quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Aos filhos do Haiti


Por Carlos Henrique Carvalho

A dor sem tamanho, o ímpeto do desespero,
Tomou os rumos daquele lugar,
Tudo que parecia sólido desabou,
Diante de um sopro na escuridão.

Hoje tudo é liquido, frágil, insondável,
A vida liquidada entre escombros.
A mãe que chora ao ouvir a voz do filho do outro lado da linha.
Todos os que choram a morte de quem já não pode mais retornar a casa.

Aos filhos do Haiti que sofrem a vida indigna
E a dor mais forte de não ter os rumos dos próprios passos.
Oh, Haiti, não só teus filhos choram a tua dor,
Dilacera no peito a amarga dor, sem cor, calor, somente vazios, mortes e destruição.

Que mão pior pousa sobre Haiti: o homem ou a catástrofe?
Oh, filhos do Haiti, de uma terra estéril, morta
Que rumos do mundo determinarão tua sorte?
Haiti, sem sorte, sem alma, sem pulso forte, só mortes.

5 comentários:

Aline Sakka disse...

Isso nao e uma mera e simples poesia, escreveste um retrato escrito da realidade brutal que tem assolado a todos que ainda tem algum sentimento de compaixao e humanidade, visto que nos dias atuais nao basta somente ser "homem" para ser humano!
Desculpe a falta de boa ortografia..(teclado nao obedece comandos para colocacao de acentos)

Equipe Peregrino na net disse...

Oi Aline,
Grato pelas palavras e sem problema quanto aos acentos.
Realmente qualquer situacao tragica faz com que busquemos uma maneira de expressar a dor que nao eh somente dos haitianos, mas da propria humanidade.
Nao estamos livres de tragedias, e por isso temos a obrigacao de nos engajarmos frente aos problemas do nosso tempo.

Pod papo - Pod música disse...

É verdade, não são só os filhos do Haiti que choram, o mundo inteiro está sentindo!

Beijos

Maria José Speglich disse...

Bela poesia, muito sensível.
Parabéns!

Meiry- Nyninha disse...

A dor da perda dos que a gente ama é demasiadamente forte pra suportar.
O mundo todo acompanhou os acontecimentos no Haiti, triste de ver, crianças que perderam seus pais.
A dor de uma lágrima, a angustia no peito, sonhos que se perderam juntamente com asquelas ruínas.
Não há palavras pra descrever o quão dificil é superar a perda e ainda sobreviver ao descaso.