palavra melhor) pela construção da obra arrumaram para justificar o atraso: “falta de homogeneidade do solo sobre o qual está sendo construído o Hospital”. Em outras palavras, a culpa é do solo.

Fizeram anos de estudos técnicos no local (bairro do Jóquei Clube) para somente após iniciarem a obra descobrir que o solo não presta. O mais interessante, no entanto, são as noticias dando conta de que um relatório inicial do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou desvio de verba de R$ 4,9 milhões. Segundo Matéria veiculada no dia 28/10/2009 pelo jornal O povo: “um trecho da obra está cedendo porque nele não foram colocadas estacas de sustentação de cimento e ferro, como deveria ter sido feito. Essa parte está sendo escorada de modo provisório para que não caia.”.
Agora, descobriu-se que o projeto necessita ser quase todo reformulado. E o poder vigente continua dizendo que isso é picuinha da oposição, mas ainda não atua no sentido de viabilizar um projeto de saúde pública.

Enquanto isso, o solo da nossa cidade recebe a culpa pelo fracasso dos que deveriam fazer algo. Como o solo não pode se defender afunda ainda mais a estrutura do que pode vir a ser o hospital da mulher.

Links das matérias:
http://blog.opovo.com.br/pliniobortolotti/hospital-da-mulher-obra-esta-mesmo-com-problemas/
http://opovo.uol.com.br/opovo/politica/924066.html

Ps: Foto de Rodrigo Carvalho

domingo, 25 de outubro de 2009

Tercetúla à tua ausência.



Por Carlos Henrique Carvalho

Guardei teu mais doce sorriso,
Na moldura de um porta retrato,
Relembrado pela chama da saudade.

Pois quando um dia, o tempo despertou,
A mácula do amor inacabado,
Sofreu meu coração, a tua ausência.

E ainda dilacera a dor no peito,
Pela distância que separa nossas almas,
Então, vivemos eternamente a fugir da dor.

Quando muitos momentos se vão,
Lembro daquele lindo olhar,
Guardado na fronte dos meus sonhos.

É assim que tento reviver você em mim.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Violência urbana no ocidente das próximas olimpíadas



“A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”.(Jean-Paul Sartre)
Quando se trata de escrever sobre a violência, não têm cabimento criar um discurso inflamado e acusar simplesmente as problemáticas econômicas e sociais como fatores preponderantes no surgimento dos conflitos urbanos. No Rio de Janeiro, sede das olimpíadas de 2016, a guerra civil é um fato consumado que não dar pra contestar. O governo enquanto instituição de segurança pública, definitivamente não sabe como lidar com a violência. O despreparo é tão visível que o policial sai das academias ainda imaturo para enfrentar as situações cotidianas de riscos. Assim, cidadãos disputam espaços com os bandidos e as balas que voam a esmo, tirando a vida de cerca de 30 pessoas.
Enquanto isso, em junho de 2005, em Londres, sede das olimpíadas de 2012, aconteceu o pior ataque terrorista desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quatro explosões atingiram o sistema de transporte da cidade, deixando ao menos 37 mortos e 700 feridos. A ação ocorreu um dia após a cidade inglesa ter sido eleita sede da Olimpíada de 2012. Evidentemente, a Inglaterra é bem mais desenvolvida econômica e socialmente que o Brasil e, nem por isso, a situação foi menos grave, o que evidencia que a violência é um problema cultural do ocidente e não exclusividade dos países menos desenvolvidos. Apesar das distâncias geográficas e econômicas entre Rio e Londres, a violência é comum nas cidades que serão as próximas as sediarem um evento de larga proporção social.
Portanto, não adianta inventar um discurso analisando o Rio como cidade despreparada para receber qualquer evento, se tanto por aqui quanto em Londres as tragédias se somam cotidianamente em meio a ilusão de um mundo melhor. Àqueles que desejam criticar e criar discursos virulentos diante dos problemas nacionais, antes de fazê-lo, parem de olhar para o próprio umbigo e descubra que do outro lado do mundo a situação não está tão boa e a grama do vizinho não é tão verde quanto se ver.

Por Carlos Henrique Carvalho

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Atemporalidade dos sentimentos


Por Carlos Henrique Carvalho


Relembrando Paul Valéry (1871-1945), filósofo, poeta e escritor francês, peguei em um dos meus cadernos antigos, anotações marcantes que nos conduz a pensar sobre a atemporalidade dos sentimentos. Releituras como essas nos fazem notar que por mais que o tempo mude as situações, os sentimentos continuam existindo, mesmo decaindo, mas nunca se extinguindo.


"Também acontece que a gente só compreende uma coisa tempo depois de tê-la perdido: um texto, uma intenção, uma pessoa, a própria pessoa. De repente, descobre-se o significado de um olhar que nos foi dirigido há anos passado, por alguém que nunca mais voltamos a ver ou o sentido de uma frase ou a beleza de um verso, que sabemos de cor desde a infância".

domingo, 11 de outubro de 2009

Amar você é...


Por Carlos Henrique Carvalho

Amar você é bem mais que flores e poesias,
É traduzir os anseios da pessoa amada,
Entender o que passa na mente e no coração,
Em todo o instante sem cobrar explicação.

Cúmplice imutável de todos os momentos,
Os risos, os choros e os afagos mil.
Um desejo insaciável de por muitas horas,
Dedicar-me a devoção desse amor.

Amar você é olhar sempre nos teus olhos,
E mostrar confiança no que sente o coração,
É jamais duvidar que esse amor um dia,
Perder-se-á nos rastros da saudade.

Ainda que a distância que separa os dois corações,
Supere o aprumo da eternidade,
Não quero jamais acreditar que tal sonho se foi,
Bafejado pelo destino dos inconsoláveis.

Amar você é sofrer sempre que nossos olhares,
Forem vítimas da distância indômita,
É lembrar da canção que marca a pureza do nosso amor,
E flutuar numa leveza indescritível ao som do amor sem fim.

É sentirmo-nos um ao outro nos instantes íntimos,
Buscar uma palavra para traduzir esse desejo,
E tudo o mais que se consome na emoção,
Porque amar você é se sentir sempre feliz.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O IDH e o fracasso brasileiro


Resultado do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado no domingo aponta um pequeno retrocesso brasileiro. O IDH é uma medida comparativa que engloba três dimensões: riqueza, educação e expectativa média de vida. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população. Nas três dimensões do IDH, a área da saúde é a dimensão mais baixa que o Brasil tem. A expectativa de vida dos brasileiros (72,2 anos) é, por exemplo, mais de 10 anos inferior à expectativa japonesa (82,7).

O grande problema que constatamos é o alto índice de desigualdade social que dividem ricos e pobres. Países menores como Venezuela, Cuba, Uruguai, Argentina e Chile ocupam posições bem melhores que o Brasil.

Realmente, no Brasil não ha muito que melhorar. Tudo tem que ser melhorado. O progresso brasileiro tem sido bem mais lento que nos países vizinhos e o contexto de se fazer política precisa ser mudado urgentemente, antes que o atual quadro piore ainda mais.

