sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

FARRA COM O DINHEIRO ALHEIO


Após um recesso forçado em virtude dos trabalhos que teimam em não terminar, retorno novamente para falar um pouco sobre o péssimo uso dos cartões corporativos. Antes que alguém pense que estou criticando o atual Governo petista devo salientar que em São Paulo, reduto do PSDB, a farra com o dinheiro do contribuinte também anda incomodando a muita gente. Instituído em 2001, gestão do presidente FHC, com o objetivo de dar mais transparência e eficiência aos gastos em substituição às contas "tipo B", pelas quais o servidor recebia dinheiro e depois comprovava os gastos. O objetivo fundamental é que os cartões fossem usados para gastos emergenciais e essenciais. Mas para não dizer que não entendo o que se passa na política, basta dizer que em ano de eleição, começou cedo a briga entre o sujo e o mal lavado para ver quem leva a maioria dos votos. Não importa a mim definir quem está sujo ou mal lavado, até porque em se tratando de política tudo é escuro e difícil de entender. No mais, a briga entre o PT e o PSDB é a clara demonstração de que está cada vez mais complicado ter fé nos homens públicos, haja vista que amanhã estoura outro escândalo de malversação da verba pública e novamente nos veremos num Deus nos acuda, enquanto os políticos fazem a farra com o dinheiro alheio. Ainda bem que a minha educação não abre espaço para palavrões, mas bem que a maioria deles merecem a pecha de larápios, sórdidos e outros nomes desagradáveis para um cidadão ouvir.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Dois fatos históricos – Sérvia e Cuba



Durante essa semana dois fatos que podemos acreditar como sendo históricos ocorreram: primeiro, a independência de um lugarejo situado na região dos Balcãs, ao sudeste da Europa chamado Kosovo. Segundo, a saída de Fidel Castro do poder de Cuba por motivos de saúde.
Quanto à independência (ocorrida em 17 de fevereiro de 2008) de um lugar permeado por guerras e conflitos, isso certamente é natural, tendo em vista que a Península dos Balcãs sempre foi um palco recheado de genocídios e brigas infindáveis. Mas o fato é que uma região sem a menor estrutura geopolítica e social se declara independente do seu estado maior, a Sérvia, não nos assusta pelo fato de que todo dia uma revolta explode e põe em xeque a soberania do povo local, que a bem da verdade, muda de nacionalidade mais do que os políticos brasileiros mudam de partido.
Quem não se recorda da Iugoslávia, a nação desmembrada por inumeráveis brigas entre as etnias que habitam a região dos Balcãs? “As várias etnias que a compõem (sérvios, croatas, eslovenos, montenegrinos, albaneses e macedônicos), a partir do colapso do socialismo, retomaram as antigas guerras tribais que tanto infelicitaram a região, aquela esquina do mundo, onde, no passado, interesses conflitantes das grandes potência imperais (da Áustria, da Rússia, da Turquia otomana) se encontravam, acirrando o ódio das populações locais, umas contra as outra”. Daí que o Kosovo ( de maioria Albanesa) é mais uma das nações que surgem sem a promessa de pacificar a região, ao contrário, de acirrar ainda mais as exaltados ânimos dos povos locais.
O outro fato, também sumamente importante vem com a renuncia do ditador e líder cubano Fidel Castro em 19 de fevereiro de 2008. Após 49 anos no poder, iniciado em 1959 com a revolução na qual esteve à frente junto a Che Guevara e que derrubou o regime capitalista do ditador Fulgêncio Batista, Fidel, debilitado, mas consciente, renuncia ao cargo de presidente de Cuba e à chefia do Partido Comunista Cubano.
Lutando conta o regime capitalista dos EUA, Fidel fez história como a voz dissidente da América Latina e encerra um ciclo de governos marcados por regimes fechados e, muitas vezes, opressivos. Mas a pergunta que não quer calar é: será que o fim do Castrismo ( designação coloquial do ramo da teoria política para o sistema político e econômico socialista implementado em Cuba por Fidel Castro) significará melhoria de vida para a nação cubana?
Quem estiver interessado, “neste final de semana, em ocasião da renúncia histórica do presidente de Cuba, o Canal Futura exibe o documentário “Fidel Castro”, inédito na TV brasileira. O filme investiga os diferentes aspectos do governo ditatorial cubano e integra a programação especial do “Ano da democracia” no Canal Futura (em 2008, diversos programas do Futura vão debater o papel da democracia no mundo). O filme será exibido em dois episódios, com uma hora de duração cada um. A primeira parte do documentário vai ao ar no sábado, dia 23, às 19h30min. A segunda metade do especial será exibida no domingo, dia 24, no mesmo horário”.


