domingo, 2 de março de 2008

O MAIO DE 68 E OS TABUS



“Sejam realistas: peçam o impossível.”

O movimento de maio de 1968 em Paris iniciou-se como uma greve geral, mas logo tomou forma e contornos de revolução. Foi um desses raros momentos em que estudantes, trabalhadores e intelectuais, lado a lado, empunharam suas forças contra o ostracismo e o desmando do Governo Charles de Gaulle. Dentre os intelectuais, encontrava-se o existencialista Jean-Paul Sartre que nas barricadas do Quartier Latin ajudou o movimento com a sua voz e escrita marcante. Uma das marcas de contestação era uma crítica ampla ao sistema: família, moral, tradição, proibições, tabus, enfim, o objetivo era livrar-se das amarras e proceder ao questionamento das ideologias.
O resumo de tudo isso era a luta contra qualquer tipo de autoritarismo.
Mas boa parte do mundo ocidental vivia em clima de tensão e questionamentos sobre a ordem vigente. No Brasil, os confrontos entre a policia e os estudantes, com muitos caindo na clandestinidade da luta armada, levou o Governo Militar a editar o AI-5. Em Praga, caiu a máscara do comunismo marxista, com os tanques sufocando as manifestações contra a ditadura bancada pelos soviéticos. Nos Estados Unidos o movimento hippie, a contracultura, as rebeliões nas universidades e os protestos contra a guerra do Vietnam abalaram as convicções capitalistas do "american way of life".
Na França os estudantes invadem a Sorbone e reclamam uma reforma de conteúdos, acusam a universidade de estar morta.
Passado 40 anos desse movimento estrondoso, o Curso de História da UECE promove de 3 a 7 de março a sua Semana da História revisitando a Revolução Russa de 1917 e o Movimento Maio de 68.
Nesse sentido, irei ministrar nos dias 4, 5 e 6 de março juntamente com os Profs. Eliana Paiva e Paulo Jorge o minicurso "Da França ao Brasil: memórias sobre o Maio de 68 na visão do existencialismo". Daí fica o convite à todos os amigos e apreciadores da história e da cultura em geral se fazerem presente na Universidade Estadual do Ceará (Campus do Itaperi).

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