terça-feira, 31 de março de 2009

Retorno


Após um período de recesso, no qual estive em Teresina estudando, pesquisando e conhecendo um pouco o costume e a cultura local, volto a postar no blog.

Acerca da cidade de Teresina não tive do que reclamar, afora o calor.

É evidente que a cidade está em fase de crescimento acelerado, mas convém mencionar que a frota de transporte público ainda precisa e muito melhorar, haja vista que o preço da passagem de ônibus é bem salgada, R$ 1,75 e a demanda é pequena em relação ao crescimento da população. Vale lembrar que este preço é praticado desde 1 de janeiro de 2009, quando o prefeito da cidade aumentou a tarifa sem avisar a ninguém.
As vias urbanas são boas, largas e comporta bem a frota de veículos que a cidade possui.

De negativo mesmo destaco a quase ausência de cultura artistica, teatros, cinemas, bibiotecas e livrarias. Para se ter uma idéia, o Centro de Convenções da cidade é uma caricatura de espaço para eventos, haja vista que cabem somente 500 pessoas. O governo local promete a construção de um novo CC, moderno e que supra a necessidade do crescimento que afeta o nordeste. Enquanto isso, fico na expectativa de poder conhecer melhor Teresina na próxima viagem.

A imagen corresponde à Av. João XXIII em Teresina.

Para saber mais:

http://www.meionorte.com/idovalsilva,data,2009-3-15.html

sábado, 21 de março de 2009

Peregrinando II - Lenda do Piauí





Qualquer lugar deste imenso Brasil guarda suas peculiaridades, características singulares e contradições. Também, por esse país afora podemos perceber a imensidade de histórias e mitos que ficam na memória do povo. Em Teresina, cidade belíssima, única capital nordestina que não se situa no litoral e uma das menos inseguras no país, banhada pelos rios Parnaíba e Poty, guarda na memória do seu povo, a lenda de Crispim da cabeça de cuia, uma lenda fascinante do povo piauiense.

"Crispim era um jovem rapaz, originário de uma família muito pobre, que vivia na pequena Vila do Poti (hoje, Poti Velho, bairro da zona norte de Teresina). Seu pai, que era pescador, morreu muito cedo, deixando o pequeno Crispim e sua velha mãe, uma senhora doente, sem nenhuma fonte de sustento. Sendo assim, Crispim teve que começar a trabalhar ainda jovem, também como pescador.

Um dia, Crispim foi a uma de suas pescarias, mas, por azar, não conseguiu pescar absolutamente nada. De volta à sua casa, descobriu que sua mãe havia feito para o seu almoço apenas uma comida rala, acompanhado de um suporte de boi (osso da canela do boi). Como Crispim jazia de fome e raiva, devido à pescaria fracassada, enfureceu-se com a miséria daquela comida e decidiu vingar-se da mãe por estarem naquela situação. Então, em um ato rápido e violento, o jovem golpeou a cabeça da mãe, a deixando a beira da morte. Dizem, até mesmo, que de onde deveria sair o tutano do osso do boi, escorria apenas o sangue da mãe de Crispim.

Porém, a velha senhora, antes de falecer, rogou uma maldição contra seu filho, que lhe foi atendida. A maldição rezava que Crispim transformasse-se em um monstro aquático, com a cabeça enorme no formato de uma cuia, que vagaria dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar sete virgens, de nome Maria.

Com a maldição, Crispim enlouquecera, numa mistura de medo e ódio, e correu ao rio Parnaíba, onde se afogou. Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio.

Outros também afirmam que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba por matar as mulheres.

O Cabeça de Cuia, até hoje, não conseguiu devorar nem uma virgem de nome Maria."

No lugar onde se encontram os rios Parnaíba e Poty, há um monumento em homenagem a esta bela lenda e um restaurante flutuante onde é possível apreciar as delicias da culinaria local.

Para conhecer um pouco mais veja em:

http://www.cabecadecuia.com/a-lenda-do-cabeca-de-cuia.html
http://www.guiateresina.com.br/canais/turismo/monumento-cabeca-de-cuia/
http://www.brasiliatur.com.br/teresina.htm

Carlos Henrique Carvalho

sábado, 14 de março de 2009

Peregrinando


Em função da minha temporada na cidade de Teresina-PI, o blog passa por um período de poucas postagens. Como ainda não sei quando retornarei à Fortaleza, sempre que possível postarei algo que tenha a ver com minha estadia em terras nordestinas.
Hoje, cruzei a ponte que separa Teresina no Piauí de Timon no Maranhão. Na imagem deste post, destaco a ponte metálica, uma raridade que cruza o rio Parnaiba.

Carlos Henrique Carvalho

domingo, 8 de março de 2009

Ao dia Internacional da mulher


"Não se nasce mulher, torna-se." (Simone de Beauvoir-1908-1986)

A imagem de hoje representa uma singela homenagem a escritora francesa Simone de Beauvoir, por sua defesa insofismável ao direito das mulheres do mundo. Através de sua obra "O segundo sexo" (1949), na qual constrói uma profunda análise sobre o significado da mulher na sociedade contemporânea, passando por temáticas polêmicas como a infância, puberdade, iniciação sexual, o prazer, o lesbianismo e o aborto, Simone de Beauvoir fez da sua existência, a trajetória que ergue a bandeira do feminismo e do direito da mulher sobre si mesma.

Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 5 de março de 2009

Patativa inesquecível


Hoje, 5 de março de 2009, se vivo estivesse o maior poeta popular do Brasil, Antônio Gonçalves da Silva (1909-2002), mais conhecido como Patativa do Assaré estaria completando 100 anos. Neste sentido, não poderia deixar passar em branco a importância dele para a cultura nordestina.
Nascido e falecido em Serra de Santana, próximo ao município de Assaré, região do Cariri, "Patativa do Assaré foi a voz não só do sertanejo nordestino e dos trabalhadores rurais; mas de todos os injustiçados, marginalizados e oprimidos. Sua poesia, embora enraizada no sertão nordestino, é ao mesmo tempo universal por representar o sentimento de uma classe social com a autenticidade de quem é ‘do povo’. Além de poeta popular, foi cantador, violeiro, improvisador, poeta de bancada e também escreveu cordéis (apesar de não se considerar um "cordelista")."
Autor de inúmeros cantos e poesias como "A triste partida", Vaca Estrela e boi Fubá, Cante lá que eu canto cá, consagradas na voz e canção de diversos artistas brasileiros, Patativa deixou um amplo e valioso legado a nossa cultura. Como não poderia deixar de ser, neste ano, o nordeste lhe rende homenagens e o consagra novamente pelo vigor da sua poesia, o impacto das suas palavras e o ímpeto corajoso de um nordestino que fincou raízes na memória do seu povo.
Abaixo segue uma listagem de obras e poesias mais conhecidas do autor.

Obras

· Inspiração Nordestina - 1956
· Inspiração Nordestina: Cantos do Patativa -1967
· Cante Lá que Eu Canto Cá - 1978
· Ispinho e Fulô - 1988
· Balceiro. Patativa e Outros Poetas de Assaré - 1991
· Cordéis - 1993
· Aqui Tem Coisa - 1994
· Biblioteca de Cordel: Patativa do Assaré - 2000
· Balceiro 2. Patativa e Outros Poetas de Assaré - 2001
· Ao pé da mesa – 2001

Poemas mais conhecidos

· A Triste Partida
· Cante Lá que eu Canto Cá
· Coisas do Rio de Janeiro
· Meu Protesto
· Mote/Glosas
· Peixe
· O Poeta da Roça
· Apelo dum Agricultor
· Se Existe Inferno
· Vaca estrela e Boi Fubá
· Você e Lembra?
· Vou Vorá

A título de curiosidade há variados sites e trabalhos desenvolvidos sobre a arte de Patativa do Assaré. Coloco alguns para que todos possam conhecer um pouco mais acerca deste gênio da cultura nordestina. Tem variações e gostos para todos.

http://www.releituras.com/patativa_menu.asp
http://www.revista.agulha.nom.br/patativa.html
http://www.suapesquisa.com/biografias/patativa_assare.htm
http://blog.blogueisso.com/2007/01/11/gravacoes-ineditas-de-patativa-do-assare/
http://www.jangadabrasil.com.br/outubro/cn21000a.htm

Ps: Imagem - Juliano Nobre - Estátua de Patativa do Assaré
In: http://br.olhares.com/patativa_do_assare_foto1530024.html

Carlos Henrique Carvalho

segunda-feira, 2 de março de 2009

Uma lagoa chamada centro da cidade


Quem passeia ou tenta caminhar pelas calçadas, becos e esquinas do centro de Fortaleza depara-se com um verdadeiro desafio que exige coragem, resistência e necessidade: encarar as inúmeras lagoas em que se tranformam as ruas de um bairro de convergência comercial.

Sabemos que o problema é deveras antigo, mas sempre parece ter passado distante das discussões do poder público que "administra" a cidade. O ultrapassado sistema de drenagem convencional, através de bocas-de-lobo, que recebem a água, levam para o tubo de drenagem urbana e fazem a água escoar em outro lugar nem de longe resolve o problema. Muito pelo contrário, quanto mais chove por aqui, mais a situação se complica e pior para quem mora em áreas de riscos.

Não se pode culpar a chuva pelo problema existente. O fato é que sem uma ação consistente não há problema que se resolva. Enquanto isso, alagamentos, inundações, desabamentos e engarrafamentos vão virando rotina nesta época de chuva. Com tanta água, buracos, lixo acumulado e bueiros entupidos, andar pelas ruas da cidade torna-se um martírio e uma aventura para qualquer pessoa. Uso o problema da cidade onde nasci e vivo, mas tenho ciência de que na maior parte do Brasil, a situação não é diferente.

Por via das dúvidas, daqui a pouco teremos que comprar um barco ou canoa para poder passear por essas ruas-lagoas da nossa cidade.

O vídeo que se segue mostra claramente ruas na nossa cidade transformada em lagoa.

Para saber mais veja em:
http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/850709.html ou http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=608474

Carlos Henrique Carvalho