Para Saber mais:
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/atualidade/iugoslavia.htm
http://www.suapesquisa.com/biografias/fidel_castro.htm
http://www.correiodoestado.com.br/?conteudo=noticia_detalhe&idNoticia=1259

Por Carlos Henrique Carvalho

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Morrer de saudade.



Quanto mais longe de você fico,
Mais próximo da saudade vivo,
Grito por um amor que não teme se mostrar,
Porque todo o dia relembro a beleza do teu olhar.

Mas já me diziam que viver sem você,
É como morrer de saudade,
Por isso vigio o tempo como louco a te esperar,
E quanto mais às horas passam mais estou a te amar.

Se se morre de saudade, eu sei,
Coração angustiado por não te ver,
Cada passo que percebo penso que é teu,
E cada sussurro que ouço juro que é tua voz.

Se se morre de saudade, eu sei,
Quando vou a qualquer lugar te levo no peito,
Mas isso não me impede de chorar a tua ausência,
Coração amargurado por está distante de você.

Quer matar essa saudade, não morrer,
Fazer da vida a felicidade, não sofrer,
Buscar um espaço no tempo e ser feliz,
Realizar a nossa história como sempre quis.

Se se morre de saudade, eu sei,
Coração injuriado quer sentir teu calor,
Carinhos que não cessam jamais,
Fazer valer na vida esse amor.


Carlos Henrique Carvalho

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Fim do horário de verão 2007-2008



Aos amigos do Centro-oeste, Sudeste e Sul, a partir da meia noite de domingo, o horário de verão termina e os relógios terão de ser novamente adequados à hora oficial de Brasília.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Entre suor e lágrimas



Bem preferível é o sol que nos faz suar,
Do que a chuva que mesmo límpida,
Sempre nos leva a chorar.

Mas é somente entre suor e lágrimas,
Que fazemos a vida valer a pena (o sacrifício),
O sol e a chuva são partes de nossas vidas.

Ainda carecemos de um amor profundo
Que nos faça flutuar sem medo sob as nuvens,
E encontrar-se mesmo num instante não mágico.

Então, no momento que o sol se faz por desejo,
Enxugo as lágrimas de uma chuva caída à noite.
E nunca esqueço do dia em que amei, lutei e perdi.

Mas entre suor e lágrimas velei a vitória.

Carlos Henrique Carvalho

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

NEGOCIAÇÃO ENCERRA GREVE NA UECE



Depois de meses de tensas negociações e reviravoltas mirabolantes, os professores da Universidade Estadual do Ceará (UECE) resolveram, após mais uma assembléia dar por encerrada a greve que se arrastava sem uma solução feliz. De fato, bem ou mal se salvaram todos e as aulas retornarão dando início ao atrasadíssimo semestre 2007.2.
No entanto, esperamos que esta solução tenha sido definitiva e que tanto os professores quanto os representantes do Governo tenham entrado num denominador positivo para ambos de modo que nenhum estudante possa mais passar pelo constrangimento de atrasar sua formação e qualificar seu trabalho.
Para quem se interessar segundo o jornal O povo: “As aulas recomeçam nesta quinta-feira e a reitoria da universidade vai adequar o calendário acadêmico já aprovado pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe).”
Assim, espero que esse atraso e estado de descrédito que ora passam as Instituições de Ensino Superior Pública seja gradualmente superada a partir do desenvolvimento de um trabalho que mescle qualidade na pesquisa, no ensino e empenho na resolução dos problemas burocráticos.