Por Carlos Henrique Carvalho

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Rio olimpico



Após realizar o pan-americano de 2007, o Rio de Janeiro ousou ainda mais e com um projeto dinâmico e inovador, agora sediará as olimpíadas de 2016, a primeira na America do Sul. A escolha da cidade-sede saiu há pouco numa disputa com Chicago, Tóquio e Madri, na qual o Rio foi a final com a cidade espanhola.
De fato, a cidade se mostrou apta a sediar um evento desse porte não pela sua infraestrutura ou pelos seus recursos humanos, um pouco inferior em relação a Tóquio, por exemplo. Mas venceu por uma proposta política ousada e bem trabalhada. Conste também que o país vem galgando prestigio político internacional, por isso, ficou perceptível a vitória pessoal do presidente Lula, Pelé (cabos eleitorais mais fortes que o presidente estadunidense Barack Obama) e as figuras públicas do Comitê Olímpico Brasileiro.
Abaixo segue como aconteceu a votação segundo o site http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Olimpiadas/0,,MUL1327417-17698,00-RIO+PERDEU+NA+PRIMEIRA+RODADA+E+ESTEVE+PERTO+DA+VITORIA+JA+NA+SEGUNDA.html
1ª rodada 2ª rodada 3ª rodada
RIO DE JANEIRO 26 46 66
MADRI 28 29 32
TÓQUIO 22 20 -
CHICAGO 18 -

Dentro de 4 anos e meio o Brasil sediará a copa do mundo de futebol e dois anos depois, as olimpíadas, o que aumenta consideravelmente o prestigio internacional do país.
Em 2016 o Rio terá ainda mais destaque no mundo e mostrará porque mereceu ser escolhida a sede das olimpíadas.

Por Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Adiada as provas do ENEM


Segundo noticias veiculadas na mídia impressa e digital, as provas do ENEM, que ocorreriam neste fim de semana foram canceladas por suspeita de vazamento do conteúdo da prova.
De acordo com informações repassadas pelo MEC ao jornal Estadão, uma nova prova deve ser realizada no prazo de 45 dias. "Há fortes indícios de que houve vazamento, 99% de chance", afirmou o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, por volta da 1h, por telefone, para o Estadão.
Ruim para quem se planejou, péssimo descobrir que terá que estudar ainda mais para encarar o processo seletivo nefasto. De algum modo, queria acreditar que os vestibulandos não saíram perdendo com isso. Mas não consigo ser otimista diante dessa situação no mínimo lamentável.
Há a necessidade urgente de se repensar a educação nesse país, começando com os retrógrados modelos pedagógicos e passando por todos os processos seletivos adotados nas escolas e universidades.

Por Carlos Henrique Carvalho

http://blog.estadao.com.br/blog/renata/?title=bastidores_do_vazamento_do_enem&more=1&c=1&tb=1&pb=1

http://www.agenciadanoticia.com.br/index.php?mega=noticia&cod=1880&cat=Geral

http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?edt=29&id=53913

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

E o Twitter?



Ainda não sei do que se trata, mas aos poucos vou descobrindo. Resolvi fazer um, mas confesso que passado alguns dias não me habituei a usá-lo. Mas para manter a função do escritor em foco, pode valer a pena usar esse mais "novo" instrumento do mundo da web.

Em tempo: Twitter é uma rede social que permite aos usuários que enviem e leiam atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140 caracteres, conhecidos como "tweets"), através da própria Web, por SMS e por softwares específicos instalados em dispositivos portateis como o Twitterberry desenvolvido para o Blackberry.
Entendeu? Nao? Sem problemas. Usando a gente descobre.

Abaixo, segue o link do meu twitter

http://twitter.com/peregrinonanet/

Por Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ainda sem o PV


Finalmente saiu o edital de licitação para a reforma do estadio Presidente Vargas (PV), o querido gigantinho do Benfica, bairro boemio da capital cearense.

Esperamos que depois de toda a demora, mais os entraves burocráticos habituais, possamos ainda em 2010, contar com a estrutura desse estádio. Agora é esperar para ver se ficará tão bonito quanto na imagem que aparece acima.

Por Carlos Henrique Carvalho

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Oito anos depois



Para não dizer que não falei de horrores, os EUA não esquecem o fatídico 11 de setembro, dia em que dois orgulhos (as torres gêmeas do World Trade Center) desta nação sucumbiram após dois aviões sequestrados chocar-se contra ela. Mas a pergunta que nunca cala é será que tal tragédia foi mesmo provocada por terroristas talibãs ou tudo não passa de uma armação do próprio governo estadunidense para desviar a atenção dos graves problemas políticos que passava o país naquele momento?
A verdade é que não me interesso mesmo em saber a resposta. O fato aconteceu e o interesse em escrever é tão somente para lembrar que não esqueci quando aproximadamente 9 da manhã do dia 11 de setembro, uma semana antes do meu aniversario, resolvo ligar a TV e me deparo com imagens de um prédio em chamas, que naquele momento jurava tratar-se de uma simulação computadorizada.
O tempo evidentemente passou, mas para aqueles que viveram o drama de ter perdido alguém naquele lugar, a vida pode ter deixado de fazer sentido.
A imagem foi extraída do site: g1.globo.com/.../Mundo/foto/0,,6125400,00.jpg
Qualquer coisa mais interessante ou não pode ser encontrada em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ataques_de_11_de_setembro_de_2001

Por Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sombra no deserto



“Ao passado vinte anos de vida”.

Há algum tempo perdi o medo das coisas mais banais, aprendi também a sustentar os passos e a assumir os erros que são meus. Ainda que o coração feneça em meio a um deserto, a força que me sustenta não morrerá jamais, pois é a mesma força que traz sentido a minha existência e move cada passo dado no caminho de poeiras e escombros que um dia trouxe perdas, sofrimentos, e com ele, um desespero inútil que pôs em risco a vida, mas que os dias seguintes sepultaram trazendo de volta a esperança de extinguir a dor.

Como uma sombra no deserto vou vagando sob o espectro da solidão. A solidão existe estando sob a companhia de um ente ou de um fantasma. A solidão não se explica: vive-se ou tenta enganar. Na verdade, Norman Brown um dia disse: “Toda a história do homem é um esforço para destruir a sua própria solidão”. Mas eu afirmo sem estupor: por mais que se esforce o homem não consegue reduzi-la a nada. A natureza humana está irremediavelmente presa a solidão.

O horror estampado na mente prenuncia a dor de uma vida inexorável, a própria existência permeada por dramas inadiáveis. A vida se torna mais sensível diante dos fracassos e a força deste explica porque uma alegria tem sempre um gosto efêmero, fugaz até libertar-se no vazio.

Caminho em passos lentos, porém retos, ciente de que amanhã poderei descobrir bem mais do que hoje sei. Apesar dos percalços, a vida vale à pena quando a liberdade não se apequena e as escolhas são sempre feitas. Sem as escolhas nunca saberíamos o limite entre um erro ou um acerto. A crença ou o desejo, a verdade ou a mentira? Será isso tudo o que há?

Mesmo que caia rente ao chão seco, no recôndito da alma unirei forças para me soerguer do cadafalso da ruína e fazer uma nova história sem perder a emoção da vida. A minha sombra luta no deserto, mas vive entre as ruínas e os corpos de um lugar abafado pela ousadia de um sonho outrora perdido. Os anos sucedem uns aos outros, mas aquele lugar continua o mesmo e reconheço que por conta dele, minha sombra vive um permanente processo de mutação e entre suor e lagrimas vou construindo um novo sentido para a vida: um sentido que ainda hei de descobrir sem sombra nem deserto.

Por Carlos Henrique Carvalho

domingo, 6 de setembro de 2009

Agradecimento_Fenomenologia e arte 2009



Apos a realização do evento entre os dias 2 a 5 de setembro, que contou com a participação de conferencistas locais da UECE e nacionais da USP, UFPI e UFRB, além diversas mesas-redonda, de mostra de dança contemporânea, música, cinema em debate e o lançamento do segundo número dos cadernos Sartre posso colocar como positivo, o saldo final de mais um trabalho realizado pelo Grupo de Estudos Sartre (GES-UECE).

