terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A ética e os meios de comunicação



Jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão dedicados ao jornalismo, assim como os sites informativos na internet, nada disso deve existir com a simples finalidade de gerar empregos, fortunas e erguer os impérios da mídia; deve existir porque os cidadãos têm direito à informação (garantido em todo o mundo democrático, sobretudo desdde a declaração dos Direitos do Homem, de 1948, que estabelece, no artigo 19, o direito à liberdade de opinião e expressão, que inclui a liberdade de ‘procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras’, e garantindo também no Brasil, pela Constituição Federal, artigo 5º - XIV). BUCCI, Eugênio de. Sobre ética e imprensa, p. 33.

Os meios de comunicação têm muito mais que a função de informar. O uso da informação é o fio condutor do processo de manipulação ou de uma instrumentalização objetiva cuja finalidade visa sustentar interesses escusos. Isto nos induz a crer que muitas vezes, a informação tem servido como fonte de deturpação ou execração pública. Apesar da existência de um código de ética dos jornalistas, a pergunta pelo agir ético se faz fundamental na medida em que o bom senso sempre deve prevalecer diante dos interesses que se ocultam por meio da informação e incorrem na distorção das opiniões das pessoas. Desse modo, a preocupação com a ética se encontra presente no mundo contemporâneo, sobretudo, nos momentos em que mais se questiona sobre o uso da informação por parte dos meios de comunicação, atendo-se a veracidade ou falseabilidade de uma informação.

Em outras palavras, o profissional da comunicação tem a responsabilidade sobre: a) os efeitos sociais causados pela informação e b) a ineficácia da própria informação. Assim, esta conferência propõe-se a analisar o poder que tem a informação na condução das massas e o compromisso do profissional da comunicação através do cumprimento de um código de ética dos jornalistas.
Em 1936, o pensador Theodore Peterson em sua obra Four Theories of the Press (Quatro teorias da imprensa) resumiu em sete pontos fundamentais as suas críticas ao que chamou de "deficiências cruciais dos meios de comunicação":
1. A concentração de um amplo poder para os seus próprios fins. Seus donos na maioria das vezes têm divulgado apenas suas opiniões, especialmente em assuntos econômicos e políticos, em detrimento de opiniões contrárias;
2. Manifesta uma subserviência às grandes empresas e, algumas vezes permitem que os anunciantes controlem a linha editorial;
3. Resistência à mudança social;
4. Atenção demasiada ao conteúdo informativo superficial ou sensacionalista do que ao realmente significativo na sua cobertura dos acontecimentos;
5. Coloca em perigo a moral pública;
6. Invade a privacidade das pessoas;
7. É controlada por uma classe sócio-econômica vagamente definida como "classe empresarial", que dificulta o ingresso de novas pessoas no negócio, colocando assim em perigo o livre e aberto mercado das idéias.
Para coibir estas imperfeições, os meios de comunicação têm apelado para normas de redação, códigos de ética, constituição de críticos internos (onde cintilam figuras como o ombudsman), e a criação de conselhos de imprensa.

Constituem-se os meios de comunicação:
O Rádio, a Televisão (TV), o Cinema, o Jornal, a Revista, a Internet, a Publicidade, etc.
O Papel dos meios de comunicação:
Social, cultural, político, informativo, entretenimento etc.

Sugestão de leitura:
BLAZQUEZ, Niceto. Ética e Meios de Comunicação – São Paulo: Editora: Paulinas, 2001.
BUCCI, Eugênio de. Sobre ética e imprensa. Companhia das Letras, São Paulo, 2000.
PAIVA, Raquel.(org). Ética, cidadania e imprensa. Rio de Janeiro, Mauad, 2002.

Sugestão de filme:
Filme: O quarto poder
Título Original: Mad City
Atores: John Travolta, Dustin Hoffman, Mia Kirshner, Alan Alda e Tammy Lauren.
Diretor: Costas Gravas.
Ano: 1997. Duração: 115 minutos.
Sinopse: Narrativa sobre dois homens cujos destinos se cruzam por acaso. Um deles e o veterano reporter de TV Max Bracket, interpretado por Dustin Hoffman. Penalizado por entrar em pânico durante uma matéria, e obrigado a cobrir o cotidiano de uma pequena cidade quando Sam Baily, interpretado por John Travolta, casado e pai de família, descobre que foi despedido e entra em desespero, invadindo o museu com um rifle, fazendo vários reféns. Bracket que por acaso estava no local, vê no episodio, sua grande chance de voltar ao topo.

Ps: Roteiro da conferência apresentada no IV SIMPÓSIO DE FILOSOFIA DO ITEP em 13 de maio de 2008.

Carlos Henrique Carvalho

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