Carlos Henrique Carvalho

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

NOTA DE REPÚDIO: UNIVERSIDADES PÚBLICAS EM RUÍNAS


Completa-se hoje (12/02), seis meses da greve que atingiu as Universidades Públicas Estaduais do Ceará (UECE, URCA e UVA). A forçosa paralisação desgastou a relação dos professores com o Estado, tendo em vista que a aprovação e o cumprimento dos PCC’S (Plano de Cargos e Carreira) anda sempre a passos lentos.
Sabemos que a greve não é uma manifestação isolada na sociedade e a bem da verdade, desde 28 de junho de 2005 com a deflagração da primeira greve, vemos esse problema se repetindo novamente sem qualquer solução que viável para todos os envolvidos. Por outro lado, as instituições de Ensino Superior do Ceará vêm enfrentando graves conseqüências em função do sucateamento da sua estrutura. Faltam livros, laboratórios de informática ou de saúde e materiais que ajudem na produção da pesquisa dos acadêmicos.
Nesse sentido, essas breves palavras servem simplesmente de lembrete para uma data que não temos nada a comemorar, somente a lamentar o caos e a triste situação das nossas Universidades. Fica então, minha nota de repúdio ao descaso com o que os responsáveis pelo poder público vêm fazendo com as Universidades cearenses.

Carlos Henrique Carvalho

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Para que serve mesmo o horário de verão?



Há exatamente uma semana (16/02/2008), o horário de verão 2007-2008 terminará, retornando o ciclo normal nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil (exceto Mato Grosso). Convém ressaltar que o Norte e o Nordeste se encontram fora do famigerado adiantamento da hora desde 2000-2001. Os Estados do Nordeste foram incluídos naquele ano, mas conseguiram sair depois de recorrer à Justiça. A forçosa alegação dos políticos era que a economia na Região não seria suficiente para justificar o desconforto da população. Com isso, toda a briga política instauradas nos governos anteriores fora “encerrada” com o fim da adoção pelo Nordeste.
Historicamente, o horário de verão foi instituído no País em 1931 e até hoje se pergunta qual a utilidade de se adotar a medida que adianta os ponteiros do relógio em 1 hora a menos. Já houve ameaça de racionamento de energia e água, mas a verdade é que nunca foi possível provar que o horário de verão auferisse ganhos econômicos ou sociais. De fato, a única certeza foi que as pessoas passaram a acordar mais cedo para poder chegar ao emprego e isso por si, constitui uma chatice desnecessária.
Já não bastam termos que agüentar salários atrasados, saúde, educação e segurança pública da pior qualidade, somos obrigados a acordar 4 horas da manhã para chegarmos no horário do trabalho? Escrevo por todos aqueles que sofrem com essa adoção famigerada e contra aqueles que insistem em acreditar que economizamos energia nesse período.
Ainda assim, estou ciente de que há quem goste do horário de verão, embora discorde dos ganhos propalados pela medida. Na verdade, acredito que há prejuízos na seguinte ordem:
- O horário de verão causa grande impacto em pessoas que tem problemas ligados ao sono, isto é, o chamado relógio biológico.
- Afeta a segurança daquelas que tem que sair de casa quando ainda está escuro, no caso do Brasil, principalmente em grandes cidades.
- Obrigam as pessoas a se programarem com excessivo zelo para ir às agências bancárias pagar contas, onde o horário de funcionamento em muitos locais é antecipado em uma hora, para compatibilizar com o horário de Brasília.
- Causa impacto nos sistemas de informática em uso nas empresas. Estes sistemas precisam ser desligados e religados para que a atualização de horário não provoque problemas internos nos programas e nem efeitos indesejáveis. O mesmo acontece para a volta ao horário normal.
Assim, somado a certeza de que a economia de energia é uma pura retórica concluo esse discurso certo de que seria bem mais viável revogar o Decreto que institui o horário de verão ( o atual é o nº. 6.212, de 26 de setembro de 2007).

Para Saber mais veja em:

http://www.expressojuridico.com.br/index.php?pagid=NAWmwme&id=103&tipo=ZGXUw&esq=NAWmwme&id_mat=6201
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hora_de_Ver%C3%A3o
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1923751-EI306,00.html

Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O vazio de tua existência


O vazio de tua existência me transcende,
Rumo a uma dor que vejo insuportável,
Pois o destino na sua ira à chama acende,
E rouba de mim um coração inquebrantável.

Mas vejo que não enlouqueço, oh dor!
Onde estará aquela por quem não cala meu coração?
O que será feito de mim sem este amor?
Onde derrama o cálice da redenção?

O veneno! Este malévolo que dilui meu viver,
A cada instante que penso nela,
E o vazio dessa existência me cobre de angústia.