Apesar das dificuldades habituais na organização de um evento, a contribuição efetiva de todos aqueles que fizeram o colóquio acontecer foi fundamental para o sucesso do mesmo. Por isso, não poderia deixar de escrever esta mensagem de agradecimento a cada um desses incansáveis lutadores que ajudaram no que foi possível para que este evento tivesse êxito. Eis os nomes:
• Cristiane Marinho
• Eliana Sales Paiva
• Everton Barros
• Francisco Assunção
• Maurilene Gomes
• Paulo Marcelo
• Ravena
• Rummenigge Santos

Por fim, preciso também lembrar os apoios fundamentais que viabilizaram materialmente o evento.
• Banco do Nordeste
• Conselho Estadual de Educação do Ceará
• Direção do CH da UECE – Campus Benfica
• Livraria acadêmica
• Livraria Lua nova
• Núcleo de línguas da UECE
• PRAE E PROEX DA UECE


A todos aqueles que também contribuíram e que por algum motivo esqueci de incluir o nome, deixo meu agradecimento, cordial apreço e votos de muito sucesso.

Segue o video de encerramento do evento.

Por Carlos Henrique Carvalho

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Colóquio Fenomenologia e Arte


De 2 a 5 de setembro estarei trabalhando na organização do Colóquio Fenomenologia e Arte – Diálogo e criatividade que será realizado no Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará (UECE) em Fortaleza sob a chancela do Grupo de Estudos Sartre (GES-UECE). Neste evento, pretende-se fazer um resgate histórico, filosófico e artístico da fenomenologia e da arte no seio do diálogo e da criatividade ao mesmo tempo em que se dialoga a inserção da arte com a filosofia, mais especificamente a fenomenologia e as ciências humanas e vice-versa, bem como propor a problematização do sentido da existência da fenomenologia como ciência e método e da arte como elo fundamental que impulsiona a criatividade do ser humano.

Para saber mais veja no blog do evento
http://fenomenologiaearte2009.blogspot.com/

Por Carlos Henrique Carvalho

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Um pouco sobre a fenomenologia de Husserl


“... aprende-se o que é fenomenologia passo a passo, através da leitura, discussão, e reflexão... O que é necessário é mais simples: aprender o que se deve através de atitudes naturais, tentar descrever as apresentações sem pré-julgar os resultados tomando por garantia a história, a causalidade, intersubjetividade, e valor que ordinariamente associamos com nossa experiência, e examinar com absoluto cuidado a estrutura do mundo da vida diária para que possamos entender sua origem e sua direção... Há um senso legítimo no qual é necessário dizer que se deve ser um fenomenologista para poder compreender a fenomenologia.” (NATASON, 1998)

1. O que é fenomenologia?
A fenomenologia é o método que faz a mediação entre o sujeito e o objeto ou, dizendo de outro modo, entre o eu e a coisa. A partir da perspectiva que se deseja emprestar à realidade, ou à coisa, se podem distinguir três grandes linhas na fenomenologia: a transcendental, husserliana, a existencial, a partir de Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty, e a hermenêutica, cujos representantes maiores seriam Hans George Gadamer e Martin Heidegger. Segundo Husserl (1859 – 1938), fenomenologia é qualificada como “um retorno às coisas mesmas”. Nesse sentido, compreende-se uma conversão do olhar que se lança habitualmente sobre as coisas e que implica não mais falar delas mediante a tela de uma teoria prévia. Doravante, toda doutrina será subordinada à representação de um objeto que somente meu espírito constituirá: não se trata mais de explicar nem de analisar as coisas, mas de descrevê-las. Assim, a fenomenologia é uma descrição da estrutura específica do fenômeno, aparecendo como condição de possibilidade do conhecimento na medida em que a consciência constitui as significações no nível da apreensão empírica ou da constituição transcendental dos objetos.
De fato, a compreensão do projeto fenomenológico husserliano depende de que se compreenda primeiro como o filósofo apresenta a estrutura da consciência enquanto intencionalidade. Este conceito oriundo da filosofia medieval significa dirigir-se para, visar alguma coisa. Alguns estudiosos atribuem a doutrina da intencionalidade à escolástica representado por Guilherme de Ockham, embora Husserl tenha atribuído sua patente a Franz Brentano.

2. A doutrina da intencionalidade: a subjetividade como ponto de partida e o objeto como ponto de chegada
A consciência é intencional significa que “toda consciência é consciência de“. Logo, a consciência não é uma substância (alma), mas uma atividade constituída por atos (percepção, imaginação, especulação, volição, paixão, etc), com as quais visa algo. Assim, a consciência não é mais uma essência ou uma entidade, independente e abstrata, mas é seu próprio “conteúdo” que a funda. Em suas Investigações lógicas, Husserl deixava claro que “na percepção algo é percebido, na imaginação algo é imaginado, na enunciação algo é enunciado, no ódio algo é odiado, no desejo algo é desejado, etc.”. A afirmação de que a consciência não percebe no vazio, mas sempre a partir de alguma coisa corresponde a uma definição mais precisa desta como perspectiva. Perceber é ter uma intenção.
Husserl esforça-se por remontar a um cogito fundador de toda a filosofia e de todo saber. Após ter ido em direção aos fenômenos e ao termo da revelação de uma relação de reciprocidade entre a consciência e o objeto, trata-se de voltar ao sujeito pelo viés dos objetos que lhe são inerentes. Nesse sentido, é preciso colocar o mundo e todos seus correlatos em questão ou como disse Husserl: “pôr o mundo entre parênteses”.

3. Redução fenomenológica – epoquê.
Trata-se de uma operação pela qual a existência efetiva do mundo exterior é posta entre parênteses para que a investigação se ocupe apenas com operações realizadas pela consciência sem que se pergunte se as coisas visadas por ela existem ou não realmente. Em outras palavras, a redução é um conjunto de procedimentos metódicos que objetivam suspender tudo aquilo que está ou é dado. A redução diz Husserl, suspende “a tese natural do mundo”.(do grego thésis: posição, aceitação). A atitude natural é a atitude cotidiana de “tese do mundo”, ou seja, acredita-se espontaneamente que as coisas exteriores existem tais como são vistas; portanto, natural e espontaneamente “põe-se o mundo”. Pela redução, deixamos de dirigir o nosso olhar para os objetos tomados em si mesmos em seu ser inacessível (a mesa, a árvore, a cidade) para dirigir a atenção para os atos da consciência que nos permitem chegar até eles (nossa visão da mesa, nossa lembrança da árvore, nossa imaginação da cidade). A redução fenomenológica é uma conversão do olhar que nos permite chegar ao objeto vivendo-o segundo seu sentido para nós, segundo o valor que lhe atribuímos e sobre o qual não negamos nossa responsabilidade. A redução, articulada à suspensão, é antes um processo de encaminhamento, um método, do que um conceito ou parte de um sistema teórico. É preciso mesmo que se rejeite a imposição de qualquer sistema; tamanha seria a riqueza dos fenômenos que se afiguraria falta de retidão e lealdade anteceder a humilde interrogação dos fenômenos de um sistema que a priori controlasse a interrogação para melhor submeter o objeto da atenção e, portanto, do controle. Nicolai Hartmann chegou a afirmar: “nada pode ser de proveito senão a tendência de abeirar-se dos fenômenos de tão perto quanto possível, para aprender a vê-los na sua multiplicidade e para só depois retornar de novo às questões gerais”. Assim, a redução compreende dois procedimentos: uma redução eidética e uma redução transcendental.

3.1 Eidética – Idéias (eidos)
3.1.1 Noema – Objeto enquanto pensado
3.1.2 Noesis – Objeto enquanto tal: componente real.
Compreende uma técnica de variações livres de notas caracterizadoras dos processos individuais à essência desses mesmos processos – livres dos conceitos. No nível empírico, as noesis são atos psicológicos individuais para conhecer um significado independente. No nível transcendental as noesis são atos do sujeito constituinte que cria as noemas enquanto pura idealidades ou significações. Nessa medida, as noesis empíricas são passivas, pois visam uma significação pré-existente; as noesis transcendentais são ativas porque constituem as próprias significações ideais. Essas distinções permitem a Husserl elaborar a noção de ciência como conexão objetiva e ideal de noesis e noemas puros.

