terça-feira, 28 de abril de 2009

Passagens aéreas: a farra continua



"Não terá sido esta a primeira, nem infelizmente será a última maracutaia do gênero". (Otto Lara Resende para a Folha de São Paulo em 07/08/1992).

Como não poderia deixar de ser, os estranhos bastidores da política nacional continua fervendo com a polêmica das passagens aéreas.
Dessa vez, descobriu-se (a pólvora) que o deputado federal Eugênio Rabelo (PP-CE) teria bancado com verbas da cota de passagens aéreas da Câmara dos Deputados, 77 bilhetes para 27 jogadores, dois técnicos e três dirigentes do clube Ceará Sporting Club, além de parentes e amigos dos atletas e radialistas encarregados de cobrir os jogos do time de futebol. Rabelo, até o ano de 2007 dividia seu mandato de deputado com o de presidente do citado clube, não negou que cedeu as passagens, justificando para tanto, a crise financeira pela qual passava o Ceará.
O problema é que o deputado se serviu de um mandato público para beneficiar uma instituição particular, no caso, os funcionários do clube. Se isto não é improbidade administrativa, não sei que outro nome se pode atribuir a tal maracutaia.
Mais uma situação lamentável no meio lodaçal da política. Pelo visto, a farra continua e não terá fim. Quanto mais leio e releio essas notícias, mais constato que precisamos urgentemente renovar as figuras carimbadas da política nacional.

Ps: Em tempo, estive algumas vezes na Assembléia Legislativa do Ceará com requerimentos solicitando passagens aéreas ou verbas para viajar ao sudeste e ao sul do país com a intenção de apresentar trabalhos acadêmicos de relevância para o Estado e/ou a universidade que representei em congressos e eventos internacionais e nacionais. Infelizmente em todas as vezes foi negado este pedido. Tive que me dispor da bolsa de pesquisa do mestrado e em alguns casos, de ajudas de parentes e amigos para complementar meus gastos com educação.

Ps2: O vídeo que segue é um bem elaborado comentário do jornalista Luiz Carlos Prates que retrata a indignação estampada na cara de qualquer brasileiro.

Para saber mais sobre a farra das passagens, consulte os seguintes sites:

http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=255812&modulo=178

http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3727928-EI7896,00.html

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2009/04/27/ult59u196605.jhtm

domingo, 26 de abril de 2009

A farra das passagens aéreas


"Ministério Público é o caralho! Não tenho medo de ninguém. Da imprensa, de deputados (...) Pode escrever o caralho aí", disse. "Até ontem era tudo [o uso de passagens] lícito, então por que mudou? É um bando de babaca". (Ciro Gomes)

O fatídico episódio das passagens aéreas não poderia deixar de ser citado neste blog. Os políticos continuam aprontando das suas no "país das maravilhas", o Brasil. Para alguns, um lamentável e triste episódio que não condiz com as diretrizes da função pública. Para outros, uma situação de extrema naturalidade em se tratando do poluído meio da política.

O fato é que faltou controle efetivo sobre o direito ao usufruto das passagens pelos politicos, induzindo os mesmos a "premiarem" seus parentes, amigos, correligionários ou terceiros com pomposas viagens ao exterior e o território nacional, quase sempre com a finalidade de fazer turismo ás custas das malversadas verbas públicas.

Outra questão é que a situação extrapola o limite do bom senso e foi preciso a m... (com o perdão pelo palavrão) ser jogada no ventilador, para a câmara anunciar suas medidas moralizadoras (será?) no intuito de limitar a farra sem fim dos políticos do país, ainda que não reconheçam nenhum delito ou ato imoral praticado por eles.
Por essas e outras compreendo a revolta de pessoas que pagam impostos e tributos para manter a mordomia daqueles que vivem atrasando o crescimento da nação.

Quanto a infeliz, para não dizer, ridícula frase que encabeça o início do post, proferida pelo político Ciro Gomes, só uma perguntinha me parece válida: O bando de babaca em questão é o povo, os juristas ou ambos? Tirem suas conclusões.


