domingo, 11 de abril de 2010

Por que precisamos avaliar o ensino?


Por Carlos Henrique Carvalho

A imagem em destaque foi utilizada numa das aulas do modulo de Didática Geral do curso de capacitação e construi o seguinte texto a respeito do papel da avaliação no ensino:
Inicialmente é preciso evidenciar que as imagens representam contextos históricos distintos: há uma diferença temporal de 40 anos entre a primeira e a segunda imagem. Nesse sentido, destaca-se uma mudança de paradigma sócio-cultural e comportamental caracterizado por dois fatores: transição de valores e inversão de responsabilidade.
No quadro de 1969, o aluno é repreendido pelos pais e no quadro seguinte os pais repreendem o professor. Nesse caso, o professor de autoridade reconhecida e valorizada perde a credibilidade diante dos pais que o culpam pelas notas baixas do filho. Ora, fica claro que há uma mudança brutal entre as imagens no que tange a responsabilidade do professor para com o processo educacional do aluno. No entanto, o que não se verifica de modo algum é a responsabilidade dos pais para com a educação do filho. Em outras palavras, a transição de valores e a inversão de responsabilidade atingem somente professor e aluno, como se os pais fossem meros agentes passivos no processo de educação do filho.
Sem dúvida, é desolador constatar como a autoridade do professor se encontra em xeque, servindo para que a transmissão da culpa pelo fracasso do ensino recaia somente em sua figura. Esses problemas fazem com que seja sumamente necessário rever a polêmica relação existentes entre avaliação e aprendizagem.
Por isso, o papel da avaliação é sumamente necessário para justificar a validade de qualquer projeto desenvolvido na educação e sua melhor qualificação no tocante ao conhecimento. É inegável, pois que a avaliação seja um estímulo à produção na pesquisa, visto que os alunos tendem a valorizar sua prática rumo ao processo de qualificação constante.
Hernandez (1998) em sua obra “Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho” identifica três fases no processo de avaliação dos alunos que são:
1. Avaliação inicial que busca compreender as virtudes e as deficiências do aluno de modo que seja possível trabalhar metodologias mais apropriadas à melhoria no nível de aprendizagem.
2. Avaliação formativa: neste momento, busca-se o progresso no aprendizado através da composição do conhecimento que por sua vez se dá pelos métodos de ensino constantemente trabalhados e aperfeiçoados quando se evidencia a aprendizagem.
3. Avaliação recapitulativa: um retorno às coisas mesmas que foram trabalhadas no decorrer do projeto, o que mostra a capacidade de rever e avaliar o que de positivo ou negativo foi construído ao longo do processo. Em outras palavras, busca-se compreender o momento da maturação da aprendizagem, isto é, o quanto o aluno adquiriu as habilidades propostas a partir das situações de ensino-aprendizagem.
Assim, o SPAECE como medida de avaliação censitária e universal do sistema de ensino como um todo (o que avaliar?), orientada pelos PCN e RCB possui a finalidade de verificar o nível de proficiência e a evolução do desempenho dos alunos (para que avaliar?). Nesse sentido, a escola, o professor e o aluno (quem é avaliado?) passam pelo processo de avaliação de modo que ajudem a tornar plausível o andamento da educação pública. Por outro lado, é preciso admitir a necessidade desse processo de avaliação ocorrer de forma permanente, contínua ininterrupta e constante (quando avaliar?), pois ao se utilizar de instrumentos diversos (como avaliar?) com base na Matriz de Referência (o conteúdo programático o nível de operação mental necessário para a realização das tarefas) pode-se obter resultados concretos no nível de ensino e, assim, traçar metas e executar ações para que o ensino seja melhorado.

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