3.2 Transcendental – a existência das coisas é colocada em questão
Põe-se entre parênteses a crença na existência das coisas e na existência do mundo natural e de todos os seus correlatos. Por exemplo, o mundo dos seres matemáticos para alcançar o terreno firme da consciência pura em que o seu correlato que é o mundo se transforma em mero objeto intencional.

4. Como Husserl pensa o objeto?
4.1 Fático – Experiência. – O objeto está no mundo e não requer necessariamente a “força” da consciência para lhe dar sentido. É um puro fato.
4.2 Idéia – Intencionalizado pela consciência que através da linguagem explica ou dar o sentido ao objeto.

Referências Bibliográficas
BELLO, Angela Ales. Introdução à fenomenologia. Trad. Jacinta Turolo Garcia. Bauru: EDUSC, 2004.
DEPRAZ, Natalie. Compreender Husserl. Trad. Fábio dos Santos. Petrópolis: Vozes, 2007
HUISMAN, Denis. História do existencialismo. Trad. Maria Leonor Loureiro. Bauru: Edusc, 2001.
HUSSERL, Edmund. A Idéia da Fenomenologia. Lisboa: Edições 70, 1986.
____. La crisis de las ciências europeas y la fenomenología transcendental. Barcelona, España: Crítica, 1991
MURALT, André de. A metafísica do fenômeno. Trad. Paula Martins. São Paulo: Editora 34, 1998.
NATANSON, Maurice. Phenomenology and the Social Science. Volume 1.São Paulo: Natanson: Phenomenology and the Social Sciences.

Por Carlos Henrique Carvalho

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A flor despedaçada


Acusaram-na de crimes nunca cometidos,
E os erros assassinaram a esperança,
Na crença de um dia puro, sem temores,
Não há quem não sinta o gosto da chuva.

Não tarda que logo sentirei a falta,
De quem acompanhava a vida sem desespero,
E num grandioso gesto de loucura (o eterno),
Paira distante do mundo, a flor despedaçada.

Pior que a solidão da flor abandonada,
Foi o desprezo daqueles que a acusaram,
Cegos pela não intenção de louvar o mal,
Mas pelas palavras conhece-se o peso da pedra.

Deixa de existir vestígio da doce aurora,
Já que a flor abandonada chorou e se foi agora.
Então se perdemos nos caminhos que um dia foi um só
E triste vivemos a esperança de um novo amanhecer.

Por Carlos Henrique Carvalho

domingo, 9 de agosto de 2009

Cenas burlescas no senado



Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.
(Eça de Queirós - 1845-1900 - Escritor português)

E o senado brasileiro prova mais uma vez porque virou uma verdadeira bodega, com todo respeito ao Serginho, dono da bodega aqui perto de casa. A decepção vem se tornando fato capital a cada momento que se descobre sujeiras debaixo do tapete sujo, cujo nome carrega a capital do Brasil. Quase tudo de podre e ruim que acontece no país passa pelo senado. Mas não estou escrevendo simplesmente sobre escândalos, mas desordens generalizadas, farras homéricas como as que acontecem na casa da mãe Joana. Quem já foi numa dessa casa percebe a perda de sentido em acreditar que se vive num lugar que respeitam os outros.

Cada povo tem o sistema político que merece. O brasileiro já se acostumou com figuras políticas nefastas, que certamente no próximo ano irão se eleger pela enésima vez, mesmo sem ter gasto uma única gota do seu suor na luta pelos direitos de alguma coisa que não seja a da própria causa. Aliás, legislar em causa própria sempre foi projeto de vida comum nos espaços políticos, sobretudo, naqueles onde a verba corre ainda mais solta.

Num espaço político presidindo por um sujeito com as mãos mais sujas que pau de galinheiro e mais oitenta adeptos da prática da malversação da verba pública seria estranho esperar algo de bom vindo daquelas bandas. Pode até ser que alguns deles não estejam surrupiando a nação às cegas, mas no instante em que toma conhecimento que o colega astucioso praticou a rapinagem deveria ter a vergonha na cara e denunciar, não ficar fazendo jogo duplo e votar secretamente praticando o ato da ignomínia: o corporativismo politico criminoso.

Afinal, lad.. ops, político que protege o outro também tem que ser cassado. Contudo, enquanto isso o cidadão continua fingindo ignorar as constantes cenas burlescas proporcionadas pelos homens de gravatas.

Por Carlos Henrique Carvalho

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Viva o rei do baião - Luís Gonzaga



"Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para eu voltar pro meu sertão" (Luiz Gonzaga - Asa branca)

Ontem, 2 de agosto fez vinte anos sem a presença marcante do rei do baião, Luís Gonzaga, autor de "Asa Branca" uma das músicas mais conhecidas no Brasil, Consagrando, o baião como um estilo musical popular no nordeste e quiçá no país.

Nesse sentido, o blog presta uma singela homenagem ao grande divulgador da cultura nordestina e aproveita para avisar a todos que desejam conhecer mais sobre ele, que existe um site repleto de novidades sobre a vida, a discografia e a produtividade musical de Luis Gonzaga.

http://www.luizluagonzaga.com.br/

Por Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ânsia de te amar


Essa ânsia que evoca meu peito a te amar,
Surge sem motivo diante do amanhecer,
Todo o dia, feliz encontro-me a delirar,
E sobre o jardim da saudade vivo com você.

Supenso em meio a fúria do desejo,
Que busco intensamente na chama da paixão,
Consome-se a chama no calor de um beijo,
Provocado sob as rédeas tenras da emoção.

Quando nossos corpos se unem frente ao tempo,
Descobrimos quem criou esse jogo ardente,
E a força da saudade entende seu ensejo.

No coração nasce esse desejo,
De querer estar contigo sempre,
Irremediável sem medo no rumo do amor.

Por Carlos Henrique Carvalho

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O Grupo de Estudos Sartre (GES-UECE)



Ainda que fôssemos surdos e mudos como uma pedra, a nossa própria passividade seria uma forma de ação.
Jean-Paul Sartre



Nascido em 21 de junho de 1905, Sartre viveu os momentos mais marcantes do confuso século com a primeira metade sendo intercalada por duas grandes guerras, pela crise do capital na quebra da bolsa em 1929, e na segunda metade com a guerra da Argélia, o colonialismo russo, americano, inglês e francês, a péssima condição dos operários das fábricas, a guerra do Vietnã, o anti-semitismo, o racismo etc. Foi a partir de todos esses eventos que ele construiu uma vasta trajetória de homem que nunca negou a responsabilidade de ser sujeito da sua história, bem como de personalidade permanente no mundo do pós-guerra, visto que nunca relaxou em se engajar ativamente para fazer frente aos problemas do seu tempo.

Autor de frases notáveis como: “O homem está condenado a ser livre”, “O inferno são os outros”, “A existência precede a essência”, enfim, de obras por uma filosofia da ação, do engajamento, da ética enquanto prática e da liberdade. Sartre destacou-se no cenário francês do pós-guerra, a partir de 1945 até o fim da vida, em 1980, deixando sua marca na história da filosofia pela expressividade do pensamento e por uma proposta de uma ética enquanto fundamentadora do nosso caráter de ser livre. Ao tomar conhecimento de sua morte há 28 anos ou mais precisamente, 15 de abril de 1980, numerosos meios de comunicação estamparam em seus jornais as seguintes manchetes sobre o autor de O ser e o nada, A náusea, Entre quatro paredes e tantas outras obras: “Jean-Paul Sartre está morto”, anuncia o jornal Liberation com a primeira página completa dedicada a ele, “Sartre está morto anuncia o Le Matin e com ele desaparece um dos raros homens verdadeiramente livres de nossa época”. “Um dos únicos homens honestos em meio a uma época terrível e turbulenta”. “Morte de Jean-Paul Sartre”, escreve o Le figaro enquanto relata todo o seu caráter e sua luta pela afirmação de um sujeito livre e autônomo.