Para saber como anda a pasmaceira dos políticos brasileiros leia mais em:

http://www.opovo.com.br/opovo/politica/871816.html

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090417/not_imp356254,0.php

http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=255531&modulo=178

http://odia.terra.com.br/portal/brasil/html/2009/4/farra_das_passagens_em_brasilia_7207.html

http://www.jusbrasil.com.br/noticias/1015407/apos-farra-das-passagens-camara-anuncia-medidas-moralizadoras-para-a-casa


A imagem pode ser encontrada no site:

http://www.blogdafolha.com.br/index.php?fim=90&secao=

Por Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O caminho


Transparece a sina do que seria vivo,
No último instante foi-se a sombra d'alegria,
E distante está a vida de um lenitivo,
perdido no caminho inlúcido da fantasia.

Almeja a lírica sombra do parecer, esperta,
E acompanha a perfeição uníssona de uma beleza indescrítivel,
Que ao mais encantador sonho se diz impossível,
Mesmo quando ao caminhar, a chama da saudade me desperta.

E que no vislumbre do instante mágico o sonho se eternize,
Ao momento estúpido que a visão soberba deleita,
No dissabor de um dia infeliz em que nada restará.

Mas sem medo até que o caminho se efetive,
Devo crescer ante uma busca estreita,
Pois com o tempo e a chama da esperança todo amor feliz será.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Abril: mês de comemorações e feriados


Neste mês, comemora-se algumas datas significativas para muitos. Dentre as datas pode-se citar, o dia do indio, excessivamente maltratado (dia 19), Tiradentes (dia 21) e o "descobrimento" do Brasil (dia 22).

Para entendermos o dia do índio, retrocedemos para 1940. Neste ano, foi realizado no México, o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste contimente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do evento, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “homens brancos”.

No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que depois foi escolhido, no continente americano, como o Dia do Índio.

Quanto ao enforcado e esquartejado Joaquim José da Silva Xavier, vulgo, Tiradentes, considerado o martir da Inconfidência Mineira, a revolução que não aconteceu, o dia 21 de abril corresponde ao dia em que ele foi assassinado pelo poder real português.

Por último, o dia 22 é e sempre será uma especulação histórica, por se tratar de um evento histórico ocorrido supostamente em 22 de abril de 1500, da frota comandada por Pedro Álvares Cabral ao território onde hoje se encontra o Brasil. A palavra "descoberta" é usada nesse caso em uma perspectiva eurocêntrica, referindo-se estritamente à chegada de europeus e desconsiderando a presença dos vários povos indigenas, que viviam havia diversos séculos nas terras do atual Brasil.


Enquanto isso, haja dias para encaixar tantos feriados.

Para conhecer mais veja em:

http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_do_indio.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Descoberta_do_Brasil

Carlos Henrique Carvalho

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Em Fortaleza não há o que comemorar





Interditado desde o dia 4 de fevereiro de 2008, o simpático estádio Presidente Vargas(PV), construído em 1941, continua sem uma solução. Enquanto isso, quando se "comemora" - se é que há algum motivo - o aniversário da cidade de Fortaleza, a prefeitura sequer sabe se manifestar objetivamente sobre o que fará para colocar o PV a disposição dos torcedores alencarinos.

Já se falaram em reformar, demolir e construir um novo. Mas o fato é que de falácia, os esportistas estão de saco cheio e não aguentam mais a inércia masoquista ou sádica dos políticos envolvidos na questão.

Com a capacidade oficial para 22.228 torcedores, o estádio que ganhou o apelido de gigantinho do Benfica (bairro onde se localiza)faz parte do patrimônio histórico da cidade e qualquer que seja o desfecho para o problema, tem que ser levado a sério e não tratado com o péssimo hábito do descaso.

Mas no final das contas, no andar da carruagem, só Deus sabe quando o estádio voltará a ser o alçapão dos clubes cearenses quando duelam com times de fora.

