sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Carnaval: a festa da burguesia católica


Transcrevo parte de um post já publicado neste blog sobre o carnaval:

"A despeito da sua origem polêmica e obscura (greco-romana ou portuguesa), o carnaval se constitui na festividade de maior apelo popular no Brasil. Tão longa que chega a durar uma semana por nossas bandas ao contrário da maioria dos países que destinam menos importância a tal festa. A verdade é que o carnaval cuja etimologia latina deriva de carrum novalis, com a qual os romanos abriam seus festejos, ou na palavra carnelevale, do dialeto milanês, que significa "adeus à carne" - uma clara alusão ao início da quaresma cristã. Foi trazido pelos portugueses ao nosso país através de uma brincadeira de mal gosto chamada Entrudo (Entrada) que consistia, segundo enciclopédias conceituadas, em lançar sobre os brincantes baldes de água, esguichos de bisnagas e limões-de-cheiro (feitos ambos de cera), pó de cal (uma brutalidade, que poderia cegar as pessoas atingidas), vinagre, groselha ou vinho e até outros líquidos que estragavam roupas e sujavam ou tornavam mal-cheirosas as vítimas."

Não tenho dúvida em afirmar que o carnaval constitui-se uma das festividades burguesas mais católica que há. Além disso, é a mais violenta. Basta procurar as estatísticas de mortes após o período momino, ora causadas pelo excesso de álcool, ora pela violência pura e crua. Outra questão que todo mundo está cansado de saber: é precisamente após este período que o número de gravidez no Brasil aumenta, dado o contingente excessivo de pessoas que fazem sexo sem os devidos cuidados.

Neste sentido, nunca é demais alertar para os cuidados que a vida requer a fim de evitar os excessos provocados pela folia. No mais, o sentido real da diversão do carnaval é proporcionar uma alternativa de lazer em relação ao cotidiano do trabalho e deveres, e não mais um carnaval burguês-católico transformado em atos de violência, desvirtuado da sua intenção alegre e festeira.

Carlos Henrique Carvalho

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