Para conhecer um pouco mais sobre Sartre, temos um grupo de estudos dedicado a estudar o pensamento do autor, bem como o debate promovido com outros filósofos, literatos, etc. O Grupo de Estudos Sartre (GES-UECE), fundado em 2005, tem 4 anos de existência e se prepara para renovar seu projeto para os próximos 4 anos. Dentre nossos trabalhos desenvolvidos destaca-se os "Cadernos Sartre" (ISSN 1983-6473), uma publicação em parceria com a reitoria e a editora da UECE, que conta com artigos de estudiosos acerca do pensamento sartriano, bem como eventos na área acadêmica.

Os membros do GES se reunem todas as quartas a partir das 14 h no Centro de Humanidades da UECE - Campus Benfica: AV. LUCIANO CARNEIRO, 345 - FÁTIMA - Fortaleza-Ce

Quem deseja participar do grupo ou simplesmente conhecer nossas atividades é só entrar em contato pelo e-mail: sartre@uece.br

Por Carlos Henrique Carvalho

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Metrofor: o impasse que não tem fim


Para a realidade urbana e, principalmente, quanto a infra-estrutura, a cidade de Fortaleza ainda se encontra diante do atraso. Para ampliar o leque de problemas no transportes públicos, que não são poucos, a cidade sente a falta de um metrô. Desde janeiro de 1999 iniciou-se a construção de um metrô que veio com a promessa de modernizar o transporte urbano e atender a demanda populacional crescente na região metropolitana.

Portanto, mais de dez anos depois de muito sofrimento e "disse-me-disse", neste exato momento em que escrevo estas linhas, vejo somente um buraco cruzando a cidade. Os trabalhos em torno da construção do metrô se arrastavam lentamente até pouco tempo atrás, mas agora se encontram completamente paralisadas, sem a menor expectativa de quando retornará.

Conforme noticias veiculadas na imprensa há alguns dias, o caso foi parar na justiça, mas ainda assim, o impasse continua e todo o povo de Fortaleza sai perdendo. Não sei o que é pior, o fato do metrô está longe de virar realidade ou descobrir que na nossa cidade há um buraco que não tem serventia alguma.

http://www.oestadoce.com.br/index.php?acao=noticias&subacao=ler_noticia&cadernoID=22¬iciaID=14332

http://www.meionorte.com/noticias,metrofor-obra-parada-custa-us-6-mi,59503.html


Por Carlos Henrique Carvalho

domingo, 19 de julho de 2009

A sombra do parecer


Nada se torna tão desprezível,
Quanto uma flor a murchar em teu jardim,
E nada fazes para mudar a cor estranha,
Que se desmancha na sombra do teu parecer.

Podemos mudar o mundo? Talvez,
Apenas se parecer que tudo seja,
Diferente do que antes era,
Pois ninguém sabe o que aconteceu ao dia.

Mentiram ao contar a história,
E mesmo esta tímida vitória,
Inglória sombra do parecer,
Oculta o sentido naquilo que vivemos.

Ademais, seria loucura descrer na esperança,
Ainda ao saber que nada mais há no mundo,
Senão a miragem e a crença numa certeza,
Que cairá sobre nós como uma chama intensa.

Por Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A tragédia anunciada



"O grande segredo da nossa doença oscila entre a precipitação e a negligência."
(Johan Wolfgang Von Goethe )


O que antes era especulação, agora é fato. Em apenas três meses, após atacar mais de 140 países, a gripe causada pelo vírus influenza A (H1N1)chegou sorrateiramente ao Brasil e, como um efeito dominó, vai deixando um rastro de vítimas.

Por ser altamente infecciosa consegue atingir facilmente as pessoas, sem distinção de qualquer espécie e agora se alastra entre nós de forma trágica e inesperada. A gripe também conhecida como suina tem seu contágio através das vias aéreas, como a gripe comum, com contato diretamente ou indiretamente, por meio das mãos com objetos contaminados, o vírus também se espalha, inclusive pelo próprio ar ambiente.

A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou, durante a abertura de um fórum internacional sobre gripe suína, no México, em 3 de julho, que a dispersão do vírus H1N1 pelo mundo "não pode ser mais contida". "Pelo que vemos hoje, com mais de 100 países registrando casos (da gripe), uma vez que uma pandemia de um vírus começa, sua dispersão internacional não pode ser contida", disse Chan, durante a abertura do fórum, na cidade de Cancún.

Há duas semanas, as autoridades da saúde no país anunciavam nas mídias que o problema estava contido, mas há pouco atualizaram as informações de que 11 pessoas morreram em consequência do problema e agora é perceptível notar que não será fácil conter o caráter epidêmico (para não dizer trágico) da doença.

Agora, nem mesmo todo o cuidado e controle trará a garantia quanto a resolusão do problema. Ainda assim, o Ministério da saúde recomenda alguns cuidados que devem ser tomados:

- Usar máscaras cirúrgicas descartáveis, durante toda a permanência em áreas afetadas.

- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.

- Evitar locais com aglomeração de pessoas.

- Evitar o contato direto com pessoas doentes.

- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.

- Evitar tocar olhos, nariz ou boca.

- Lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente depois de tossir ou espirrar.

- Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes e roteiro de viagens recentes a esses países.

- Não usar medicamentos sem orientação médica.

Por fim, é preciso aceitar a idéia de que estamos diante de um problema muito maior e sério do que o esperado e começar a combatê-lo antes que a situação se configure de vez como algo insuportável. No site do Ministério da Saúde será possível encontrar informações necessárias sobre a doença, bem como a situação atual da gripe no país. O link segue abaixo.

http://portal.saude.gov.br/saude/


Por Carlos Henrique Carvalho

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Noticia do dia: Ronda do quarteirão sob suspeita


Lendo as noticias do cotidiano, uma me chamou bastante atenção, tendo em vista que algumas vezes escrevi sobre a questão: trata-se do propalado e midiático Ronda do quarteirão.

Para quem desconhece, o Ronda do quarteirão é um programa de segurança pública criado pelo Governo do Estado do Ceará visando atingir um padrão de excelência na segurança pública do Estado e diminuição do alto nível de violência. No entanto, continuamos vendo que o programa tem sido pura falácia e a reportagem que li há pouco ilustra fidedigna e claramente como se brinca com o dinheiro público. Pelo visto, esse "novo" jeito de fazer polícia tem de ser repensado novamente.

A reportagem se encontra no jornal O povo de 13/07/2009 e pode ser lida também no site:

http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/892895.html


Por Carlos Henrique Carvalho

domingo, 12 de julho de 2009

Aviso



"O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra."
(Aristóteles)

Em função dos vários compromissos assumidos nas duas últimas semanas, o blog vem passando por escassez de postagens. Aos poucos retornarei a este espaço com a mesma intensidade e vontade que me motiva a escrever. As palavras que melhor expressam este momento são de autoria de Henry Ford, "Pensar é o trabalho mais pesado que há, e talvez seja essa a razão para tão poucos se dedicarem a isso."

Por Carlos Henrique Carvalho

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Por que se faz o amor?



