quinta-feira, 29 de maio de 2008

Tremor e temor


"Houve um grande terremoto: o Sol tornou-se negro, e a Lua inteira como sangue; as estrelas do céu se precipitaram sobre a Terra, como a figueira que deixa cair seus frutos verdes ao ser agitada por um forte vento; o céu afastou-se, as montanhas todas e as ilhas foram removidas de seu lugar..."
Apocalipse 6:12-15

Alguns dias atrás em Sobral, um município situado ao norte do Ceará, um abalo de proporção mediana assustou seus moradores e o efeito foi sentido na capital (Fortaleza), há 235 quilômetros e, no entanto, há quem duvide disso. Mas o fato é que um tremor por menor que seja traz pânico generalizado entre nós, sobretudo, porque quase ninguém está preparado para lidar com uma situação tão extrema e que exige de todos um esforço muitas vezes hercúleo.
Claro que para as pessoas bem informadas, um abalo sísmico em Sobral é algo natural, tendo em vista que acontece com freqüência nessa localidade. Ainda assim, a situação não deixa de causar um temor por se acreditar que o chão que pisamos não é tão seguro quanto se supõe. Afinal, o que há de mais concreto do que aquilo que o nosso corpo pressente?
Um tremor por si só, não obstante causar estragos materiais, ainda faz com que as pessoas em choque e apavorada ponham em risco a própria vida. Realmente, contra a força da natureza a humanidade não tem domínio.

Para conhecer um pouco mais veja também em:

http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/02/29/ult23u1320.jhtm

Por Carlos Henrique Carvalho

domingo, 25 de maio de 2008

Despertar a saudade


O que mal se desfaz em uma lágrima,
Caída pela face a todo o pranto,
Esqueceste o dia do encanto,
De um amanhecer aflorando o amor.

Mas foi-se o tempo da paixão,
E o que ficou da esperança,
Nascida no sonho de uma criança,
Despertou a mágoa no coração.

No lugar que a dor desaba agora,
Faz viver o mundo em pranto,
É onde reside a mais cálida maldade.

Não apenas na face, há outro que chora,
Perdeu-se a noção do encanto,
E no coração renasce a saudade.

Carlos Henrique Carvalho

terça-feira, 20 de maio de 2008

A triste constatação

Um estudo elaborado por um comitê de analista da Revista inglesa "The economist" aponta o Brasil como o 90° pais dentre 140 como o mais seguro ou seja, somos um país extremamente violento. Os dados são medidos através do IGP (Indice Global da Paz), um indicador que mede desde os gastos no setor militar ao respeito aos direitos humanos a fim de apontar segurança ou instabilidade em um país. A classificação ressalta outras questões fundamentais como os níveis de crimes violentos, a instabilidade política, o número de policiais em um país, a incidência dos homicídios, o número de pessoas presas e os níveis de acesso às armas. Nesse sentido, não há como negar que o Brasil está longe de ser um país seguro, o que renova a tese de que "sair de casa constitui-se um grande desafio e um risco à vida". Conforme noticia divulgada há um ano, o Brasil se situava em 83° de 121 nações analisadas. Em tese isto significa que a violência vêm aumentando. O relatório conclui que quanto mais se falta renda, saúde, moradia, educação e saneamento básico para um povo, mais o indicador da violência cresce. Sem dúvida, está é mais uma triste nota de um mundo feio e sem esperança.

Para Saber mais:

www.visionofhumanity.org/gpi/results/rankings/2008/.
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL487354-5602,00.html
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/05/070530_rankingpaz_as.shtml

Carlos Henrique Carvalho

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Paris - 1968-2008: Os ecos que repercutem



Precisamente 40 anos após o estrondoso movimento de Maio de 1968 em Paris, na qual estudantes, trabalhadores e manifestantes de um modo geral paralisaram suas atividades em protesto contra os desmandos e a desordem institucional do governo De Gaulle, ocorreu hoje em 15 de maio de 2008 uma paralisação dos professores, que protestam contra reduções de efetivos e sobre as quais o governo Sarkozy já avisou que não vai ceder. " Em Paris, 50.000 a 60.000 manifestantes, segundo os sindicatos, e 18.000, segundo a polícia foram às ruas nesta quinta-feira. No restante da França, os protestos reuniram 106.000 pessoas, segundo a polícia, e 207.000, segundo os organizadores".
Para lembrar, em 17 de Maio de 1968, mais 200 mil trabalhadores entraram em greve. Nos dias que se seguiram, o número de trabalhadores que aderiram à primeira greve geral na história da França foi aumentando. Dia depois, 11 milhões de trabalhadores se envolveram numa greve que durou mais de 2 semanas. Passado 40 anos, os ecos desse movimento repercutem diante de um governo que teima em suprimir não só os direitos trabalhistas, mas o próprio direito sagrado ao protesto e à greve.
Por mais que evitemos é impossivel não associar qualquer movimento grevista hoje, sobretudo, em Paris, com aquilo que nos ficou na história há 40 anos. Sabemos que o Governo De Gaulle sobreviveu ao movimento Maio de 68, mas seu desgaste foi tão intenso que não conseguiu mais mostrar sinais de uma ação política eficaz e duradoura. Hoje, estamos profundamente carentes de movimentos e protestos como o Maio de 68, por isso, este será sempre relembrado e seus participantes admirados pela ousadia e paixão na luta por um mundo menos injusto.

