sexta-feira, 29 de maio de 2009

As encruzilhadas do cotidiano


"É sempre mais fácil para um regime vender automóveis aos pobres do que elevar seu nível de vida, dar-lhes trabalho, escolas, moradias". (Jean-Paul Sartre 1905-1980)

Admira-nos a cada cotidiano vivido, a experiência mal extraída das situações que nos movem a algum lugar. A identidade do homem no mundo sempre foi e sempre será construída em função da sociedade e do sistema no qual ele está inserido. Isto envolve, o processo histórico, a cultura e o próprio sentido de pertença do homem. No entanto, raramente alguém se dá conta de qual o seu lugar no mundo. Do indivíduo que sai cedo para o trabalho àquele que vive boa parte do tempo no ócio, grande parte dos homens desconhecem o(s) sentido(s) naquilo que faz.

A média de vida do ser humano gira em torno dos 70 anos, embora, não estejamos certos em qual parâmetro concreto esta estatística se apóia. Mas o fato é que o tempo que se perde procurando coisas que não contribuirão para nossa formação como sujeito é demasiadamente maior do que o tempo que temos para fazer algo produtivo.

Quantas vezes nos encontramos ante os desafios, sem saber como agir? É precisamente contra qualquer inércia que devemos proceder. O propósito do indivíduo, qualquer que seja, não é o de apontar soluções, mas de despertar para o problema. Não é porque o mundo se encontra feio, sujo e mau que se torne insuportável de viver. Se ele não contesta e não reage a esta situação, ele não é nada.

A vida é sinônimo de luta, é resistência e o caminho do indivíduo passa cotidianamente por desafios sem fim, por conflitos sem tréguas e a sua identidade vai se reconhecendo, enfim, por meio deste processo.

Carlos Henrique Carvalho

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