Eis que ainda vivo, mesmo envenenado,
Prolongam-se as dores com tal ímpeto,
Que o peito pulsa, mas não me sinto mais aqui.

Carlos Henrique Carvalho

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A crônica do fracasso anunciado


Há quem nos diga sem receio que uma boa crônica deve ter como principal virtude, primar o novo ou execrar o óbvio, mas penso que em se tratando da realidade, as aparências têm nos mostrado que a exigência da profissão do cronista é estafante demais. Porque se por um lado, o cronista geralmente se entrega encantado ao prazer da escrita ao reviver os lampejos de um cotidiano carente de emoções, por outro lado, quando se reconhece que o fato é nojento, sente-se ele um pobre sofredor como Cristo martirizado e indefeso, tal qual a história que ocorreu um dia desses nas dependências de um restaurante qualquer e que me foi contada pelo meu amigo-irmão, Nômade.
O caso se sucedeu num desses lugares-comuns, conhecido como Cai Duro, uma alcunha nada carinhosa, embora condizente com o local, famoso não apenas por servir comidas a preço de custo, mas, onde até os ratos param para “conversar” conosco. Porém, do mesmo modo que o mundo se encontra, o dito refeitório era tão sem graça e desprovido de novidade que o seu aspecto assumia o tom de uma monotonia de dar sono ao mais agitado e incansável indivíduo, assustando, assim, o grande Nômade que atentamente na fila, observava a tudo e a todos, sem deixar escapar certos detalhes que achei por bem omitir. Num determinado instante, uma jovem muito bela, discretamente levantou-se de seu assento próximo a fila, saiu apontando o dedo para a sua comida e bradou sem empolgação para um escândalo:
- Olha aqui, olha aqui, uma barata!
Isto mesmo amigos, não quero fazer média com ninguém, mas havia um inseto ortóptero onívoro no prato de comida da jovem. No entanto, engana-se inocentemente quem sonha em acreditar que o fato de uma singela barata ter feito um pouso em lugar errado, possa ter causado pânico generalizado. De fato foi como se nada tivesse acontecido e a maior prova inconteste disso tudo é que quase todos os presentes comeram na mais cândida paz, sem problema algum em exercitar o seu canibalismo inflexível.
Caros amigos, quando o estomago estrondeia tão ferozmente que assusta o nojo, no fim deste jogo, a gente descobre que não há nada mais poderosa que a fome e é justamente aí que o frango “paga o pato”. Até o herói desta história, Nômade, comeu sossegadamente a sua comida, sem o menor temor de que um díptero esquizóforo (a mosca doméstica) pousasse em seu prato ou ainda crente de que posteriormente não colocaria tudo para fora literalmente pelas duas vias (se entendem o que digo).
Após o almoço longamente degustado (lembramos a todos que a mastigação é um rito sagrado como uma religião: cada um tem a sua), o nosso herói tratou de ir ao lavatório, cuidar de questões importantíssimas para qualquer indivíduo e que não vem ao caso mencionar. Logo após satisfazer todas as necessidades, eis que na saída do restaurante, ele depara-se frontalmente com a vítima de tão infame e constrangedora situação. Sem vergonha alguma, ele foi chegando junto e rapidamente se pôs a perguntar:
- Oi minha querida, percebi que no refeitório deste restaurante você encontrou uma barata em sua comida. Isto é verdade mesmo?
Aparentemente a reação dela foi positiva (pelo menos para ele) porque ela não teve pudor em responder:
- Oi, é quase verdade, pois o que eu encontrei foi a cabeça de uma barata com umas anteninhas e quando vi aqueles “olhos” voltados para mim, perdi a fome.
Quando se trata de analisar um caso como esse, o nosso herói costuma apelar para os seus lances de fina ironia:
- Engraçado como esse pessoal nunca coloca tempero na comida, mas quando aparece algo temperado, você descobre que uma barata deixou a comida “saborosa”.
E ela concordou em gênero e número, pois foi enfática ao afirmar:
- É isto mesmo! Pior para quem comeu muito, porque a barata se dissolveu e o sabor ficou bem peculiar.
Logo após o ilustre amigo se despedir da vítima desta histórica e antológica agressão alimentar, veio afoitamente a mim, contar o ocorrido que ora narro a fim de extrair dele algum questionamento. O primeiro que me veio à mente foi doloroso como soco de lutador de boxe na boca do estômago: em quem confiar se tudo por nós é desfeito num olhar? Sinceramente sinto que acabo de cair num poço escuro, seco e profundo. O olhar em questão é sempre o da vítima desta desgraça. A minha observação sempre será de uma testemunha distante, visto o fato ter sido contado.
Neste caso, a quem humildemente devo recorrer? O nosso herói, perdido, de repente brada a pleno pulmão:
- Acudam-nos vigilância sanitária!
Ele está certo. Pediremos forçosamente que os refeitórios de restaurantes de todas as categorias sejam rigorosamente fiscalizados e avaliados, porque senão perderei a minha bendita paciência toda a vez que adentrar no recinto desses locais a fim de exercitar meu canibalismo sagrado e uma reles baratinha resolver fazer o seu descanso justo no meu prato de comida. Se este insignificante inseto é capaz de um estrago desta magnitude, imagine o tamanho da minha preocupação em cear nesses locais. Pior ainda se os nossos doutores em nutrição resolverem adotar a cultura dos chineses e afirmar cientificamente que a barata também é nutritiva. Xi! Já deu para perceber que este fracasso está definitivamente desenhado.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Desorganização no carnaval de Fortaleza quase causa tragédia


