quinta-feira, 15 de abril de 2010

Celeuma em torno da questão racial



Por Carlos Henrique Carvalho

No dia em que se completa 171 anos de nascimento do conterrâneo Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde e ao mesmo que o senado federal aprova a lei que criminaliza a homofobia, venho falar de uma temática forte: a discriminação racial. Sem dúvida, o preconceito racial tem toda a relação histórica e cultural imbuída num período perverso e nefasto do Brasil: o colonialismo que gerou mais de 350 anos de escravidão.
Há muito a discriminação racial é considerado crime através da lei Afonso Arinos de 3 de julho de 1951 posteriormente revogada pela lei Nº 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985. No entanto, por uma série de motivos, dentre os quais figura o atraso cultural brasileiro, o racismo ainda existe e o costume criminoso acaba perdurando.
Poucos sabem, mas o pescador, nascido na praia de Canoa Quebrada, em Aracati, ganhou o apelido de Dragão do Mar pela sua gloriosa luta contra a escravidão no Ceará. Em consequência de sua atitude de suspender o transporte escravo, o Ceará decretou, pioneiramente no Brasil, a libertação de seus escravos em 1884, quatro anos antes do dia 13 de maio da abolição brasileira. Nascido em Canoa Quebrada em 1839, Chico da Matilde se torna o Dragão do Mar, combatente decisivo na abolição da escravatura. A história de Dragão do Mar simboliza a luta contra a mais vergonhosa mancha no país: a escravidão, responsável por muitos problemas que enfrentamos.
Imbuído neste movimento histórico, é preciso estimular não só as escolas, como a sociedade de um modo geral para que aprenda a trabalhar este problema de forma aberta, sem máscaras, a fim de apagar essa mancha absurda que suja nossa história. Pensar com o racismo é retroagir a mentalidade e tentar esconder as raízes dos males que assolam o Brasil.
Ps: A estátua de Dragão do Mar confeccionada por Murilo Sá Toledo pode ser vista no Centro Cultural que leva o nome do herói cearense em Fortaleza.
Em tempo: após ter terminado este post, aconteceu um suposto caso de racismo no futebol brasileiro que me eximirei de comentar.

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