Por que o amor se faz? Ao retornar de mais uma viagem, eis que me reencontro em um dilema entre o tempo e a saudade, o desejo e a insanidade, afinidades e contrastes. Ora, mas de que estarei falando, afinal? Não sou o louco nem o são de uma história de amor escrita a custa de suor e lágrimas. Sofro e sorrio como qualquer um de vós. Mas viver? Ah!! Não sei quem vive entre a janela da saudade e a porteira de um tempo esquecido pela memória. Somente aquele que pulsa no peito faz crescer o desejo de te possuir sempre

É preciso gravar teu nome ao lado do meu para que todo o mundo sinta e perceba o quanto você é marca indômita da minha existência. Mas eu não preciso dizer mais do que venho sempre buscando em palavras e atos. Amor, em linhas e contornos das nossas vidas vamos construindo uma história nunca imaginada pelos poetas e se todos os instantes passam quando estou sem ti, o tempo deixa de ser crucial quando estamos nos amando.

Por que se faz o amor? Não sei. O amor é em sua auréa, indefinível, não se mede e nem se acanha. É como o encontro da lua e do sol, meu amor e eu; algo imensurável que se abocanha como faz um apaixonado faminto pela sua paixão, sedento em saciar um desejo guardado a sete chaves. Não amo porque sou louco, mas sou louco por te amar sempre. Conheço a dor que distância nos traz a cada instante que me afasto de você, mas antes de ir, nunca esqueço de deixar contigo meu coração.

Por Carlos Henrique Carvalho

sábado, 27 de junho de 2009

A morte de um ícone e o fim de uma geração


Michael Jackson. Impossivel passar batido quando se fala o nome deste mito. As noticias sobre sua morte em circunstância ainda inexplicável, se propagam como avalanche e fica complicado parar para ler e entender o significado deste fatídico fim, sem compreender primeiro, a importância dele para a cultura Pop musical, não a toa foi considerado o Rei do Pop. Quem nasceu nos anos 70 sabe muito bem da sua presença constante na cultura desta época e do incrível poder midiático que possuia.

"No início dos anos 1980, tornou-se uma figura dominante na música pop-rock e música popular e o primeiro cantor afro-americano a receber exibição constante na MTV. A popularidade de seus vídeos musicais transmitidos pela MTV, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller" são creditados como a causa da transformação do vídeo musical em forma de promoção musical e também de ter tornado o então novo canal famoso. Vídeos como "Black or White" e "Scream" mantiveram a alta rotatividade dos vídeos de Jackson durante a década de 1990. Foi o criador de um estilo totalmente novo de dança, utilizando especialmente os pés. Com suas performances no palco e clipes, Jackson popularizou uma série de complexas técnicas de dança, como o Robot e o Moonwalk. Seu estilo diferente e único de cantar, bem como a sonoridade de suas músicas influenciaram uma série de artistas nos ramos do hip hop, dance e R&B".

As polêmicas criadas por toda a sua vida é perfeitamente natural em se tratando de uma figura pública extremamente densa e com muita produção audiovisual. Ironicamente, após anos inativo, pretendia retornar aos palcos em julho de 2009 numa série de 44 shows planejados para acontecer em Londres.

Vai-se jovem, tal como os grandes artistas que cedo iniciaram sua trajetória e cedo se foram: Hendrix, Bob Marley, Elvis, Jonh Lennon, Raul Seixas, Noel Rosa e tantos outros que a memória não deixa lembrar.

Como todos eles, foi-se o homem e ficará sempre o mito.

Onde posso saber mais?

http://www.michaeljackson.com/
http://www.michaeljacksonlive.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Michael_Jackson
http://www.youtube.com/watch?v=AtyJbIOZjS8 (clipe da música Triller)

Por Carlos Henrique Carvalho

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Luzes indômitas no Leblon


Nasce uma história de amor,
Que faz este coração pulsar,
A doçura do tempo a passar,
E a extinguir a chama de uma dor.

Vai o sol sobre as pedras do Rio,
No Leblon avisto a praia e o anoitecer,
Cai a lua sobre os meus olhos com carinho,
E junto a ti, faço o amor acontecer.

Intensamente, ainda que me rondes o pensamento,
Pois agora não está tão próxima, e no entanto,
Sinto tua presença irradiar todo o meu ser.

Sei que fui tolo por um instante,
Mas sempre deixei contigo meu amor, não minto,
Ao avistar as luzes do Leblon no meu coração.

Por Carlos Henrique Carvalho
Rio de Janeiro em 21-11-2005

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O jornalista e suas dores


"Posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o seu direito de dizer" (Voltaire)

Há quase uma semana, uma decisão (política) do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a obrigatoriedade do diploma / certificado de conclusão de uma faculdade de comunicação social para exercer a atividade de jornalista. Por 8 votos a 1 o STF decidiu que o Decreto-Lei 972 de 1969, que exigia tal condição, é incompatível com a Constituição de 1988, justamente porque esta garante a plena liberdade de expressão e comunicação. "O jornalismo e a liberdade de expressão são atividades que estão imbricadas por sua própria natureza e não podem ser pensados e tratados de forma separada. O jornalismo é a própria manifestação e difusão do pensamento e da informação." Através destas palavras, o ministro Gilmar Mendes (relator do processo), deixa claro a suspensão da exigência do diploma para o trabalho de jornalista.

Por outro lado, a suspensão atende as diversas pessoas que exercem a profissão de jornalista sem ter o diploma de curso superior e, sem dúvida, eles também não podem ser tolhidos no seu direito de atuar.

A polêmica novamente está lançada e os jornalistas foram para a porta do Supremo lançar seu protesto e questionar a decisão do STF, que precisa ser repensada com urgência, sem trazer prejuízos para ambos os casos envolvidos.

A propósito, você acha que para se ser jornalista é preciso ser formado em jornalismo?

Por Carlos Henrique Carvalho

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Minicurso de Fenomenologia


Durante esta semana estarei ministrando em conjunto com a prof. Eliana Paiva e o prof. Anselmo Leão, o minicurso "Introdução à fenomenologia de Husserl: a construção do método fenomenológico.
Nesta segunda foi desenvolvida uma abordagem histórica de modo a situar a fenomenologia dentro de um movimento histórico-cultural europeu, iniciado na segunda metade do século XIX e que perpassa sua constituição como ciência e método no século XX.

No dizer de Natason (1998, p. 8): “...aprende-se o que é fenomenologia passo a passo, através da leitura, discussão, e reflexão... O que é necessário é mais simples: aprender o que se deve através de atitudes naturais, tentar descrever as apresentações sem pré-julgar os resultados tomando por garantia a história, a causalidade, intersubjetividade , e valor que ordinariamente associamos com nossa experiência, e examinar com absoluto cuidado a estrutura do mundo da vida diária para que possamos entender sua origem e sua direção... Há um senso legítimo no qual é necessário dizer que se deve ser um fenomenologista para poder compreender a fenomenologia.”

De modo geral, afirma-se que a Fenomenologia nasceu como um movimento questionador no modo científico de pensar: a fundamentação crítica acerca da metafísica moderna e sua postura epistemológica que fundamenta o conhecimento, isto é, as teses defendidas por Descartes, Kant, Hegel e outros menos citados.

Neste sentido, há muito o que apreender acerca desse movimento iniciado por Husserl e seguido com maestria por Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty. Durante a semana, pretendemos abordar conceitos fundamentais para compreensão deste método tais como: o fenômeno, a intencionalidade, a redução fenomenológica e transcendental, a contingência, o ego e a relação sujeito-mundo.

Por Carlos Henrique Carvalho

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Diplomas do Mercosul poderão ser validados automaticamente


Tramita em caráter conclusivo na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 4872/09, do deputado Eliene Lima (PP-MT), que estabelece a admissão automática dos diplomas - de graduação, especialização, mestrado e doutorado - dos países do bloco MERCOSUL para a contratação de professores e para concursos públicos.

