quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Festividades e reflexão

Por Carlos Henrique Carvalho
Depois de mais um ano de intensas atividades, de conquistas e fracassos, agradeço a todos os que estiveram presentes-ausentes na vida concreta e nos espaços virtuais dialogando, confraternizando e mantendo a chama da existência em constante mudança. Mas ao invés de simplesmente nos limitarmos a comemorar as festividades sociais de todo fim de ano, creio que deveríamos refletir muito sobre algumas questões: O que estamos fazendo conosco e com os outros? Será que os caminhos percorridos durante todo o ano de 2009 ainda valem a pena ser seguidos? Em que sentido precisamos melhorar? O que temos aprendido na estrada da vida? Qual o valor que buscamos para nossa vida?
A todos os amigos minhas saudações cordiais e desejo de boas festividades.

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.
(Fernando Pessoa)

domingo, 20 de dezembro de 2009

Sinal fechado para o meio ambiente


Por Carlos Henrique Carvalho
Após mais de 10 dias da Conferência Mundial Sobre o Clima em Copenhagen (COP-15), o fracasso e o impasse prevaleceram. Quando lideres políticos mundiais resolvem se encontrar para discutir o meio ambiente, a única coisa que acontece é muito discursos prolixos, palavras empoladas, raras idéias objetivas e nenhuma proposta plausível. Nesse sentido, as atitudes ficaram somente no plano das idéias, nos discursos fúteis, na perda de tempo e, no final das contas, o meio ambiente mais uma vez saiu perdendo.
Cada dirigente simplesmente se recusa a aceitar uma abertura para a redução de danos ambientais e o que mais se viu foi uma preocupação com o dinheiro (o único consenso possível foi que ninguém aceita perder dinheiro para poder diminuir as emissões de gases causadas pelas indústrias - China e EUA que as digam!). Sequer se deram ao trabalho de levantar possibilidades de uma produção econômica forte com a idéia de desenvolvimento sustentável. Em suma, a produção econômica está sempre em primeiro lugar e a sobrevivência da espécie humana que se lixe.
O homem pode até não ser o causador do aquecimento global, mas é sem dúvida, seu maior complicador. Explico: A variação média de temperatura no planeta tem uma relação direta com a energia emitida pelo sol que temporalmente varia bastante (isso por si não culpabiliza o homem). No entanto, quanto mais o homem contribui para a degradação do meio ambiente, mais o clima esquenta e é ai que começam os problemas.
Todo consenso deve vir precedido de uma abertura ao dialogo e a ação efetiva. Quando nenhuma abertura acontece, as catástrofes de todas as espécies tomam amplos espaços em prejuízo de todas as formas de vidas.
Dentre os principais pontos do Acordo de Copenhague vemos:
- O acordo é de caráter não vinculativo, mas uma proposta adjunta ao acordo pede para que seja fixado um acordo legalmente vinculante até o fim do próximo ano.
- Considera o aumento limite de temperatura de dois graus Celsius, porém não especifica qual deve ser o corte de emissões necessário para alcançar essa meta.
- Estabelece uma contribuição anual de US$ 10 bilhões entre 2010 e 2012 para que os países mais vulneráveis façam frente aos efeitos da mudança climática, e US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para a mitigação e adaptação. Parte do dinheiro, US$ 25,2 bilhões, virá de EUA, UE e Japão. Pela proposta apresentada, os EUA vão contribuir com US$ 3,6 bilhões no período de três anos, 2010-12. No mesmo período, o Japão vai contribuir com US$ 11 bilhões e a União Europeia com US$ 10,6 bilhões.
- O texto do acordo também estabelece que os países deverão providenciar "informações nacionais" sobre de que forma estão combatendo o aquecimento global, por meio de "consultas internacionais e análises feitas sob padrões claramente definidos".

- O texto diz: "Os países desenvolvidos deverão promover de maneira adequada (...) recursos financeiros, tecnologia e capacitação para que se implemente a adaptação dos países em desenvolvimento";
- Detalhes dos planos de mitigação estão em dois anexos do Acordo de Copenhague, um com os objetivos do mundo desenvolvido e outro com os compromissos voluntários de importantes países em desenvolvimento, como o Brasil.
- O acordo "reconhece a importância de reduzir as emissões produzidas pelo desmatamento e degradação das florestas" e concorda promover "incentivos positivos" para financiar tais ações com recursos do mundo desenvolvido.
- Mercado de Carbono: "Decidimos seguir vários enfoques, incluindo as oportunidades de usar is mercados para melhorar a relação custo-rendimento e para promover ações de mitigação.
Apesar de ter escritos estas linhas não posso dizer que estou surpreso com os resultados desses “trabalhos” políticos. Seria de estranhar que as constantes agressões humanas ao ecossistema acabassem por conta de uma reunião puramente política.
A natureza não perdoa os deslizes humanos, a qualquer tragédia anunciada basta remeter ao fracasso de Copenhagen.
Sitio onde é possível ver “tudo” sobre a reunião política.
http://www.cop15brazil.gov.br/pt-BR/?page=noticias/acordo-de-copenhague

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mais sujo que pau de galinheiro


Por Carlos Henrique Carvalho

Corrupção faz parte da vida pública?
Se usarmos os políticos de Brasília como mau exemplo, a máxima conhecidíssima se encaixa com exatidão. Nenhuma palavra consegue explicar tão bem o significado de improbidade como o termo roubo tendo em vista que a dilapidação desenfreada dos cofres públicos definitivamente é mais epidêmica do que qualquer gripe. Nesse esquema sujo são beneficiados empresários, políticos e seus correligionários.
Infelizmente política e transparência não combinam mesmo, qualquer revelação que acontece nos bastidores da política não deveria surpreender, mas ser logo tratado como caso de policia. Fosse com um cidadão que trabalha 8 h por dia, 40 a 44 horas por semanas certamente estaria algemado no primeiro xilindró da esquina.
O complicado foi ter que agüentar as fajutas explicações do governador José Roberto Arruda (O chefe da quadrilha), envolvido até o pescoço que afirma que o dinheiro do corrupto esquema (o neologismo mensalinho e a picaretagem do caixa dois) foi pego para comprar panetone e distribuir entre os pobres ou a clássica e velha desculpa de armação pelos inimigos políticos e consequente tentativa de golpe. Enterrado num lodaçal de sujeiras e falcatruas, nenhuma explicação consegue convencer mais do que as imagens vistas e divulgadas pelo mundo todo.
O exemplo dado pelos políticos de Brasília não poderia ter sido pior e passa sempre a imagem negativa de que o poder foi feito para se corromper. Agora resta esperar que o judiciário cumpra o seu dever e expulse todos os envolvidos nessa fatídica e lamentável história que acontece no país das ilusões.