sábado, 21 de novembro de 2009

Viver e sonhar


Por Carlos Henrique Carvalho

Viver nunca foi tão simples como sonhar,
Porque sem sonhos vivemos ensandecidos,
Mesmo quando os caminhos parecem perdidos,
Há uma chance única de o tempo parar.

É quem desconhece a tumba do imprevisível,
Mas assim mesmo não teima e vai com andor,
Na hora em que sonhar tornar-se impossível,
Perderemos a noção do que um dia foi o amor.

Loucos, os que gritarão pelo luar,
Cegos, não mais viverão ao relento,
E a vida sem sonho é um longo tormento.

O poeta dos sonhos revive o seu cantar,
E o sonho é sempre um encantamento,
É o outro canto que destoa o lamento.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Debate do filme O menino do pijama listrado

Por Carlos Henrique Carvalho

Segundo e-mail recebido do coordenador do programa:
"O Cineclube UNIFOR é uma atividade de extensão universitária que visaformar platéia para o cinema e o debate. Ele funciona há cinco anos, sempre às quintas feiras as 13:30 na sala A da videoteca da UNIFOR (Centro de convivência, segundo andar). Todos são convidados afreqüentar e a entrada é franca. Buscamos exibir filmes com temáticasvariadas, com dois convidados participando dos debates que se seguemàs exibições. Os filmes são sugeridos pelo debatedor ou escolhidospelo coordenador, professor Marcio Acselrad. Estamos sempre abertos as ugestões e buscamos estimular a participação de professores dos diversos cursos da UNIFOR e de fora. O Cineclube UNIFOR conta também com um programa na TV universitária (Canal 14 da Net) e na TV Ceará (sábado as 11hs e quinta feira as 18hs) em que são exibidos os debates intercalados com cenas dos filmes exibidos".
O filme em questão foi escolhido por mim e será debatido juntamente com o advogado Internacional Thomas Mastronardi. Assim, convido a todos os interessados a assistirem e acompanharem o debate do filme "O menino do pijama listrado".

domingo, 8 de novembro de 2009

O dia em que um muro caiu


Por Carlos Henrique Carvalho


Há 20 anos (9 de novembro de 1989), depois de 28 anos de existência, ruiu o muro de Berlim, uma aberração política criada pela Guerra Fria, que separava a Alemanha em duas nações (uma capitalista e outra comunista). A queda simboliza o marco final da guerra fria e a reunificação não apenas política, mas estrutural (geográfica, econômica, social, etc.) de uma nação que pagou um preço muito caro por duas fatídicas guerras mundiais.
A derrubada do Muro, abriu o caminho nao apenas para a reunificação alemã, que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Mas historicamente significou o fim da Guerra Fria. Por isso, o fato histórico não poderia deixar de ser relembrado, mesmo porque hoje vivemos rodeados de muros, obstaculizando a vida e nada fazemos para mudar essa condição espúria.
Quem quiser conhecer os motivos ou simplesmente tiver curiosidade acerca desse muro, deixo a sugestão de alguns sites:

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Claude Lévi-Strauss e a herança de um pensamento para o século XXI


Sobre Claude Levi Strauss, falecido em 31/10/2009 aos 100 anos.
Noticia retirada da AFP

PARIS, França — Claude Lévi-Strauss mudou nossa percepção de mundo ao estabelecer as bases da Antropologia moderna, e influenciou gerações de cientistas que dão continuidade a sua obra.

Desde os anos 1950 e depois da publicação de sua tese sobre "As estruturas fundamentais de parentesco" (1949), Lévi-Strauss implementou um novo método de análise, que passou a ser ferramenta comum dos antropólogos, especialmente na França.

O "parentesco" - ou seja as regras de aliança, filiação, residência ou transmissão nos povos - é o eixo da Antropologia, que estuda o homem em sua dimensão social.

"O grande tema da Antropologia é a variação entre as diferentes culturas. Por que há culturas diferentes?", resume Anne-Christine Taylor, especialista em culturas indígenas da Amazônia e ex-aluna de Lévi-Strauss.

"Para esta questão, ele contribuiu com uma abordagem totalmente nova, partindo do pressuposto de que há uma ordem por trás das diferentes culturas. Não ocorre ao acaso. Não é simplesmente a história que torna as sociedades diferentes, e menos ainda as diferenças genéticas e outras, como se acreditava no século XIX", acrescenta.

A transformação dessa intuição em uma disciplina constituiu o Estruturalismo, do qual Claude Lévi-Strauss é considerado fundador.

Em meados dos anos 1950, a publicação de "Tristes trópicos" (1955) consagrou sua reputação internacional.

O livro, de grande qualidade literária, o permitiu ter acesso a um público amplo, muito além da comunidade científica. E isso apesar de o estilo e o método de Lévi-Strauss terem suscitado questionamentos, em particular entre os cientistas anglo-saxões.

Titular da cátedra de Antropologia Social do Colégio da França a partir de 1959, o antropólogo formou uma primeira geração de alunos que, como Françoise Héritier, exploraram e prolongaram sua teoria de parentesco.

"Hoje, uma segunda geração continua enriquecendo a Antropologia, inspirando-se nas partes um pouco subterrâneas do pensamento de Claude Lévi-Strauss", afirma Anne-Christine Taylor, que dirige o Departamento de Pesquisa e Ensino do Museu do Quai Branly.

Cientistas como Emmanuel Desvaux, que estuda as populações indígenas da América do Norte, ou Philippe Descola, especialista em índios da Amazônia, são herdeiros de Lévi-Strauss. Mas o antropólogo influenciou também jovens cientistas brasileiros, como Eduardo Viveiros de Castro, que explora a fronteira entre Filosofia e Antropologia.

"Têm uma relação com a obra de Lévi-Strauss um tanto diferente da geração anterior, ao mesmo tempo mais crítica e muito fiel ao espírito de sua obra", ressalta Taylor.

O retorno de Lévi-Strauss foi promovido nos últimos anos por filósofos. Depois dos grandes debates que o opuseram nos anos 1960 a Jean-Paul Sartre, entre outros, Lévi-Strauss (catedrático de Filosofia em 1931) suscita um novo interesse como filósofo, humanista e esteta.

No centro dessa reflexão está o pessimismo de Claude Lévi-Strauss, que tinha obsessão pela explosão demográfica e pela ideia de que o mundo avança na direção equivocada.

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