sábado, 13 de dezembro de 2008

Intensamente Sartre



"Todo o existente nasce sem razão, prolonga-se por fraqueza e morre por acaso". SARTRE. A Náusea(1931).

Uma das mais intensas e controversas personalidades do século XX, assim podemos descrever o francês Jean-Paul Sartre. Entre os anos 1940 e 1970 ele foi o rei da polêmica, sempre tomando partido dos menos desfavorecidos e injustiçados no mundo. Posicionou-se contra o governo do seu país na questão Argélia, contra o imperialismo praticado pela corrente do mal EUA e Gra-Bretanha, a opressão aos negros e o envolvimento com as questões judaicas e palestinas.

Sartre foi um intelectual carismático que soube defender o existencialismo com unhas e dentes das polêmicas ideológicas e conceituais com os cristãos e marxistas. Além disso se tornou conhecido como o mais ferrenho defensor da liberdade humana, contra todas as formas de imposições e agressões aos direitos humanos. Nomeado presidente do tribunal internacional Russel para julgar crimes dos EUA no Vietnã, portou-se sempre como um sujeito que sabia o que fazer diante de um mundo feio, sujo e mau.

Não tenha dúvida, era o tipo de figura que nossos avós e pais paravam para escutar ou ler algo ao seu respeito. Não falarei neste texto do Sartre filósofo, mas quero apenas brevemente enaltecer a sua importância para àqueles que acreditam se tratar de alguém com idéias defasadas pelo tempo e a evolução do conhecimento tecnico-cientifico. Para tanto, faço uso das palavras do professor Odílio Alves Aguiar (UFC) que podem ser encontrada na orelha da Revista Cadernos Sartre, publicação do Grupo de Estudos Sartre da UECE da qual tenho orgulho em fazer parte.

"Se vivemos sob o signo do automatismo dos mercados e essa situação é posta como um destino, pensar com Sartre hoje significa que podemos pensar e agir de forma a transcender essa situação. Na perspectiva de Sartre, enquanto existirem homens, por mais complexa e manipuladora que seja a situação deles, será possível o exercício da liberdade, pois esse é o horizonte ontológico que constitui a condição humana".

Nesta semana em que a declaração universal dos Direitos Humanos completou 60 anos, ao ser adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, nada mais adequado que relembrar o nome e a figura histórica e intensa de Jean-Paul Sartre.

Carlos Henrique Carvalho

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