Para saber mais:
http://www.opovo.com.br/internacional/789082.html
www.estadao.com.br/vidae/not_vid173320,0.htm

Carlos Henrique Carvalho

domingo, 11 de maio de 2008

A força da cultura nordestina na música



Para quem esqueceu ou teima em esquecer a importância e a riqueza cultural da música nordestina, divulgo sem pretensão de autoria da matéria. A toada "Luar do Sertão" é um dos maiores sucessos de nossa música popular em todos os tempos. Fácil de cantar, está na memória de cada brasileiro, até dos que não se interessam por música. Como a maioria das canções que fazem apologia da vida campestre, encanta principalmente pela ingenuidade dos versos e simplicidade da melodia. Embora tenha defendido com veemência pela vida afora sua condição de autor único de "Luar do Sertão", Catulo da Paixão Cearense deve ser apenas o autor da letra.
A melodia seria de João Pernambuco ou, mais provavelmente, de um anônimo, tratando-se assim de um tema folclórico - o côco "É do Maitá" ou "Meu Engenho é do Humaitá" -, recolhido e modificado pelo violonista. Este côco integrava seu repertório e teria sido por ele transmitido a Catulo, como tantos outros temas. Pelo menos, isso é o que se deduz dos depoimentos de personalidades como Heitor Villa-Lobos, Mozart de Araújo, Sílvio Salema e Benjamin de Oliveira, publicados por Almirante no livro No tempo de Noel Rosa.
Há ainda a favor da versão do aproveitamento de tema popular, uma declaração do próprio Catulo (em entrevista a Joel Silveira) que diz: "Compus o Luar do Sertão ouvindo uma melodia antiga (...) cujo estribilho era assim: 'É do Maitá! É do Maitá"'. A propósito, conta o historiador Ary Vasconcelos (em Panorama da música popular brasileira na belle époque) que teve a oportunidade de ouvir "Luperce Miranda tocar ao bandolim duas versões do 'É do Maitá': a original e 'outra modificada por João Pernambuco', esta realmente muito parecida com Luar do sertão".

Francisco Alves
Homem humilde, quase analfabeto, sem muita noção do que representavam os direitos de uma música célebre, João Pernambuco teve dois defensores ilustres - Heitor Villa-Lobos e Henrique Foreis Domingues, o Almirante - que, se não conseguiram o reconhecimento judicial de sua condição de autor de Luar do Sertão, pelo menos deram credibilidade à reivindicação. Ainda do mesmo Almirante foi a iniciativa de tornar o Luar do Sertão prefixo musical da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a partir de 1939.
Luar do Sertão (toada, 1914) - João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense

--------G ----------Em -------Am --------D7-------- G----- D7
Não há, ó gente, oh não luar / Como este do sertão (bis)

--------------G------- Em------------ Am--------------------------- D7
Oh que saudade do luar da minha terra / Lá na serra branquejando
------------------------G D7------- G--------- Em---------- Am
Folhas secas pelo chão / Esse luar cá da cidade, tão escuro
--------------------------D7------------------- G------- D7
Não tem aquela saudade / Do luar lá do sertão (refrão)

--------------G --------Em ---------Am--------------------------- D7
A gente fria desta terra sem poesia / Não se importa com esta lua
-----------------------G D7------------- G--------- Em------- Am
Nem faz caso do luar / Enquanto a onça, lá na verde capoeira
------------------------D7-------------------- G------ D7
Leva uma hora inteira, / Vendo a lua a meditar (refrão)

-----------------G--------------- Em---------- Am
Ai, quem me dera que eu morresse lá na serra
------------------------D7---------------------- G------- D7
Abraçado à minha terra e dormindo de uma vez
-------------G------------- Em --------Am
Ser enterrado numa grota pequenina
------------------------D7 ----------------G -------D7
Onde à tarde a surunina chora sua viuvez (refrão).

Marcadores: catulo da paixao cearense, joao pernambuco, luar do sertao

Retirado do site: http://cifrantiga3.blogspot.com/2006/03/luar-do-serto.html
PS: Luar_no_Sertao_by_infoengenheiro.jpg

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Pausa para uma reflexão...


Sobre o valor do trabalho em si,
Sobre o valor do salário mínimo,
Sobre o valor da jornada de trabalho,
Sobre o valor da motivação de trabalhar,
Sobre a desvalorização cotidiana do potencial humano...
Por Carlos Henrique Carvalho