Se vingar, será uma ótima notícia para todos os professores e futuros doutores, levando em consideração o sacrifício e desgaste que é fazer um curso superior e dar sequência aos estudos com especializações, mestrado e doutorado. Para se ter uma ídéia não se leva menos de 10 anos para passar por todo este processo, se levarmos em conta que uma graduação dura em média 4-5 anos, dependendo dos cursos e dos Tcc's, mestrado 2 a 2,5 anos e doutorado com mais 4 anos de investigação, pesquisa e fundamentação da tese.

O mais desgastante é se dedicar ao máximo a vida acadêmica, se permitir a errar, a aprender e descobrir que não pode concorrer a uma vaga em concurso público porque o diploma não é reconhecido pela Capes. Daí é possível vislumbrar que tal projeto pode vir a abrir as portas para muitos estudiosos dedicados que tem ficado de fora de processos seletivos por conta da não validação do diploma de cursos feitos no exterior. No mais, é aguardar para ver o projeto virar lei, entrar em ação e provocar as mudanças pertinentes ao processo educacional brasileiro.

Quer saber mais?

http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=136074

http://www.direito2.com.br/acam/2009/jun/12/diplomas-do-mercosul-poderao-ter-reconhecimento-automatico

http://www.opovo.com.br/politica/884825.html

Por Carlos Henrique Carvalho

domingo, 7 de junho de 2009

O que me resta se você se foi?


Esta rua agora vive vazia,
Após o tempo que aqui passou,
Distancio da dor que teceu o dia,
Mas a noite freneço sem a emoção do amor.

Quando destoa meu choro na saudade,
Perco as forças e num átimo grito teu nome,
Sofro as veias iradas da maldade,
Porque quanto mais procuro mais meu amor some.

Então, o que me resta se você se foi agora?,
O ímpeto da chuva enervante soa tão forte,
Quanto a saudade que insiste em ir embora,
Não há vida que resista a uma má sorte.

Diante desta rua em lágrimas inundadas,
Torno a gritar teu nome, desesperado,
E não importa as histórias malfadadas,
Desde que você volte e diga que sou teu amado.

Por Carlos Henrique Carvalho

terça-feira, 2 de junho de 2009

Luto


Em função do abalo causado pela tragédia do vôo 447 da Air France, que ceifou a vida de 58 brasileiros, 61 franceses, 26 alemães, nove chineses e outros de diversas nacionalidades, resolvi postar esta breve mensagem em sinal de luto.

Nenhuma palavra é capaz de expressar a dor e o sentimento de perda dos parentes e amigos. Não há conforto na morte, somente dor.

Por Carlos Henrique Carvalho

domingo, 31 de maio de 2009

Fifa divulga as cidades-sedes da copa de 2014


Agora é oficial. Saiu a lista das sub-sedes para a copa de 2014 no Brasil. Confirmada as expectativas otimistas, Fortaleza figura entre as 12 cidades escolhidas para sediar a primeira fase da copa do mundo. Todas as cidades nordestinas candidatas sairam vitoriosa: Natal(RN), Recife(PE)e Salvador(BA) confirmaram a vaga. Na disputa para ser a sede da Amazônia, Manaus(AM) venceu Belém(PA) e Rio Branco(AC) pelo seu projeto mais consistente. Já na disputa como representante do Pantanal, Cuiabá(MT) triunfou sobre Campo Grande (MS), capital do estado que contém a maior parte do Pantanal. Por sua vez, Goiania (GO) fica de fora por sua proximidade geográfica com Brasília(DF), capital obviamente favorecida por ser sede política do país organizador. No sul, Florianópolis(SC) não conseguiu superar Curitiba(PR) que vai poder sediar a copa.

Em ordem alfabética, entraram as cidades de:

Belo Horizonte
Brasília
Cuiabá
Curitiba
Fortaleza
Manaus
Natal
Porto Alegre
Recife
Rio de Janeiro
Salvador
São Paulo

Neste sentido, a partir de agora, o blog passa a postar sempre que houver novidades, qualquer coisa que diga respeito a melhoria da estrutura urbana das cidades envolvidas, levando-se em conta que muito deverá ser feito para que os municípios adquiram condição de receber um evento de tal porte. Da malha viária passando pelo incremento da rede hoteleira, acompanharemos de perto pelo próximos 4 anos, as mudanças que deverão ocorrer.

Para saber mais acesse:

http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=259266&modulo=173

http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/0,,MUL1177312-9825,00-BRASIL+CONHECE+AS+CIDADES+QUE+RECEBERAO+PARTIDAS+DA+COPA+DE.html

http://www.opovo.com.br/esportes/881728.html

http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3797172-EI306,00.html

http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=27573

Por Carlos Henrique Carvalho

sexta-feira, 29 de maio de 2009

As encruzilhadas do cotidiano


"É sempre mais fácil para um regime vender automóveis aos pobres do que elevar seu nível de vida, dar-lhes trabalho, escolas, moradias". (Jean-Paul Sartre 1905-1980)

Admira-nos a cada cotidiano vivido, a experiência mal extraída das situações que nos movem a algum lugar. A identidade do homem no mundo sempre foi e sempre será construída em função da sociedade e do sistema no qual ele está inserido. Isto envolve, o processo histórico, a cultura e o próprio sentido de pertença do homem. No entanto, raramente alguém se dá conta de qual o seu lugar no mundo. Do indivíduo que sai cedo para o trabalho àquele que vive boa parte do tempo no ócio, grande parte dos homens desconhecem o(s) sentido(s) naquilo que faz.

A média de vida do ser humano gira em torno dos 70 anos, embora, não estejamos certos em qual parâmetro concreto esta estatística se apóia. Mas o fato é que o tempo que se perde procurando coisas que não contribuirão para nossa formação como sujeito é demasiadamente maior do que o tempo que temos para fazer algo produtivo.

Quantas vezes nos encontramos ante os desafios, sem saber como agir? É precisamente contra qualquer inércia que devemos proceder. O propósito do indivíduo, qualquer que seja, não é o de apontar soluções, mas de despertar para o problema. Não é porque o mundo se encontra feio, sujo e mau que se torne insuportável de viver. Se ele não contesta e não reage a esta situação, ele não é nada.

A vida é sinônimo de luta, é resistência e o caminho do indivíduo passa cotidianamente por desafios sem fim, por conflitos sem tréguas e a sua identidade vai se reconhecendo, enfim, por meio deste processo.

Carlos Henrique Carvalho

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Infinito desejo



Para ELA, que sabe o porquê

Quando o coração busca o que deseja,
Nada mais pode segurar, ó não,
E na força do teu beijo nasce uma emoção,
Te amar, infinito desejo, flor do luar.

Não fujo ao ímpeto desse desejo,
Pois o coração fala mais forte que a emoção,
Vive a força de um sentimento que não passa jamais,
De um louco desejo de te amar.

Infinito desejo, louco sem medo,
Que expõe este coração sem segredos,
supera a dor ao te fazer única,
Cria a loucura de viver um amor perfeito.

Por mais que o tempo nos esqueça a toa,
Por mais que distante agora eu esteja de você,
Por mais que não se desfaça a dor do meu peito,
Por mais que se perca esse coração passageiro.

Não cessa esse infinito desejo de te amar.

Carlos Henrique Carvalho
Em 19/05/2009 Teresina - PI

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Os dois lados de uma mesma moeda


Enquanto, as equipes do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza sentaram à mesa e chegaram a conclusão que a proposta orçamentária para viabilizar a copa do mundo de 2014 custará a salgada bagatela de R$ 9,2 bilhões, o povo do interior sofre no mar em que se transformou o outrora árido sertão do Ceará.

Só na região Centro-sul, a Defesa Civil estima que 5 mil pessoas estejam desabrigadas e passando por profundas privações materiais por conta das águas que ocupam as ruas de cidades interioranas.

Mas ainda assim, os governantes insistem em marcar reuniões para discutir quanto será gasto para organizar uma copa do mundo. Enquanto isso, perde-se tempo e o sonho de um desejo de mudança.

