domingo, 1 de fevereiro de 2009

Alma ferida


No auspício de uma noite sem estrela,
Desaba o choro antes d'amanhecer,
E o que existe diante desta aparência,
É o pranto retratado sem inocência.

O acaso faz surgir em meu destino,
A dor estampada na sua crueza,
Mas não adianta fugir, oh não!
Desta vida só nos resta a solidão.

Por que feriste minha alma?
Será que não havia escolha imaginável?
Ainda que tudo em nós fosse insofismável,
O tempo apaga a chama da existência.

Neste instante a vida se retrai,
É preciso despertar o encanto perdido,
Em quem oculta a ferida n'alma,
Mesmo do dia só existe motivo para o pranto.

Carlos Henrique Carvalho

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