terça-feira, 15 de julho de 2008

O despreparo da polícia brasileira


Constantemente venho erigindo comentários e opiniões críticas sobre o problema da segurança pública no Brasil. Novamente, torno a bater na mesma tecla, desta vez enfatizando o profundo despreparo da polícia brasileira. Há alguns dias, notícias como "políciais atiram em carro de familia e mata criança de 3 anos" ou "PM que fazia bico de segurança mata brutalmente jovem" fez perceber o grave problema que afeta a sociedade: não temos uma política de segurança pública eficaz e preparada para minimizar a violência que assola em alto grau, nosso combalido país.
Se já não bastasse a corrupção, cuja dinheirama do contribuinte é desperdiçada à lodo em farras homéricas pelas esferas dos poderes executivo, legislativo e judiciario, temos que acordar todo dia com a difícl missão de sobreviver numa sociedade em que o policial é mais selvagem que o bandido e que se constata a cada dia que a polícia brasileira é a que mais mata no mundo.
Evidente que nesse caso costuma-se apontar culpados pelo fracasso desse jeito draconiano de fazer política no país e a falta de atitude política do povo e dos próprios responsáveis (figuras políticas) acabam trazendo a tona a mordaz verdade de que somos um povo passivo e ignorante para tomar uma atitude mais enérgica em relação a falta de um bem-estar social. Se não temos segurança, educação, moradia e saúde de qualidade, o que teremos na vida, afinal? O assassinato de uma criança, um jovem, um idoso, enfim, um homem. Seria muito prático imputar a culpa nos despreparados policiais brasileiros, mas sabemos que o problema é maior que isso. Há bons e maus policiais, não é a natureza que os fazem bom ou ruim, mas a própria falta de incentivo à sua formação pessoal e profissional.
No momento em que falta verbas e projetos de apoio para a formação de bons policiais, as consequências são as piores possíveis. As notícias do dia-a-dia não me deixa mentir. É triste escrever sobre essa realidade, que se diga claramente, é a realidade crua de um mundo feio, sujo e mau.

Para saber um pouco mais veja em:
http://br.noticias.yahoo.com/s/09072008/25/manchetes-policia-rio-janeiro-mata-no-mundo.html

Carlos Henrique Carvalho

Um comentário:

Jorge Bengochea disse...

As forças policiais são uma peçinha útil, mas muita pequena para atingir os objetivos propostos na CF de 1988 de "exercício da preservação da ORDEM PÚBLICA e da incolumidade da vida e do patrimônio do cidadão". A polícia faz só uma pequena parte preventiva e é um dos instrumentos de contenção do Estado. Para mandar prender uma pessoa, processar, julgar, condenar e determinar a execução penal existe o Judiciário. Nosso judiciário é moroso, divergente, questionador das leis, corporativista, benevolente e não cumpridor da sua função precípua que é a aplicação coativa da lei. Para denúnciar, há o MP. Para defender "existe" as Defensorias. Para tratar os drogados e os desvios mentais devia existir centros de saúde pública. Para monitorar os presos nos seus benefícios penais deveria existir órgãos de controle e monitoramento. Ocorre que temos uma polícia que, por salários miseráveis, treinamento mínimo, formação "a galope" e parcas condições de trabalho, arriscando a vida contra armas de guerra, domínio territorial e poder financeiro do crime numa rotina de prender sempre os mesmos ou seus substitutos. As nossas polícias estaduais estão sofrendo um processo de desmanche, fracionamento e desvalorização que impedem uma ação policial integrada. Só no Brasil, o ciclo policial - investigativo, pericial e ostensivo - não estão numa mesma polícia. Isto é um descalabro que concorre para a ineficácia e despreparo policial. Há um ditado que diz - onde não há justiça, aparecem os bandidos, rebeldes e justiceiros. Portanto, antes de cirticar a polícia, deve-se criticar o Legislativo pela insegurança jurídica e o Judicário brasileiro pela desordem na aplicação da lei e por seus distanciamento dos delitos, das polícias, dos presídios e da sociedade. A nossa justiça é voltada aos ricos e é conivente com este estado de insegurança, com as violações de DH dentro dos presídios e com a impunidade e violência.