E assim caminha um país chamado ilusão...

Imagem extraída do sitio: http://www.icoenoticia.com/2008_03_30_archive.html
Por Carlos Henrique Carvalho

terça-feira, 5 de maio de 2009

O sentimento


Tão incerto quanto o fim da vida,
Louco como o assombro da paixão,
É somente o que surge de repente,
Logo se vai no rastro da saudade.

Há quem a julgue indescritível,
Mas todos reconhecem o seu apreço,
Em algum momento esquece-se as palavras,
E toda a ação se resume em beijos.

Mas se porventura alguém sentiu,
por certo não soube descrever o que era,
Perdido nos (des)caminhos da paixão,
Afinal, são palavras ou emoções?

Sabemos da dor que a distância de quem amamos,
Traz em nossos peitos dilacerados,
Porém o mais louco sentimento se renova,
Quando os olhares traduzem a intensidade da emoção.

Carlos Henrique Carvalho

terça-feira, 28 de abril de 2009

Passagens aéreas: a farra continua



"Não terá sido esta a primeira, nem infelizmente será a última maracutaia do gênero". (Otto Lara Resende para a Folha de São Paulo em 07/08/1992).

Como não poderia deixar de ser, os estranhos bastidores da política nacional continua fervendo com a polêmica das passagens aéreas.
Dessa vez, descobriu-se (a pólvora) que o deputado federal Eugênio Rabelo (PP-CE) teria bancado com verbas da cota de passagens aéreas da Câmara dos Deputados, 77 bilhetes para 27 jogadores, dois técnicos e três dirigentes do clube Ceará Sporting Club, além de parentes e amigos dos atletas e radialistas encarregados de cobrir os jogos do time de futebol. Rabelo, até o ano de 2007 dividia seu mandato de deputado com o de presidente do citado clube, não negou que cedeu as passagens, justificando para tanto, a crise financeira pela qual passava o Ceará.
O problema é que o deputado se serviu de um mandato público para beneficiar uma instituição particular, no caso, os funcionários do clube. Se isto não é improbidade administrativa, não sei que outro nome se pode atribuir a tal maracutaia.
Mais uma situação lamentável no meio lodaçal da política. Pelo visto, a farra continua e não terá fim. Quanto mais leio e releio essas notícias, mais constato que precisamos urgentemente renovar as figuras carimbadas da política nacional.

Ps: Em tempo, estive algumas vezes na Assembléia Legislativa do Ceará com requerimentos solicitando passagens aéreas ou verbas para viajar ao sudeste e ao sul do país com a intenção de apresentar trabalhos acadêmicos de relevância para o Estado e/ou a universidade que representei em congressos e eventos internacionais e nacionais. Infelizmente em todas as vezes foi negado este pedido. Tive que me dispor da bolsa de pesquisa do mestrado e em alguns casos, de ajudas de parentes e amigos para complementar meus gastos com educação.

Ps2: O vídeo que segue é um bem elaborado comentário do jornalista Luiz Carlos Prates que retrata a indignação estampada na cara de qualquer brasileiro.

Para saber mais sobre a farra das passagens, consulte os seguintes sites:

http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=255812&modulo=178

http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3727928-EI7896,00.html

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2009/04/27/ult59u196605.jhtm

domingo, 26 de abril de 2009

A farra das passagens aéreas


"Ministério Público é o caralho! Não tenho medo de ninguém. Da imprensa, de deputados (...) Pode escrever o caralho aí", disse. "Até ontem era tudo [o uso de passagens] lícito, então por que mudou? É um bando de babaca". (Ciro Gomes)

O fatídico episódio das passagens aéreas não poderia deixar de ser citado neste blog. Os políticos continuam aprontando das suas no "país das maravilhas", o Brasil. Para alguns, um lamentável e triste episódio que não condiz com as diretrizes da função pública. Para outros, uma situação de extrema naturalidade em se tratando do poluído meio da política.

O fato é que faltou controle efetivo sobre o direito ao usufruto das passagens pelos politicos, induzindo os mesmos a "premiarem" seus parentes, amigos, correligionários ou terceiros com pomposas viagens ao exterior e o território nacional, quase sempre com a finalidade de fazer turismo ás custas das malversadas verbas públicas.

Outra questão é que a situação extrapola o limite do bom senso e foi preciso a m... (com o perdão pelo palavrão) ser jogada no ventilador, para a câmara anunciar suas medidas moralizadoras (será?) no intuito de limitar a farra sem fim dos políticos do país, ainda que não reconheçam nenhum delito ou ato imoral praticado por eles.
Por essas e outras compreendo a revolta de pessoas que pagam impostos e tributos para manter a mordomia daqueles que vivem atrasando o crescimento da nação.

Quanto a infeliz, para não dizer, ridícula frase que encabeça o início do post, proferida pelo político Ciro Gomes, só uma perguntinha me parece válida: O bando de babaca em questão é o povo, os juristas ou ambos? Tirem suas conclusões.


Para saber como anda a pasmaceira dos políticos brasileiros leia mais em:

http://www.opovo.com.br/opovo/politica/871816.html

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090417/not_imp356254,0.php

http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=255531&modulo=178

http://odia.terra.com.br/portal/brasil/html/2009/4/farra_das_passagens_em_brasilia_7207.html

http://www.jusbrasil.com.br/noticias/1015407/apos-farra-das-passagens-camara-anuncia-medidas-moralizadoras-para-a-casa


A imagem pode ser encontrada no site:

http://www.blogdafolha.com.br/index.php?fim=90&secao=

Por Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O caminho


Transparece a sina do que seria vivo,
No último instante foi-se a sombra d'alegria,
E distante está a vida de um lenitivo,
perdido no caminho inlúcido da fantasia.

Almeja a lírica sombra do parecer, esperta,
E acompanha a perfeição uníssona de uma beleza indescrítivel,
Que ao mais encantador sonho se diz impossível,
Mesmo quando ao caminhar, a chama da saudade me desperta.

E que no vislumbre do instante mágico o sonho se eternize,
Ao momento estúpido que a visão soberba deleita,
No dissabor de um dia infeliz em que nada restará.

Mas sem medo até que o caminho se efetive,
Devo crescer ante uma busca estreita,
Pois com o tempo e a chama da esperança todo amor feliz será.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Abril: mês de comemorações e feriados


Neste mês, comemora-se algumas datas significativas para muitos. Dentre as datas pode-se citar, o dia do indio, excessivamente maltratado (dia 19), Tiradentes (dia 21) e o "descobrimento" do Brasil (dia 22).

Para entendermos o dia do índio, retrocedemos para 1940. Neste ano, foi realizado no México, o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste contimente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do evento, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “homens brancos”.

No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que depois foi escolhido, no continente americano, como o Dia do Índio.

Quanto ao enforcado e esquartejado Joaquim José da Silva Xavier, vulgo, Tiradentes, considerado o martir da Inconfidência Mineira, a revolução que não aconteceu, o dia 21 de abril corresponde ao dia em que ele foi assassinado pelo poder real português.

Por último, o dia 22 é e sempre será uma especulação histórica, por se tratar de um evento histórico ocorrido supostamente em 22 de abril de 1500, da frota comandada por Pedro Álvares Cabral ao território onde hoje se encontra o Brasil. A palavra "descoberta" é usada nesse caso em uma perspectiva eurocêntrica, referindo-se estritamente à chegada de europeus e desconsiderando a presença dos vários povos indigenas, que viviam havia diversos séculos nas terras do atual Brasil.


Enquanto isso, haja dias para encaixar tantos feriados.

Para conhecer mais veja em:

http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_do_indio.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Descoberta_do_Brasil

Carlos Henrique Carvalho