Hoje, segunda feira senti-me na necessidade de comentar sobre a quase tragédia ocorrida por ocasião da queda de uma arquibancada no carnaval de Rua em Fortaleza. Aparentemente superlotada, a arquibancada, sem dúvida, também mal montada, não resistiu e cedeu causando um acidente tumultuoso. Informações dos meios de comunicações dão conta de que 40 pessoas ficaram feridas e nenhuma morte até o momento. Segundo o site do jornal O povo (http://cobertura.opovo.com.br/carnaval2008/): “O número inicial de 30 feridos no acidente da Domingos Olímpio subiu para 40, sendo que 29 foram atendidos no Instituto Dr. José Frota (IJF) e 11, em Frotinhas, de acordo com o diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil, Arimá Rocha. Arimá Rocha confirma as informações dadas pelo médico Gentil Barreira, da emergência do IJF, de que apenas uma vítima está
hospitalizada. A senhora Benedita Rodrigues passou por uma cirurgia no braço e está em observação”. Diante disso, há que se atentar que um acidente desse tipo pode ser evitado tomando precauções simples, mas que resulta em tranqüilidade na hora da diversão. Uma delas seria a escolha de uma empresa séria, capaz de montar uma estrutura de entretenimento que inspire confiança e segurança. Outra boa medida seria organizar o fluxo de pessoas que entram e saem das arquibancadas ou locais de festas, o que evitaria problemas sérios. Mas parece que os órgãos responsáveis pela organização da festa se esqueceram de levar a serio estas medidas e por muito pouco uma tragédia de gravidade aterradora não aconteceu. Ficam novamente em foco as imagens e as palavras de alerta para que os organizadores novamente não fiquem batendo cabeça na hora de procurarem culpados ou arranjar historinhas de que nesse ano tem eleição e a oposição orquestrou tal acidente.

Ps: Imagem extraída de http://cobertura.opovo.com.br/carnaval2008/
Ps2:O vídeo a seguir contém dados desatualizados sobre o número de acidentados, mas explica bem a tensão vivida pelas pessoas.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM785678-7823-ARQUIBANCADA+DESABA+EM+FORTALEZA,00.html