Enquanto isso, ontem no aterro da Praia de Iracema tivemos mais uma Big festa - big gastança - em "comemoração" aos 283 anos da cidade. É triste, mas não há como inventar políticos que façam jus ao voto que recebem.

A imagem 1, de cima para baixo é mostrada em dia de jogo; a segunda, uma visão geral do mesmo e a terceira imagem é relativa a entrada do estádio.

Para conhecer um pouco mais sobre a história do estádio veja em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A1dio_Presidente_Vargas_%28Fortaleza%29


Para conhecer a situação atual do estádio veja também em:

http://www.opovo.com.br/opovo/esportes/822005.html

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=614756

Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Que Judas merece ser malhado?


O feriado da Semana Santa tem um significado especial para os cristãos. No século IV, algumas comunidades cristãs passaram a vivenciar a paixão, a morte e a ressurreição, o que exigia três dias de celebração, consagrados à lembrança dos últimos dias da vida terrena de Cristo. Jerusalém, por ter sido o local desses acontecimentos, é que deu início a essa tradição seguida pelas demais igrejas. Assim a sexta-feira comemora especialmente a morte de Jesus Cristo, o sábado era o dia de luto e o domingo era a festa da ressurreição.

Dos rituais mais praticados pelos católicos, a malhação de Judas merece ênfase. Consiste em surrar um boneco do tamanho de um homem, forrado de serragem, trapos e jornal, pelas ruas das cidades e, em seguida, atear fogo.

"O Judas queimado é uma personalização das forças do mal e constitui vestígio de cultos agrários, em muitas partes do mundo. Vários historiadores registraram o uso, quase universal, de festas de alegria no início e fim das colheitas, para obter melhores resultados nos trabalhos do campo.

Queima-se um manequim representando o deus da vegetação. Pela magia simpática, o fogo é o sol e o processo se destina a garantir às árvores e plantações o calor e a luz indispensáveis, submetendo a figura ao poder das chamas. O sacrifício do mau apóstolo é, então, uma convergência de tradições vivas no trabalho agrícola.

No Brasil, é costume antigo fazer-se o julgamento de Judas, sua condenação e execução. Antes do suplício, alguém lê o "testamento" de Judas, em versos, colocado especialmente no bolso do boneco. O testamento é uma sátira das pessoas e coisas locais, com graça oportuna e humorística para quem pode identificar as figuras alvejadas.

Judas, apóstolo traidor, cognominado Iscariotes por ser oriundo de Carioth, cidade ao Sul de Judá, já um ano antes da Paixão de Jesus tinha perdido a fé no Mestre, mas continuava a acompanhá-lo por comodidade e para ir furtando do que ofereciam aos apóstolos".

Neste sentido, quem hoje tem se comportado como um verdadeiro Judas, merecendo passar pelo ritual da malhação? Que políticos, religiosos, personalidades artisticas, esportivas ou simples anônimos tem agido de má-fé a ponto de ir pra fogueira?

A foto é de Eurico Dantas e pode ser encontrado em: http://extra.globo.com/blogs/fotografia/post.asp?t=malhacao-de-judas&cod_Post=53811&a=183

Para saber mais sobre esta brincadeira:

http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0116.htm
http://www.ufsc.br/~esilva/BrincaJudas.html

Carlos Henrique Carvalho

terça-feira, 7 de abril de 2009

Entre o tempo e o vento


Por um breve instante fatídico,
Ainda teria força n'alma,
A tal ponto que o momento crítico,
Forçou-me a rever a vida com calma.

Entrevejos nuvens tensas,
Vagueia o pensamento pela solidão,
Não há ser que pensa o mundo,
Sonha e se refugia na imaginação.

Mas minha consciência ainda pesa,
Por fim, cai a máscara obscura,
Sobre o infinito, a desgraça e dor revezam,
E no tempo esvai a alma sob tortura.

Num último suspiro, o grito da dor,
E não sinto mais no rosto, o vento,
Até porque já se foi o dia do amor,
Mas para onde? Nao me disse o tempo.

Carlos Henrique Carvalho