sábado, 15 de outubro de 2011

Dia do professor: dia de diálogo


No dia 15 deste mês comemora-se o dia do professor. Mas como não há motivos para comemorar, vamos falar um pouco da importância do diálogo na escola.

Inicialmente é preciso constatar que o diálogo proporciona o encontro das alteridades, das diferenças, sendo imprescindível para a construção do conhecimento, visto que ao ser por, justapor e contrapor pessoas de posturas e idéias distintas cria-se a possibilidade de alargar o horizonte do conhecimento. Neste sentido, a sacada genial de Paulo Freire nos coloca diante da perspectiva de reconhecer a necessidade de dialogar para aprender, dialogar para conhecer o mundo e os limites de nossa ação/criação.

Ao agirmos sobre o mundo e seus correlatos (homens e coisas) estamos diante do desafio de criar situações de transformação ou reprodução dos valores existentes. Criar é algo que motiva o homem a superar a sua realidade estabelecida e propor uma nova alternativa diante do que se encontra historicamente definido.

Assim, na escola cito dois modelos de atividades que se enquadram nesta perspectiva:

1. A interação professor e aluno: quando ocorre favorece o processo de ensino-aprendizagem. É necessário um vínculo afetivo para que se possa compreender as necessidades e o comportamento dos alunos, bem como suas limitações. Se há a valorização dos alunos, das idéias divergentes e soluções criativas para diversos problemas, e se é incentivado o surgimento de liderança entre os alunos, há um ambiente favorável ao aprendizado.

2. Seminários sócio-educativos: com a finalidade de garantir o protagonismo dos alunos na escola e na sociedade.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Em suspenso


Por Carlos Henrique Carvalho

Após mais uma reunião da categoria, os professores decidiram votar pela paralização da greve que já durava mais de dois meses. Não me interessa agora questionar se o resultado da votação foi manipulado ou não. O fato é que os professores retornam às aulas nesta segunda ao mesmo tempo em que começa agora uma nova luta: a da negociação de melhroia para a carreira, encabeçada pelo cumprimento do piso salarial e a progressão funcional por titulação.
Diante de todo o desenrolar da greve que pude acompanhar atentamente, embora, não tão ativo como queria, por conta dos compromissos na universidade, tornei-me cético em relação ao desfecho positivo para os professores. Tenho sérias dúvidas se o piso será pago e se realmente haverá uma proposta satisfatória. Agora, só resta esperar, já que com a APEOC não se pode contar.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

No seio da luta


A charge de Newton Silva reflete com clareza problemas que tem afetado a vida de milhares de brasileiros. Com a copa do mundo, o Estado tem se ausentado em cuidar dos problemas mais urgentes e necessários. O que mais tem se falado nestes dias é a greve dos professores do Ceará. Enquanto os professores exigem dentre outras questões, o cumprimento do piso salarial de 1.187 aprovado pelo STF, os governantes afirmam que não tem recursos para cumprir as exigências necessárias. Contraditoriamente, o discurso do governo é o de valorizar a educação, que a cada dia se torna pior e mal afamada, de tal modo que o governador da capitania do Ceará veio com uma conversa estúpida de propor aos professores trabalhar por amor, como se os mesmos em sua maioria não fizesse isso.
Na assembléia geral, o coro dos professores é unânime quanto a permanência da greve e a necessidade de uma vitória que minimize as dores sentidas no menosprezo dos políticos que ignora as necessidades desta categoria fundamental para a existência da sociedade.
Hoje, o grito dos professores tem que ser ouvido por todos e sentidos numa intensidade transformadora que faça a educação aflorar como uma realidade no seio do nosso combalido país.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nota do SINDIUECE a respeito da greve


EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
A violência perpetrada pela polícia contra professores e estudantes acampados na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará (ALECE) na quinta-feira, 29 de Setembro, expressa o estado de sítio em que vivemos. O governador Cid Gomes e seus(!) deputados têm adotado, continuadamente, uma postura truculenta e antidemocrática no tratamento das críticas, principalmente quando se trata dos servidores públicos, do movimento sindical e social do nosso estado. Esta postura levou o governador a mandar(!) o poder legislativo aprovar tediosa lei que estabelece um raio de 40 quarteirões em volta do Palácio da Abolição como área de segurança que pode ser interditada sempre que o governo quiser, legalizando seu medo e desprezo para com as lutas do povo cearense. A conjugação da força bruta com artificiosas manobras legais e midiáticas para conter o conflito convive, harmoniosamente, com a corrupção e os esquemas de enriquecimento ilícito amplamente denunciados no caso dos banheiros e dos empréstimos consignados dos servidores, ambos envolvendo figuras centrais do governo.
A arrogância governamental e sua predileção pelo desrespeito às leis do País são as verdadeiras culpadas pela greve dos professores da rede estadual e pelos transtornos decorrentes. Mesmo tendo sido derrotado na ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) contra a lei que institui o Piso Nacional Docente, o governo insiste em não cumpri-la integralmente e propõe um ajuste que praticamente destrói a carreira dos mestres, com prejuízos inestimáveis à qualidade da educação pública.

Estes fatos põem em risco o futuro da educação pública no Ceará e a própria democracia. Pois se o governo quer impor uma estrutura de cargos e carreira sem dialogar com os professores, que são os sujeitos imediatamente implicados; se trata o amplo movimento de estudantes e professores como caso de polícia; se a imensa maioria dos deputados resolve atender, em regime de urgência, ao mando do governador, em detrimento do clamor de milhares de trabalhadores e estudantes... Estes são sinais claros de um regime de exceção que ameaça os direitos fundamentais de cidadania, democracia e liberdade.

Por isto, a diretoria da Sinduece repudia veementemente a conduta que o governo e a Assembléia Legislativa têm adotado para com a greve dos professores e coloca-se ao lado dos mestres e alunos que sustentam o movimento bravamente.

Ao mesmo tempo, convoca os professores da UECE a participarem do ato/passeata do movimento grevista que ocorrerá segunda-feira, dia 03 de Outubro, saindo da Assembléia Legislativa às 14 horas até o Palácio da Abolição.
SOMOS TODOS PROFESSORES E ESTUDANTES!

PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA DE QUALIDADE!

EM DEFESA DA DEMOCRACIA!


DIRETORIA DA SINDUECE


“Por trabalho digno, autonomia e democracia na universidade”