Carlos Henrique Carvalho

domingo, 3 de fevereiro de 2008

A cultura violenta do carnaval


Dando continuidade ao artigo anterior na qual mostramos o aspecto histórico - cultural do carnaval, vamos agora alertar como esta festividade é fundamentalmente dispendiosa e violenta, afrontando comumente a ordem e o bem-estar das pessoas.
Anos após anos somos surpreendidos por estatísticas cada vez mais assustadoras no tocante a violência do período de momo. Por si, os dados que apontam a crescente onda de agressões contra o ser humano nos levam a crer que não vale a pena o risco de se divertir no carnaval. Não falo simplesmente de acidentes ou homicídios, mas de perdas fundamentais para o bom andamento social e econômico do país.
Além disso, o carnaval está associado a assaltos, furtos, brigas, mortes, agressões físicas, desaparecimento de menores e adultos, perca de documentos, etc. De fato, “Muitas mulheres, algumas de menor idade engravidam durante o carnaval e os seus filhos são conhecidos por "filhos do carnaval" que muitas vezes acabam por ser abandonados pelas mães, nos caixotes do lixo, na rua, nas creches ou à porta de terceiros”.
Por isso que falar do Brasil como um país ordeiro e socialmente estável é como vivenciar a obra máxima de Lewis Caroll (Alice no país das maravilhas). Será isso possível? O próprio carnaval brasileiro é a síntese da fantasia e da sedução, mas que na prática não funciona a contento, visto que a violência sempre grassa de modo irredutível.
No final de toda esta história de embriaguez medieval, gregas, romanas, espanholas, cariocas, negras, índias e de todas as cores, voltemos ao ponto de partida, por que celebrar o carnaval? Esta festa cuja violência se alastra com tamanha voracidade a ponto de nos incomodarmos com vidas desperdiçadas? Afinal, será que há sentido em adotarmos tantos dias para celebrarmos a mesma coisa? Assim, deixo esses questionamentos para a reflexão de cada um.

Carlos Henrique Carvalho

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

A cultura histórica do Carnaval.


Inicio duas matérias sobre o carnaval, aproveitando o período da folia de momo que se aproxima. A primeira matéria busca mostrar um pouco do aspecto histórico e cultural que permeia essa festividade. Já a segunda mostrará como o carnaval é uma festa violenta, aliás, figurando nas estatísticas como a festividade em que morre mais gente.
A despeito da sua origem polêmica e obscura (greco-romana ou portuguesa), o carnaval se constitui na festividade de maior apelo popular no Brasil. Tão longa que chega a durar uma semana por nossas bandas ao contrário da maioria dos países que destinam menos importância a tal festa. A verdade é que o carnaval cuja etimologia latina deriva de carrum novalis, com a qual os romanos abriam seus festejos, ou na palavra carnelevale, do dialeto milanês, que significa "adeus à carne" - uma clara alusão ao início da quaresma cristã. Foi trazido pelos portugueses ao nosso país através de uma brincadeira de mal gosto chamada Entrudo (Entrada) que consistia, segundo enciclopédias conceituadas, em lançar sobre os brincantes baldes de água, esguichos de bisnagas e limões-de-cheiro (feitos ambos de cera), pó de cal (uma brutalidade, que poderia cegar as pessoas atingidas), vinagre, groselha ou vinho e até outros líquidos que estragavam roupas e sujavam ou tornavam mal-cheirosas as vítimas.
Segundo historiadores “Pelas ruas generalizava-se uma verdadeira luta em que as armas eram os ovos de gema, ou suas cascas contendo farinha ou gesso, cartuchos de pós de goma, cabaças de cera com água de cheiro, tremoços, tubos de vidro ou de cartão para soprar com violência, milho e feijão que se despejavam aos alqueires sobre as cabeças dos transeuntes. Havia ainda as luvas com areia destinadas a cair de chofre sobre os chapéus altos ou de coco dos passantes pouco previdentes e até se jogava entrudo com laranjas, tangerinas e mesmo com pastéis de nata ou outros bolos. Em vários bairros atiravam-se à rua, ou de janela para janela, púcaros e tachos de barro e alguidares já em desuso, como depois se fez também no último dia do ano, no intuito de acabar com tudo de velho que haja em casa. Também se usaram nos velhos entrudos portugueses a vassourada e as bordoadas com colheres de pau etc.."
De fato, tal brincadeira através dos tempos adquiriram transformações capazes de minimizar os efeitos negativos dos produtos nocivos, mas não diminuíram em nada o ímpeto das pessoas em festejarem. Embora, o número de pessoas que participem dessa comemoração seja bem menor que antigamente, a intensidade dessa festa Cristã e, não pagã, como acredita os desinformados, continua mantendo seu ímpeto na contemporaneidade.
Para saber mais:
http://web.educom.pt/paulaperna/carnaval.htm
http://www.miniweb.com.br/cidadania/dicas/carnaval.html
http://www.geocities.com/Area51/Atlantis/2970/link0032.htm
http://www.suapesquisa.com/carnaval/