quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Violência urbana no ocidente das próximas olimpíadas



“A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”.(Jean-Paul Sartre)
Quando se trata de escrever sobre a violência, não têm cabimento criar um discurso inflamado e acusar simplesmente as problemáticas econômicas e sociais como fatores preponderantes no surgimento dos conflitos urbanos. No Rio de Janeiro, sede das olimpíadas de 2016, a guerra civil é um fato consumado que não dar pra contestar. O governo enquanto instituição de segurança pública, definitivamente não sabe como lidar com a violência. O despreparo é tão visível que o policial sai das academias ainda imaturo para enfrentar as situações cotidianas de riscos. Assim, cidadãos disputam espaços com os bandidos e as balas que voam a esmo, tirando a vida de cerca de 30 pessoas.
Enquanto isso, em junho de 2005, em Londres, sede das olimpíadas de 2012, aconteceu o pior ataque terrorista desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quatro explosões atingiram o sistema de transporte da cidade, deixando ao menos 37 mortos e 700 feridos. A ação ocorreu um dia após a cidade inglesa ter sido eleita sede da Olimpíada de 2012. Evidentemente, a Inglaterra é bem mais desenvolvida econômica e socialmente que o Brasil e, nem por isso, a situação foi menos grave, o que evidencia que a violência é um problema cultural do ocidente e não exclusividade dos países menos desenvolvidos. Apesar das distâncias geográficas e econômicas entre Rio e Londres, a violência é comum nas cidades que serão as próximas as sediarem um evento de larga proporção social.
Portanto, não adianta inventar um discurso analisando o Rio como cidade despreparada para receber qualquer evento, se tanto por aqui quanto em Londres as tragédias se somam cotidianamente em meio a ilusão de um mundo melhor. Àqueles que desejam criticar e criar discursos virulentos diante dos problemas nacionais, antes de fazê-lo, parem de olhar para o próprio umbigo e descubra que do outro lado do mundo a situação não está tão boa e a grama do vizinho não é tão verde quanto se ver.

Por Carlos Henrique Carvalho

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