domingo, 31 de outubro de 2010

A 1ª mulher do Brasil


Por Carlos Henrique Carvalho

Com o desfecho de um panorama político de baixo nível, marcado por inflamáveis agressões pessoais de ambos os lados (PT e PSDB), Dilma Rousseff do PT vence com uma expressiva votação (56% dos votos válidos) e acaba de se tornar a primeira mulher a ocupar o mais alto posto político no Brasil.
Já se foi o tempo em que o eixo sul/sudeste decidia a eleição. Grande parte dos votos da vitoriosa Dilma veio do Norte/Nordeste, regiões no qual o governo Lula vem deixando uma marca notável de obras e ações a serviço dos menos favorecidos. No atual governo começou-se a mudar a visão de que essas regiões representam o atraso e todos os tipos de retrocessos, muitas vezes, ocasionado pelo preconceito criados pelas mídias das regiões ricas. Hoje, o Nordeste tem três grandes metrópoles (Fortaleza, Recife e Salvador) que se situam em estados com crescimento econômico e político acima da média nacional. Isto cria condição para uma respeitabilidade maior no trato com a questão política.
De fato, com essa conquista, a política brasileira vive um novo momento histórico, na qual ela irá suceder o atual presidente, Lula da Silva, o primeiro a vir da classe mais pobre e, sem dúvida, o político brasileiro mais popular e respeitado dos 35 que ocuparam o cargo em 121 anos de República, quando em 15 de novembro de 1889, Marechal Deodoro da Fonseca se tornou o primeiro presidente do país, após liderar um golpe militar que derrubou a monarquia lusitana de Pedro II.
Há 6 meses, Dilma era uma quase desconhecida, mas com o apadrinhamento político de Lula, cresceu publicamente e alçou o cargo de mandatária máxima do país pelo próximo 4 anos.

domingo, 17 de outubro de 2010

A lei do piso dos professores

Por Carlos Henrique Carvalho

Deu no Jornal O povo do dia 17/10/2010

Há dois anos, no dia 16 de setembro de 2008, foi sancionada a lei que garantia um piso nacional para os professores de escolas públicas. Ela determinava que a partir de janeiro de 2010 nenhum profissional poderia ganhar menos do que R$ 950 por mês, valor corrigido atualmente para R$ 1.024. Mas uma disputa judicial complicou a implantação da lei, que ainda não é realidade em todo o País.

“A gente pode dizer que 99% dos estados não pagam o professor de acordo com a forma como a lei foi aprovada”, aponta, em tom de lamentação, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão.

Um dos principais pontos da lei contestado por secretarias de Educação é a diferença entre o conceito de piso e remuneração. O texto coloca o valor de R$ 1.024 como vencimento inicial. Na avaliação da categoria, não poderia ser incluído no cálculo qualquer tipo de gratificação ou adicional. Mas os estados querem que a conta inclua todos os adicionais.

O que penso a respeito? Que os inimigos do piso são os governantes que se recusam literalmente a cumprir o que já foi declarado constitucional. Infelizmente, alguns deles foram eleitos e vão continuar seu projeto de afundar cada vez mais a educação no país. Nós, professores, só temos a lamentar que esta situação continue se arrastando por muito tempo sem expectativa de um desfecho otimista. Portanto, o professor não tem nada a comemorar, mas precisa urgentemente sair do marasmo em que se encontra a fim de brigar por direitos fundamentais a sua vida social.

Para ler mais, acesse:

http://www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2010/10/16/noticiabrasiljornal,2053479/dois-anos-depois-lei-ainda-nao-e-uma-realidade-nacional.shtml

domingo, 3 de outubro de 2010

Claude Lefort


O filósofo francés Claude Lefort (foto), pioneiro na denúncia dos totalitarismos, faleceu hoje, dia 3 de outubro, aos 86 anos. Colaborador da revista Les Temps Modernes até entrar em choque com Sartre pelo compromisso deste último com os comunistas e cofundador, junto com Henri Lefebvre e Cornelius Castoriadis, do Socialismo ou Barbárie, desde jovem esteve próximo ao marxismo, influenciado por seu mestre Maurice Merleau-Ponty.
Nascido em 1924, Claude Lefort era doutor em filosofia, lecionou na Universidade de Caen e tornou-se diretor na Escola de Altos Estudos e Ciências Sociais francesa. tendo também dado aulas na Sorbonne e na Universidade de São Paulo. Sempre crítico à antiga União Soviética e sua estrutura, foi marxista e trotskista, mas acabou afastando-se progressivamente de tais correntes. Fundou, junto com Cornelius Castoriadis, a revista e o movimento ‘Socialismo ou Barbárie’ (1948-1965), ligados ao libertarismo socialista. Escreveu também para a importante revista cultural Les Temps Modernes e dedicou grande parte da sua obra à análise do fenômeno totalitário e das carências da democracia.